O Sporting recebeu e venceu o Rio Ave por três bolas a uma, num jogo que marcou a reação dos leões à recente derrota na Supertaça, frente ao FC Porto.
Foi um jogo muito interessante, de ambas as partes, mas tenho de elogiar a irreverência de Luis Freire que, sem medos, entrou em Alvalade para jogar olhos nos olhos com o campeão nacional em título.
No entanto, nem sempre é fácil fazer este tipo de jogo, e o que é facto também é que o Rio Ave acabou por pagar uma fatura pesada, culpa da sua própria vontade de fazer mais e melhor, jogando, por exemplo, com uma defesa muito subida, o que deixava bastante espaço nas costas, e com Gyokeres do lado contrário, espaço é tudo o que as equipas não podem ceder.
Ainda assim, é possível tirarmos conclusões muito positivas deste jogo, de ambos os lados, porque se do lado dos vilacondenses vimos uma equipa que quer atacar e pressionar o adversário, do lado dos leões vimos um trabalho exemplar em explorar as debilidades da linha defensiva do adversário. O Sporting procurou muitas vezes as costas da linha defensiva da equipa de Luis Freire, que esteve em campo sempre muito subida, mas também a forma como a equipa do Sporting estrangulou a fase de construção do Rio Ave, montando sempre uma “teia” com os três homens da frente, aos quais juntava sempre ambos os médios para, sobretudo, anular Amine e João Novais.
A competência é a palavra-chave que define ambos os treinadores, e ontem ficou bem vincada na partida. Apesar do resultado, conseguimos observar que o Rio Ave está a construir aos poucos o seu projeto, estando numa fase de crescimento, e já sabemos que nunca é fácil aprimorar e afinar processos no início de uma época, já o Sporting mantém-se igual a si mesmo, com a mesma agressividade positiva na recuperação de bola, na forma em como ataca o espaço e as faixas laterais, e claro, na forma em como orienta o seu jogo interior, exímia.
O pontapé de saída oficial da Liga Portugal jogou-se num final de tarde quente, e ditou claramente aquele que espero que seja o tónico deste campeonato, com equipas personalizadas e que joguem o jogo pelo jogo, como a “gente” gosta.