A CRÓNICA: UM SPORTING BEM RESOLVIDO DEPOIS DA SEPARAÇÃO “BRUNO FERNANDES”
Um momento bonito teve lugar no reino do Leão, nesta tarde de domingo. Porque todos os craques merecem ser homenageados, Madjer não foi exceção. O pontapé de saída foi dado pelo rei das areias depois de ter terminado oficialmente a sua carreira. Não na areia, mas sim no relvado, o jogo começou com um Boavista FC mais atrevido. A equipa axadrezada até tinha causado mais perigo nos minutos iniciais, mas a felicidade sorriu primeiro aos da casa. Depois de um livre batido por Gonzalo Plata aos 13 minutos, Sporar marca o segundo golo de leão ao peito – o primeiro num jogo onde o Sporting se via a vencer sem ter feito muito por isso.
Apesar disso, os leões começaram a crescer depois do golo. Estavam a ter mais posse e conseguir ganhar espaços para impor o seu jogo. Depois do golo, o Boavista não conseguiu encontrar o caminho em busca do golo do empate. A equipa de Silas, por sua vez, mostrava-se confiante na abordagem ao jogo. E por falar em confiança, que brio de Gonzalo Plata! Ninguém diria que é novo nestas andanças. Estava a fazer a vida num inferno ao seu opositor no terreno – Sauer – e acabou por causar estragos aos 42′. Aproveitando um cruzamento de Borja e depois um mau alívio de Ricardo Costa, Gonzalo Plata marcou na passada, de primeira, e com o seu pé canhoto. O Sporting foi para os balneários com uma vantagem de 2-0 depois de uma primeira parte onde até aos 10 minutos foi uma equipa algo tímida, mas depois teve claro domínio.
Já na segunda parte, houve um Boavista FC a tentar equilibrar as contas da posse de bola. Ainda assim, foi uma equipa que não conseguiu criar lances de perigo iminente. Apenas aos 70 minutos, a baliza de Maximiano foi ameaçada. Acabado de entrar, Stojiljkovic levou muito perigo à baliza leonina, mas Borja aliviou para longe. O resto do jogo foi pautado pelo domínio mais comedido de um Sporting que se via confortável com o resultado e um Boavista que não conseguia ligar o seu jogo de maneira nenhuma. E, quando conseguia, surgiam outros problemas na finalização. Houve ainda tempo, já para lá dos minutos regulamentares, para Sauer e Maxi brilharem. Um grande remate com a resposta de uma grande defesa também. O Sporting acabou mesmo por vencer a partida e continua a dar uma boa resposta após uma separação “Bruno Fernandes”.
A FIGURA

Gonzalo Plata – Já tinha mostrado, em poucos minutos de jogo, que merecia a oportunidade como titular da equipa do Sporting. Plata tem estado muito bem e desta vez não foi exceção. Esteve exímio ofensivamente e defensivamente também. Foi ele quem bateu o livre para o primeiro golo e quem marcou o segundo e foi uma autêntica dor de cabeça para os jogadores axadrezados.
O FORA DE JOGO

Gustavo Sauer – Não foi uma noite inspirada para o número oito do Boavista FC. Teve muitas dificuldades para travar a nossa figura do jogo, mas, para além disso, houve muitas vezes em que não decidiu bem nos poucos momentos ofensivos da sua equipa onde facilmente perdeu a bola em terrenos mais recuados.
ANÁLISE TÁTICA – SPORTING CP
O Sporting CP apresentou-se hoje em Alvalade num 4-2-3-1 com uma postura exímia na primeira parte, tal como se apresentou na passada quinta-feira. Foi um Sporting muito competente na primeira zona de pressão a não permitir a dinâmica ofensiva do seu adversário, principalmente no que diz respeito aos dois laterais – Carraça e Sauer. Neste sentido, Jovane e Plata estavam a ser fundamentais a fechar espaços e a impedir a progressão destes dois jogadores nos respetivos corredores. A capacidade individual de Plata alienada aos passes milimétricos de Vietto para o último terço foram fundamentais para o poderio ofensivo dos leões. Por sua vez, o facto de Sporar se posicionar extremamente perto da linha de fora-de-jogo, obrigou o Boavista a recuar muito a sua linha defensiva.
ONZES INICIAIS E PONTUAÇÕES
Maximiano (7)
Tiago Ilori (5)
Luciano Vietto (7)
Luís Neto (6)
Battaglia (6)
Rosier (5)
Gonzalo Plata (9)
Borja (5)
Wendel (6)
Jovane Cabral (6)
Sporar (7)
SUBS UTILIZADOS
Pedro Mendes (5)
Francisco Geraldes (-)
Ristovski (-)
ANÁLISE TÁTICA – BOAVISTA FC
O Boavista FC apresentou-se esta tarde e maior parte do tempo do jogo numa tática de 5-3-2 bastante recuada no seu meio-campo. Com uma linha de cinco defesas e bastante recuada, o Boavista esteve maior parte do tempo em trabalhos defensivos. Teve também muitas dificuldades para ligar o seu jogo, sendo que os seus laterais não tiveram a vida nada facilitada para criar jogo nas malhas laterais. Para apostar no centro do terreno, o Boavista também não conseguiu ser eficaz.
ONZES INICIAIS E PONTUAÇÕES
Helton Leite (5)
Gustavo Sauer (3)
Yusupha (6)
Reisinho (4)
Carraça (4)
Fabiano (6)
Ricardo Costa (6)
Neris (5)
Paulinho (5)
Cassiano (5)
Ackah (5)
SUBS UTILIZADOS
Stojiljkovic (6)
Heri (5)
Mateus (-)
BnR NA CONFERÊNCIA DE IMPRENSA
Boavista FC
BnR: Apresentou-se aqui com uma linha mais recuada de cinco defesas, o que nem acontece muito, e com um bloco muito recuado. Visto que começou a perder muito cedo e ainda havia tempo para dar a volta, arrepende-se?
Daniel Ramos: O bloco foi recuado não de forma propositada e intencional. Vimos preparados para defender num bloco médio e por vezes subir linhas e, se necessário, correr linhas próximas da baliza do Sporting. Isso não se viu na primeira parte. Na segunda já o fizemos algumas vezes. Basta um jogador às vezes estar mal posicionado e isso aconteceu na nossa linha de três na frente. Um mau posicionamento da equipa obrigou a que toda a equipa fosse recuando e basta isso às vezes para condicionar. São destes pormenores que o futebol se faz.
Sporting CP
Não foi possível colocar questões ao treinador do Sporting CP, Silas.
Foto de Capa: Carlos Silva / Bola na Rede
artigo revisto por: Ana Ferreira