SC Braga 0-1 Sporting CP: Matheus Nunes vestiu capa de herói

    A CRÓNICA: COMPETÊNCIA DEFENSIVA FOI BRINDADA COM VITÓRIA FULCRAL NAS CONTAS DO TÍTULO

    Era o jogo grande da 29ª jornada do campeonato. Grande no cartaz, na qualidade dos seus intervenientes e sobretudo de uma dimensão considerável dado o momento em que o Sporting CP, líder da tabela classificativa, chegava à Pedreira para competir com um adversário tradicionalmente difícil e com justas aspirações a terminar entre os três primeiros do campeonato português.

    Naturalmente, as equipas entraram em campo não só com a lição estudada, mas também na expectativa para descobrir aquilo que seriam os principais truques na manga do oponente. Começou melhor a formação de Carlos Carvalhal, aproveitando alguma monotonia da defensiva leonina por diversas ocasiões e formas.

    Não choveu copiosamente como estava previsto, mas ainda caíram várias pingas na profundidade e só a desinspiração de Abel Ruíz não permitiu ao SC Braga molhar a pintura logo nos minutos iniciais. A equipa criou diversos momentos de tensão, também pela ação do mago argentino Nico Gaitán, sempre interventivo no processo ofensivo e à procura de desequilibrar através da sua arma preferencial, o passe.

    O coletivo bracarense continuou a dizer presente e mais audível ficou esse grito de imposição quando Gonçalo Inácio foi expulso por acumulação de amarelos, à passagem do minuto 18. Até então o Sporting não estava confortável no jogo, mas respirava, respirava com alguma saúde e minimamente competente no objetivo de ameaçar a baliza de Matheus, onde esteve perto de passar a vias de facto por uma ou duas ocasiões.

    Seguiu-se o domínio natural dos Gverreiros do Minho. À medida que os minutos foram passando e o Braga foi crescendo para a baliza de Adán, Fransérgio encostou-se a Abel Ruíz na frente, Esgaio e Galeno garantiram diferentes níveis de largura, pelos pés de Ricardo Horta passaram quase todas as melhores tentativas dos minhotos e Nico Gaitán recuou gradualmente para iniciar o processo ofensivo.

    Rubén Amorim deu, necessariamente, o primeiro passo a partir do banco, procurando manter a estabilidade defensiva da sua equipa inviolável. Não foi uma exibição perfeita nesse capítulo. Foi, acima de tudo, segura. O SC Braga criou, aproximou-se, fez tremer e instalou-se muito perto da baliza adversária. Não deixou o Sporting sonhar, pelo menos com os pés assentes na terra. Os líderes foram esperando pelo seu momento com muita paciência. Era complicado imaginar o que estava para vir com tamanho domínio contrário, mas a espera surtiu efeito e saiu do banco para fazer aquilo que faz melhor, colocar o Sporting no caminho das vitórias manifestamente importantes.

    Matheus Nunes, o miúdo que marcou frente ao Benfica e esteve bastante perto de o fazer também no Dragão, aproveitou a liberdade concedida pela defesa do Braga para atirar a contar para as redes de Matheus. Responsável pelo equilíbrio à direita e com margem para se aventurar levemente ao ataque, foi servido irrepreensivelmente por Pedro Porro, rematando cruzado e dando um autêntico pontapé de felicidade num jogo em tudo complicado para as hostes leoninas.

    O resultado final deste encontro deu a conhecer ao Sporting novamente o sabor da vitória, e que vitória. Três pontos que emocionalmente podem elevar a equipa do mau momento recente e criar estabilidade amímica para encarar o que falta de campeonato. São sete pontos à condição para o FC Porto. Já o SC Braga pode ver o Benfica a distanciar-se ainda mais, mantendo o momento cinzento de forma e com ainda menos possibilidades de terminar no pódio final.

    A FIGURA

    Fonte: Carlos Silva / Bola na Rede

    Matheus Nunes – Em sonhos, quem colocaria Matheus Nunes a marcar um golo tão decisivo como este? Certamente… muita gente. Marcou frente ao rival da segunda circular e teve perto de o fazer no Dragão, como já foi referido. Em situações em que a equipa se revelou, por diferentes motivos, encostada às cordas, revelou-se como um elemento importante para perpetuar as suas funções defensivas e essencialmente levar a equipa para a frente e criar perigo junto das redes adversárias.

    Fundamentalmente, foi a cara de uma exibição coletiva de muito sacrifício e garra. Vestiu a capa, assim como Coates foi decisivo, como Adán foi importante, como os que entraram cumpriram a sua função. É inerente apontar este resultado positivo a uma exibição de coração protagonizada pelos sportinguistas.

     

    O FORA DE JOGO

    Fonte: Carlos Silva / Bola na Rede

    Indefinição bracarense na finalização – Foi um aspeto mais do que visível a olho nu. O SC Braga teve todas as condições para dominar e dominou. Criou perigo, mas nunca de forma avassaladora. Não foi cirúrgico e não confirmou a sua superioridade com aquilo que mais importa: golos.

    Carlos Carvalhal, técnico do SC Braga, já tinha alertado para esse problema no passado recente da equipa. Hoje, principalmente, a sua formação acusou a pressão desse historial e não marcou. A questão da indefinição ganha ainda mais lógica a partir do momento em que a equipa criou com qualidade, independentemente de ter mais um homem em campo, mas foi incompetente nesse aspeto do golo contra uma equipa com uma sólida qualidade defensiva e completamente centrada nessa missão. Resultado penoso e que muito prejudica a equipa no objetivo de chegar ao pódio e que adensa ainda a má maré de resultados recentes.

     

    ANÁLSE TÁTICA – SC BRAGA 

    Fiel ao seu 4-4-2 padrão com certos ajustes táticos em função do momento do jogo, Carlos Carvalhal apresentou uma equipa bastante organizada, fluída e dinâmica desde o primeiro minuto.

    A equipa privilegiou a qualidade de Gaitán e Ricardo Horta, o primeiro como mediador principal das ligações no último terço e o segundo como elemento essencial no ataque ao espaço descoberto entrelinhas. Galeno foi um elemento importante no equilíbrio da equipa, fechando a ala esquerda e aliviando a carga de tarefas dos colegas de equipa do setor central, isto para se focarem em anular as investidas interiores dos leoninos sempre com a garantia de segurança nas mais do que prováveis incursões dos laterais lisboetas.

    As nuances táticas dignas de relevo no momento ofensivo do SC Braga são vastas e não se remetem apenas ao facto do natural controlo do jogo após a expulsão de Gonçalo Inácio. A explicação aponta para o grande caudal ofensivo da equipa em zonas interiores, que, logicamente se intensificou e foi impactante para a exibição competente da equipa na criação de oportunidades.

    O resultado, no entanto, não se traduziu no domínio. Oportunidades escandalosas de golo também não foram assim tantas e um momento de distração defensiva penalizou o clube visitado com a derrota.

     

    11 INICIAL E PONTUAÇÕES

    Matheus (5)

    Ricardo Esgaio (4)

    Raul Silva (5)

    Tormena (4)

    Sequeira (5)

    Ricardo Horta (5)

    Castro (4)

    Fransérgio (4)

    Galeno (5)

    Nico Gaitán (6)

    Abel Ruiz (4)

     

    SUBS UTILIZADAS

    Al Musrati (4)

    André Horta (4)

    Piazon (-)

    Borja (-)

    Rui Fonte (-)

     

    ANÁLISE TÁTICA – SPORTING CP

    Não era expectável ou até lógico que a disposição tática leonina sofresse alterações táticas profundas perante um duelo desta magnitude e com tanto em jogo. Rúben Amorim apresentou o normal 3-5-2, sem muitas nuances dignas de registo. A questão na ordem do dia prendia-se com as mais do que badaladas dinâmicas ofensivas que o Sporting ia implementar num jogo tão decisivo quanto este.

    Dados os contornos verificados, não há justiça suficiente para analisar essa questão. Foi um jogo ingrato para Paulinho, Nuno Santos, Pedro Gonçalves e companhia. A equipa viu-se obrigada a respeitar o domínio do SC Braga depois de se ver em desigualdade numérica. Nuno Santos recuou para fechar na ala esquerda, mantendo uma linha de cinco homens, com João Palhinha a receber uma ajuda mais intensa de João Mário e Pedro Gonçalves e Paulinho como homens para tentar condicionar a primeira fase de construção adversária e ao mesmo tempo dar solução para o contra-ataque rápido.

    Rúben Amorim não se acanhou a mexer na equipa, realizando várias mexidas com o propósito de manter a equipa competente no capítulo defensivo e principalmente com a esperança de ainda chegar à vitória. Esse golo tão importante acabou por chegar numa das poucas aproximações à baliza adversária. Mais do que questões técnico-táticas, fazer referência para a garra e o espírito de equipa na missão de suster uma equipa com a qualidade do SC Braga.

     

    11 INICIAL E PONTUAÇÕES

    Adán (5)

    Gonçalo Inácio (2)

    Sebastián Coates (6)

    Zouhair Feddal (5)

    Pedro Porro (4)

    Nuno Mendes (5)

    João Mário (4)

    João Palhinha (5)

    Pedro Gonçalves (4)

    Paulinho (3)

    Nuno Santos (4)

     

    SUBS UTILIZADAS 

    Matheus Nunes (7)

    Luís Neto (5)

    Tiago Tomás (4)

    Matheus Reis (4)

    Plata (-)

     

    BnR NA CONFERÊNCIA DE IMPRENSA

    SC Braga

    Não foi possível colocar questões ao técnico Carlos Carvalhal.

     

    Sporting CP

    Não foi possível colocar questões ao técnico Rúben Amorim.

     

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    Ricardo Rebelo
    Ricardo Rebelohttp://www.bolanarede.pt
    O Ricardo é licenciado em Comunicação Social. Natural de Amarante, percorreu praticamente todos os pelados do distrito do Porto enquanto futebolista de formação, mas o sonho de seguir esse caminho deu lugar ao objetivo de se tornar jornalista. Encara a escrita e o desporto como dois dos maiores prazeres da vida, sendo um adepto incondicional de ciclismo desde 2011.