Sporting CP 2-0 CD Tondela: Firmes para o dérbi, mas com Palhinha a preocupar

    A CRÓNICA: SPORTING ESCLARECE NA SEGUNDA PARTE

    Uma primeira parte bastante competente por parte do Sporting CP. Um ascendente sobretudo a partir das alas iria mostrando desde cedo o rumo do duelo. Aos 10 minutos, Alvalade festeja o golo depois de um lance algo insólito em que apareceu Sarabia num dos postes para carimbar o primeiro da noite.

    Por sua vez, o CD Tondela ia mostrando vontade de inverter o marcador a seguir ao golo sofrido. A pressão alta desde a primeira fase de construção leonina evidenciava isto mesmo. Restava saber até que altura da partida os homens de Tondela iriam aguentar a intensidade de pressão que estavam a exercer.

    Apesar disto, o Sporting ia conseguindo controlar o jogo com bola. A meio do primeiro tempo, o Tondela acabou por conseguir invertendo esta tendência. Aos 25′, Luís Neto trava uma arrancada de Murillo que já ia lançado na cara de Adán para fazer das suas. Um corte providencial e que mereceu aplausos de toda a bancada.

    Mas a verdade é que, não é novidade nenhuma, os leões mantinham-se confortáveis com o rumo do jogo. Com menos bola, mas apostando nas transições, o duelo mantinha-se aparentemente controlado por parte dos de verde e branco. Uma primeira parte sobretudo eficiente e competente com nota mais para Matheus Nunes neste primeiro tempo.

     

    Onde é que já tínhamos visto este filme? Pois, bem, o Sporting entra da mesma forma que entrou na primeira. Impetuoso e firme na cavalgada para o segundo tento. Dito e feito: avalanche em Alvalade com os adeptos a entoar o nome de Paulinho depois de o avançado ter feito abanar as redes de Trigueira. Pedro Gonçalves não foi egoísta e serviu o colega para o golo do 2-0.

    O resto da segunda parte foi de sentido único. Sporting por cima durante a segunda parte e com um à vontade a sair a jogar que dá gosto a quem gosta de ver um bom jogo de futebol. Por sua vez, o Tondela ia ressentindo isso e acabou por passar o segundo tempo mais recuado. Um Sporting que respira saúde com o dérbi aí à porta. Resta saber o que diz o boletim médico quanto a Palhinha que, com certeza, e caso se verifique, fará muita falta a este Sporting na Luz.

     

    A FIGURA

    Sporting
    Fonte: Carlos Silva / Bola na Rede

    Inácio – A escolha para a figura deste jogo não foi óbvia. O jogo coletivo do Sporting foi o melhor deste duelo na minha opinião. Houve destaques, sim, e por isso a minha escolha vai para Gonçalo Inácio. Não foi por acaso que foi eleito o “pulmão” do jogo. Ainda a melhorar em pequenas coisas, Inácio é exímio numa vertente que se torna ainda mais valiosa num jogador tão jovem: a construção. Hoje esteve bem e foi dos poucos que ia conseguindo contrariar as dificuldades na procura de espaços interiores a certa altura da partida.

     

    O FORA DE JOGO

    Sporting
    Fonte: Carlos Silva / Bola na Rede

    Possível lesão de Palhinha – Para o nível a que estamos habituados, Palhinha foi hoje menos preponderante no jogo dos leões. Apesar disso, o destaque negativo vai para o momento em que este é substituído. A cara do atleta não mente e de facto importa começar a pensar em soluções para a “âncora” do meio-campo verde e branco. Sobretudo com um dérbi aí à porta.

     

    ANÁLISE TÁTICA – SPORTING CP

    Um Sporting fiel a si mesmo num 3-4-3, mas com algumas mudanças em relação ao último jogo. Muito provavelmente por questões de gestão de plantel, Amorim senta Feddal neste início de encontro. Também sentado nesta primeira parte ficou Pedro Porro com Esgaio a mostrar serviço pela direita.

    Com bola e a controlar o jogo, a dinâmica em que Pedro Gonçalves segue para a esquerda e Sarabia (onde estava a render muito bem) para a direita pareceu trocar de certa forma as voltas ao adversário, sobretudo nos primeiros minutos.

    As alas iam sendo a “via verde” para o Sporting ir encontrando espaços e lances de perigo em caminho para a baliza da direita. Por outro lado, a meio caminho do jogo, os leões mostravam dificuldade em construir no jogo interior. Talvez a entrada de Daniel Bragança nos minutos iniciais da segunda viesse tentar responder a esta lacuna. O jovem é sinónimo de posse, criatividade e maior qualidade na circulação de bola no miolo do terreno.

     

    11 INICIAIS E PONTUAÇÕES 

    Adán (7)

    Coates (7)

    Palhinha (5)

    Matheus Nunes (7)

    Nuno Santos (6)

    Neto (8)

    Sarabia (7)

    Paulinho (8)

    Gonçalo Inácio (8)

    Pedro Gonçalves (6)

    Ricardo Esgaio (6)

    SUBS UTILIZADOS

    Daniel Bragança (6)

    Tiago Tomás (-)

    Ugarte (-)

    Nazinho (-)

    Tabata (-)

     

    ANÁLISE TÁTICA – CD TONDELA 

    Como já era sabido, Eduardo Quaresma não pôde fazer parte das contas para este 4-3-3. O Tondela entrou com uma postura muito pressionante onde “asfixiava” os leões desde logo na primeira fase de construção.

    Ao contrário do que se verificou nos primeiros minutos, o Tondela conseguiu ir equilibrando as contas no que diz respeito à posse de bola da partida. Tiago Dantas começou a ter mais bola e isto fez também com que houvesse melhor ligação entre os dois últimos setores.

    A resposta à supremacia nas alas por parte do Sporting foi também algo que o Tondela conseguiu “remendar” de certa forma ao longo do primeiro tempo. Se por um lado, as alas estavam a ser o ponto-chave deste encontro, por outro, o jogo interior leonino ia acabando por ser quase inexistente. Jogo entrelinhas nem vê-lo (salvo raras exceções) e a verdade é que o Tondela foi o maior culpado disso: fechou-se muito bem e foi preenchendo os espaços que inicialmente ia dando ao adversário.

     

    11 INICIAIS E PONTUAÇÕES

    Trigueira (6)

    Sagnan (5)

    Pedro Augusto (5)

    João Pedro (4)

    Murillo (7)

    Dadashov (6)

    Tiago Almeida (5)

    Undabarrena (5)

    Khacef (5)

    Dantas (6)

    Rafael Barbosa (7)

    SUBS UTILIZADOS

    Boselli (-)

    Daniel dos Anjos (-)

     

    BnR NA CONFERÊNCIA DE IMPRENSA 

    Sporting CP

    BnR: O Sporting estava a conseguir sair muito bem pelas alas no início do jogo, mas o que é certo é que teve algumas dificuldades em jogar entrelinhas depois. De que forma é que procurou contrariar esta tendência e se, por exemplo, a entrada de Bragança teve também um pouco a ver com isto.

    Rúben Amorim: Acabou por ser mas na segunda parte já estávamos bem. Tenho ideia de três ou quatro receções onde o Pablo e o Pote se podem virar e fazem a tabela para a frente. Não rodam e utilizam o espaço. No fundo, o que eu lhes disse ao intervalo foi para lhes tentar mostrar isso sem grandes gritarias. Porque eu sei que eles querem. O que eles não estavam a compreender era os momentos do jogo, os posicionamentos. O entendimento do jogo que tiveram na quarta-feira, não o conseguiram fazer tão bem hoje.

    CD Tondela

    BnR: No início da primeira parte, o Sporting sentiu muitas facilidades em sair pelos flancos. Por outro lado, acabou mostrar algumas dificuldades no jogo interior ao longo do primeiro tempo ao mesmo tempo que o Tondela ia fechando melhor os espaços no final da primeira parte. Foi desta forma que a equipa tentou reagir.. tentando “estancar” mais os espaços interiores?

    Ignacio Arenas Lloren: Sim. O início da primeira e da segunda parte foram muito fortes da nossa parte. Conseguimos ser verticais, mas depois sofremos os golos e que nos custaram a habituarmo-nos ao ritmo do jogo. Como disseste, ao longo do primeiro tempo fomos conseguindo ter mais bola e com critério. E a superioridade que conseguimos ter no meio possibilitou-nos equilibrar um pouco o jogo para o nosso lado.

     

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    Inês Marques Santos
    Inês Marques Santoshttp://www.bolanarede.pt
    A Inês é licenciada em Jornalismo. A experiência do Bola na Rede veio juntar duas coisas de que gosta de fazer: escrever e ver futebol. Desde nova que quer entrar no mundo do jornalismo desportivo e espera um dia conseguir marcar o seu lugar no mesmo.