Sporting 3-2 Farense | Continua a saga do desper(v)ício de golos e do underrated Pedro Gonçalves

    Sporting

    O que é que um bitoque frio, um carro lavadinho e aspirado com um bom risco na lateral e receber más notícias ao fim de um dia perfeito têm a ver com a produção ofensiva do Sporting? Todos estão à beira da excelência, caso não houvesse um pequeno grande detalhe. O tema da ineficácia do Sporting não é de agora e voltou a acontecer. Seja em ataque organizado ou em transições, os leões constroem muito bem, criam boas oportunidades e podiam golear mais vezes, ainda que acabem por ganhar. Rúben Amorim apontou de novo essa questão na conferência de pós-jogo.

    Frente ao Farense, o Sporting teve condições para ter matado o jogo ao intervalo. Contudo, e esse é o problema, a equipa leonina não foi capaz de traduzir a superioridade e a criação de chances em golo e acabou por sofrer para vencer, num jogo que, por isso, não havia necessidade. No dérbi com o Benfica, o Sporting deu um banho de bola, mas também não marcou tanto como podia e arriscou o empate na segunda parte. Convém a turma de Rúben Amorim analisar e trabalhar mais esta situação (e de certo que o fazem), porque, num futuro, as coisas podem não correr tão bem e perder pontos escusadamente. Ainda para mais com a temporada a caminhar para a ponta final, maior quantidade de jogos em curtos espaços de tempo e momentos de decisão.

    E não me interpretem mal. Nesta jornada, o objetivo foi concluído de forma justa (vitória), o Sporting apresentou um melhor futebol e a liderança foi recuperada. Há que, ainda assim, destacar a falta de eficácia ultimamente, mesmo no rescaldo de um jogo em que marcaram três golos e com uma média brutal na temporada. Depois entra também um fator decisivo: as consequências de um calendário apertadíssimo. Sente-se a fadiga dos jogadores do Sporting e Rúben Amorim tem um trabalho importante em gerir da melhor forma o plantel. Acredito que possa ter sido uma das explicações da quebra de rendimento contra o Farense na segunda parte, além de, claro, os ajustes táticos de José Mota ao intervalo e a vontade dos algarvios em lutar pelo resultado até ao fim. O jogo terminou com o Sporting mais defensivo e cauteloso frente a um Farense com posse e ambição.

    Houve vários momentos e destaques na partida. Contudo, quero falar em dois nomes: Pedro Gonçalves e Daniel Bragança – os obreiros desta vitória. Em 2023/24, Pote tem vindo a acumular golos (15G) e assistências (13A) e vai passando despercebido perante os mais desatentos. Está a cinco golos de igualar o seu melhor registo combinado na carreira e a seis de superar, além de ter sido decisivo em vários momentos nesta temporada. É sinónimo de underrated.

    Em relação a Daniel Bragança, o médio envergou a braçadeira de capitão e agiu em total concordância, desde a influência na construção com variações de flanco e bolas longas ao trabalho defensivo nos duelos e cortes. Abriu também o marcador com um excelente remate e aumentou a sua conta pessoal para cinco golos, destacando que o médio está a fazer a sua melhor temporada em termos de números (5G e 2A). Diante do Farense, foi eleito o melhor em campo. Daniel Bragança está em crescimento, porém tem dois entraves: dupla Hjulmand-Morita que se complementam muito bem e têm muita confiança por parte de Rúben Amorim.

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    Diogo Lagos Reis
    Diogo Lagos Reishttp://www.bolanarede.pt
    Desde pequeno que o desporto lhe corre nas veias. Foi jogador de futsal, futebol e mais tarde tornou-se um dos poucos atletas de Futebol Freestyle, alcançando oficialmente o Top 8 de Portugal. Depois de ter estudado na Universidade Católica e tirado mestrado em Barcelona, o Diogo está a seguir uma carreira na área do jornalismo desportivo, sendo o futebol a sua verdadeira paixão.