Sporting 4-1 Vit. Guimarães: Como tornar fácil um jogo difícil

    O Sexto Violino

    Sporting-Marítimo: 3-0 ao intervalo, 3-2 aos 53 minutos; Sporting-Penafiel: 2-0 aos 8 minutos, 2-2 aos 43. Em casa, foram estes os jogos em que os homens de Marco Silva mais perto estiveram de resolver cedo a contenda. Porém, tanto num caso como no outro, a vantagem inicial acabou por se esfumar. Nas partidas disputadas fora de portas, só contra o Gil Vicente o Sporting conseguiu acabar cedo com as dúvidas. Agora, frente a um dos adversários teoricamente mais fortes (e que infligira, na primeira volta, aquela que continua a ser a derrota mais pesada da época leonina, apenas igualada no Dragão), a equipa de Alvalade decidiu finalmente um jogo ainda na primeira parte. E que diferença que um golo cedo faz!

    Em parte devido a alguma imaturidade da equipa, mas sobretudo por causa das falhas defensivas que têm sido uma constante nesta época, o Sporting tem-se visto demasiadas vezes atrás dos seus adversários no marcador. Tal facto significa um esforço redobrado para chegar a uma vitória que nem sempre surge. Mas hoje os erros defensivos não apareceram… Ou, melhor dizendo, apareceram quando já era demasiado tarde para o Vitória recuperar.

    Começando pelo início, o Sporting chegou à vantagem na primeira vez que foi à baliza adversária, quando até eram os forasteiros que criavam mais perigo – relativo, é certo. O tal golo madrugador (bom cruzamento de Carrillo e João Mário a fazer de Slimani), que tão poucas vezes tem surgido a favor do Sporting, abalou o Vitória. Não só os minhotos não reagiram à desvantagem, como os leões passaram de uma atitude algo expectante e apreensiva para uma posição mais confortável. Depois do 1-0 a equipa passou a ter mais bola, como gosta, e o marcador voltou a funcionar após uma jogada alucinante: Miguel Lopes enviou um “míssil” à barra e Douglas fez uma grande defesa a remate de Nani. Na sequência, Jorge Sousa assinalou um penálti que se aceita, já que a bola ia para a baliza se não fosse o braço de Josué. Com o 3-0 antes do intervalo (Miguel Lopes a assistir com qualidade e desta vez foi mesmo Slimani a marcar um golo “à Slimani”), o Vitória parecia definitivamente arrumado.

    LEGENDA Fonte: Sporting Clube de Portugal
    Com a expulsão de Paulo Oliveira, Marco Silva enfrenta novos problemas na defesa
    Fonte: Sporting Clube de Portugal

    E, se é verdade que a equipa de Rui Vitória não conseguiria mesmo qualquer ponto, não é menos verdade que voltou a entrar melhor do que o Sporting após o descanso. Com o jogo ganho, os leões baixaram o ritmo, a defesa foi dando espaços e permitiu algumas aproximações dos vimaranenses à sua baliza (mérito também para a atitude destes últimos que, mesmo a perder por 3-0, nunca viraram a cara à luta). Porém, ora os centrais ora Patrício resolveram com relativa serenidade.

    Este último protagonizou duas excelentes intervenções na segunda parte, mas borraria a pintura com uma abordagem anedótica ao lance do golo sofrido. Ainda assim, o tento de honra apontado por Kanu, já depois de Nani ter feito o 4-0 na transformação de novo penálti, repôs alguma justiça num jogo onde até aí quase tudo tinha corrido bem aos leões. Mas raro é o jogo em que a equipa de Alvalade consegue manter as suas redes invioladas, e hoje não foi excepção. Mais um lance caricato naquele que foi o 23º golo sofrido pelos verdes e brancos, contra 13 do Benfica e 11 do FC Porto. E, com a expulsão de Paulo Oliveira (há necessidade de a equipa se expor tanto?), continuam os problemas na defesa leonina…

    No entanto, nem tudo o que tem a ver com o sector mais recuado é mau. Para além da agradável exibição de Miguel Lopes, também Ewerton merece destaque pela positiva. O Sporting sofreu hoje o primeiro golo com o brasileiro em campo – golo em que, de resto, o número 5 dos leões não teve qualquer culpa. Agilidade, calma, critério, bom jogo aéreo, técnica, experiência e um par de bons cortes. A confirmar as boas indicações – e sem desprimor para Tobias, que é jovem e poderá evoluir – está encontrada a dupla de centrais para o próximo ano: a mais recente contratação do clube poderá formar um eixo sólido com Paulo Oliveira. E o Sporting bem precisa…!

    Para finalizar, nota apenas para a quarta partida seguida em que Montero não joga. Com todo o respeito por André Martins, jogador de quem nem desgosto (desde que na posição de Adrien), é incompreensível o colombiano até já ter sido ultrapassado pelo médio nas opções que Marco Silva lança no decorrer do encontro…

     

    A Figura:

    Colectivo do Sporting – um golo madrugador ajuda a desbloquear o resultado e a serenar a equipa. A partir do 1-0, o Sporting jogou como mais gosta. Vários jogadores fizeram boas exibições, mas foi a solidez do conjunto, sobretudo na primeira parte e com bola, que tornou fácil um jogo difícil. Menção honrosa para o bom desempenho de Miguel Lopes.

    O Fora-de-jogo:

    Rui Patrício – Mais um jogo em que a equipa sofre golos, mais um lance caricato desta vez protagonizado pelo guarda-redes. Patrício certamente saberá que sair a uma bola e mudar de ideias a meio caminho é o pior que um guardião pode fazer. A sorte é que o resultado já estava feito… Embora não seja suficiente para o apontar como “fora-de-jogo”, nota também para João Mário, que marcou um golo mas não deslumbrou. Perdeu várias bolas e continua macio na recuperação defensiva.

    Foto de Capa: Sporting Clube de Portugal

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    João V. Sousa
    João V. Sousahttp://www.bolanarede.pt
    O João Sousa anseia pelo dia em que os sportinguistas materializem o orgulho que têm no ecletismo do clube numa afluência massiva às modalidades. Porque, segundo ele, elas são uma parte importantíssima da identidade do clube. Deseja ardentemente a construção de um pavilhão e defende a aposta nos futebolistas da casa, enquadrados por 2 ou 3 jogadores de nível internacional que permitam lutar por títulos. Bate-se por um Sporting sério, organizado e vencedor.                                                                                                                                                 O João não escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.