Sporting CP 1-2 Real Madrid CF: Não é preciso ser melhor para ganhar

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    O Sporting ficou hoje arredado da possibilidade de continuar na Liga dos Campeões, depois de perder novamente por 2-1 frente ao Real Madrid, desta vez em Alvalade. Mais uma vez, os espanhóis tiveram de suar muito para conseguir derrotar os leões, conseguindo a vitória nos últimos minutos do encontro.

    Jorge Jesus escalou o mesmo onze inicial que tinha utilizado no Santiago Bernabéu, com Bruno César no apoio a Bas Dost no ataque. Já Zidane continuou a apostar em Isco e Kovacic no meio campo, para colmatar as ausências forçadas de Toni Kroos e Casemiro. A surpresa foi a presença de Benzema no banco de suplentes, com Lucas Vázquez a completar o trio de ataque com Ronaldo e Bale. O jogo foi sempre equilibrado durante toda a primeira parte, apesar de um ligeiro ascendente espanhol. Contudo, o único remate à baliza resultou em golo. Após um livre batido na direita, Raphäel Varane aproveitou um ressalto para inaugurar o marcador, à passagem da meia hora do encontro. Aliás, neste lance tivemos um toque de Cristiano Ronaldo na assistência para o central francês. Isto é digno de registo porque o português não fez mais nada de relevante em todo o encontro, tendo ficado a seco em Alvalade.

    Adrien Silva e William Carvalho conseguiram estar num plano bastante positivo perante os médios do gigante espanhol, que raramente conseguiram dar bolas em condições a Gareth Bale e Ronaldo. Na defesa, Coates esteve absolutamente imperial (mais uma vez) e João Pereira esteve muito bem, muito ativo na primeira metade. Na frente, Bruno César e Gelson Martins, para não variar, foram os melhores de verde e branco. Aliás, foram do brasileiro as melhores oportunidades para chegar ao empate, mas o seu remate, dentro da área, foi desviado de forma decisiva por um defesa. Num livre direto, o Chuta Chuta também atirou a rasar o poste.

    Na segunda parte, os leões entraram mais fortes, mas sempre sem conseguir criar grandes chances para alvejar a baliza de Keylor Navas. O Real Madrid continuava inofensivo (Rui Patrício, que me lembre, não fez uma única defesa), e Jorge Jesus trocou Bruno César por Joel Campbell. Na minha opinião, Bryan Ruiz deveria ter sido o elemento a sair, pois era aquele que estava a apresentar um rendimento menor. Contudo, o costarriquenho teve mesmo de sair cinco minutos depois. Mais uma vez, tivemos uma demonstração de que é um risco enorme deixar um jogo de futebol nas mãos de um homem que tem as suas ideias e as intenções, como é o caso de um árbitro de futebol. Mesmo com o árbitro auxiliar e o árbitro de baliza “em cima” do lance, William Collum expulsou João Pereira depois de este ter dado um encosto em Kovacic, que caiu e rebolou na relva como um cão rebola na areia. Mais uma vez, a ideia de Jorge Jesus prevaleceu: o fair play é mesmo uma treta. Kovacic demonstrou-o e o árbitro foi conivente, tendo expulsado, sem razão alguma para tal, João Pereira.

    Depois disso, Jesus colocou como Schelotto e sacrificou Bryan Ruiz, que estava a fazer um jogo apagado. O Sporting ficou algo desequilibrado mas, ainda assim, conseguiu chegar ao empate. Fábio Coentrão, que tinha entrado para o lugar de Marcelo, jogou com a mão dentro da área e, apesar de não ter muita vontade, William Collum assinalou a grande penalidade após indicação de um assistente. O capitão Adrien não perdoou da marca dos onze metros. Faltavam dez minutos para o final do encontro e o Sporting ainda teve duas boas chances para marcar, ambas por Campbell. Como Zidane admitiu no final, o Real passou mal em Alvalade. Só que a eficácia é tudo no futebol. Karim Benzema, numa das poucas vezes que tocou na bola, cabeceou forte e sem hipóteses para Rui Patrício, sentenciando o resultado final do encontro.

    O Sporting ficou arredado da Liga dos Campeões, depois de perder os quatro encontros frente a Borussia Dortmund e Real Madrid. Contudo, se reconheço mais mérito aos alemães por aquilo que fizeram perante a equipa portuguesa, penso que os espanhóis não foram melhores do que o Sporting, em nenhum dos jogos. Contudo, é impensável que os espanhóis fiquem fora da “Champions” na fase de grupos, e William Collum, vendo a tarefa dificultada, colocou em campo a famosa dualidade de critérios, tão amiga dos árbitros quando estes querem influenciar o jogo sem dar muito nas vistas. Assim, o Sporting vai jogar o acesso à Liga Europa na Polónia, em dezembro. O jogo com o Légia é imediatamente antes da visita ao Estádio da Luz, e o Sporting jogará na UEFA um dia depois do Benfica. Espero que Jorge Jesus poupe jogadores na Polónia, pois o campeonato é bem mais importante que a passagem para a Liga Europa. Com o grupo que teve o FC Porto, o Sporting já teria, parece-me, o apuramento mais que garantido.

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    Diogo Janeiro Oliveira
    Diogo Janeiro Oliveira
    Apaixonado por futebol, antes dos livros da escola primária já lia jornais desportivos. Seja nas tardes intermináveis a jogar, nas horas passadas no FIFA ou a ver jogos, o futebol está sempre presente. Snooker, futsal e andebol são outras paixões. Em Portugal torce pelo Sporting; lá fora é o Barcelona que lhe enche as medidas. Também sonha ver o Farense de volta à primeira…                                                                                                                                                 O Diogo escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.