Silas | Uma abordagem ao jogo diferente do comum

    Durante a História do futebol, muitas têm sido as teorias e ideias de jogo que têm acompanhado gerações e gerações de jogadores e, a cada ano que passa, o desporto rei torna-se cada vez mais completo e complexo. Nos primórdios do futebol, altura essa que infelizmente não acompanhei, foi aí que se viveu a verdadeira essência do futebol, era essencial saber atacar porque era atribuída toda a importância à lei mais universal do futebol: quem marca mais golos ganha o jogo. Como tal, as equipas utilizavam apenas dois defesas e nalguns casos um líbero.

    Contudo, com o evoluir do tempo, foi-se percebendo que quem sabia defender, ia obtendo os melhores resultados e a valorização da defesa subiu a pique ao ponto de, hoje em dia, existirem equipas que dão toda a importância ao processo defensivo, na esperança de conseguirem o tal golo da vitória num contra-ataque. Ao fim de alguns anos, e juntando todas estas descobertas, apareceram por fim os chamados sistemas táticos (4x2x3x1, 4x3x3, etc) em que a organização é imperial e como consequência origina resultados reduzidos que existem hoje em dia.

    Mas, como a evolução é um processo constante e intemporal, há que aperfeiçoar as abordagens de jogo por parte dos treinadores. O treinador do Sporting Clube de Portugal, Silas, possui uma abordagem diferente da maioria dos treinadores porque, durante uma partida de futebol, não utiliza apenas um sistema tático mas sim dois ou três, dependendo das necessidades da equipa e dos acontecimentos que ocorrem, alguns deles impossíveis de prever por parte do treinador.

    Se a equipa leonina precisa de ser mais ofensiva, consegue-se observar uma postura mais arrojada e guerreira, com o intuito de recuperar a posse de bola o mais rápido possível, colocando vários jogadores no processo ofensivo, mas não desequilibrando a equipa no setor defensivo, pois os defesas treinam esses processos e sabem qual o posicionamento mais correto a adotar. Contudo, quando a equipa precisa de acalmar o jogo, nota-se uma postura mais cautelosa e o posicionamento dos jogadores é diferente.

    Com paciência e à base de muito trabalho, Silas tem conseguido melhorar o jogo leonino
    Fonte: Carlos Silva/Bola na Rede

    Por isso, podemos constatar que, para Silas, os sistemas táticos não são o objetivo principal, mas sim um meio para atingir um fim. Uma determinada disposição das peças é apenas uma forma de o treinador dar a entender aos seus jogadores o que pretende para um determinado momento de jogo. Contudo, tal abordagem tem um grande inconveniente dado que requer tempo para que todos os jogadores assimilem as ideias e ligações propostas.

    Como tem sido visível pelos sportinguistas, o nível exibicional da equipa leonina tem subido de rendimento e apesar de, na minha opinião, termos jogadores com uma qualidade abaixo da média, consegue-se observar que os jogadores estão a jogar melhor a cada jogo que passa e, como consequência, têm aparecido resultados mais sólidos.

    Há que dar tempo a toda a equipa técnica que rodeia o treinador leonino, pois todo o trabalho de pré-época desenvolvido por Marcel Keizer foi “pelo cano abaixo”, e mesmo pegando numa equipa despedaçada a meio da época, conseguiu até agora obter resultados satisfatórios, tendo em conta toda a confusão e incerteza que rodeia o Sporting Clube de Portugal.

    Foto de Capa: Carlos Silva/Bola na Rede

    Artigo revisto por Diogo Teixeira

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    João Flora
    João Florahttp://www.bolanarede.pt
    O João é estudante de Engenharia Eletrotécnica e de Computadores da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa. O Sporting é o seu clube do coração e apesar de não ir a tantos jogos como gostava, acompanha sempre tudo o que envolve o mundo leonino. O João também se mantém informado não só sobre o futebol internacional, considerando o futebol Inglês o melhor, mas também como as modalidades leoninas.                                                                                                                                                 O João escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.