SL Benfica vs Sporting CP: O que esperar do clássico

    Repare-se que Pizzi é, cada vez mais, um jogador de impulso para lá da zona defensiva. Cervi, em contrapartida, diminui algum défice de equilibrio na segunda linha, tratando-se, ao contrário do que se previa, de um jogador acima da média na inteligência defensiva. Estará na prestação do outro elemento a expressão da produtividade ofensiva do Sporting: Fejsa, que domina a transversalidade do bloco onde circula, terá certamente mais trabalho com o Sporting em posse. E neste capítulo, admitindo que esta ideia esteja errada, podemos ter um Gelson, à semelhança do jogo da Polónia, mais presente no centro do terreno visando a multiplicação dos espaços. Há nestas duas equipas uma equivalência qualitativa na organização defensiva. Os quatro centrais que estarão em campo são, sem exepção, completos em todas as tarefas. Saliente-se que finalmente o Sporting possui a dupla que Jorge Jesus promove nas suas equipas, com jogadores altos, possantes e desenvolvidos na construção a partir da primeira linha. É por isso que considero que em lances de construção será maior a probabilidade de aparecimento de golos devido ao talento da ofensividade da equipa, do que propriamente pela ineficácia da cultura defensiva.

    Bruno César pode ser um elemento decisivo no dérbi deste domingo Fonte: UEFA
    Bruno César pode ser um elemento decisivo no dérbi deste domingo
    Fonte: UEFA

    Por fim, outra das possíveis interpretações do jogo: a densidade táctica de cada equipa fará, de certeza, com que a posse seja repartida em vários momentos. Em virtude disto, e a par do que acontece em jogos idênticos, alguns jogadores são obrigados a reinventar o seu estilo. Uma noção simples: com dois pêndulos defensivos de cada lado, a função do jogo lateral poderá alterar-se para quem circula habitualmente pelo corredor. E se dúvidas há sobre esta ideia, avalie-se a maioria dos golos dos últimos clássicos, e perceba-se aquilo que sucede quando a ocupação de espaço no acompanhamento à zona é constante entre duas equipas deste nível. E depois de tudo isto, deixemos algum protagonismo para a parte mais crua do futebol. É claro que há falhas e golpes de magia. É claro que muitas vezes aquilo que se estuda no balneário não acontece com os pés na relva. Também é claro que este Benfica é uma equipa cada vez mais distinta daquela que Jorge Jesus construiu, mas também é claro que este Sporting é, de novo, uma equipa que, para ser vencida, necessita de ser posta à prova para além dos golpes de sorte. Mas, acima de tudo e de todas as antevisões, é claro que um Clássico é sempre um Clássico.

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    Ricardo Gonçalves Dias
    Ricardo Gonçalves Diashttp://www.bolanarede.pt
    O primeiro contacto do Ricardo com a Bola foi no futsal. Mais tarde passaria pelas camadas jovens do Oriental, esse gigante de Lisboa. O sonho acabou algum tempo depois e hoje lida bem com isso. E com a escrita também.                                                                                                                                                 O Ricardo não escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.