Sporting CP 3-0 Vitória SC: Rei foi banquete do leão

    A CRÓNICA: LEÕES APANHAM MINHOTOS EM DESNORTE

    O barco do Sporting CP quase não se move com o peso da água que entrou pelos buracos abertos no decorrer de uma viagem periclitante que trouxe a Alvalade um Vitória SC a zarpar bem mais rápido.

    O efeito da âncora afetou o ritmo dos conquistadores que não se deram bem com a maré cheia e foram abalados como se um tsunami os houvera atingido. O domínio do Sporting CP teve um impacto dessa magnitude.

    Era novidade, diga-se, já que no quinto lugar à entrada da jornada e numa série de sete jogos sem perder, o Vitória SC encimava o Sporting CP na classificação. No jornalismo há a velha máxima de que notícia é quando o homem morde o cão e não quando o cão morde o homem. Daí os leões a domarem com tanta mestria os conquistadores ser motivo de destaque.

    Os leões iam insistindo em métodos que se revelavam ganhadores mesmo antes de conferirem qualquer vantagem. Mas preocupado em resolver os problemas que o Sporting CP causava, o Vitória SC não viu que à frente estava um poço onde não precisou que ninguém o empurrasse para cair. Quando Afonso Freitas, lateral-esquerdo dos de Guimarães, viu o primeiro amarelo aos 17 minutos, ficava a faltar um passo para o erro se revelar ainda mais prejudicial. O ato fatal aconteceu aos 26 minutos quando o vermelho pairou na mão do árbitro Manuel Mota pelo facto do jogador vitoriano ter pisado Gonçalo Inácio.

    Com o Vitória SC reduzido a dez elementos, o Sporting CP tinha condições para que a superioridade não se ficasse por aí. Os conquistadores ainda tentavam perceber como deviam ajustar o corredor esquerdo defensivo – por lá passou Nélson da Luz que acabou substituído por Ryoya – quando Pedro Porro apareceu por lá de rompante e cabeceasse para o golo.

    Os minhotos claramente sofriam de desnorte e, ainda mais, foram atingidos por um tufão oriental de seu nome Morita. O japonês já tinha falhado um golo cantado, mas, à segunda, afinou o remate e fez da baliza a caixa de ressonância onde a bola ficou.

    O Sporting CP continuava a dar música a um Vitória SC nulo do ponto de vista atacante. Apesar do remate de Edwards, que entrou ainda na primeira parte, não ter sido muito afinado, o resvalar nas costas de Bamba deu o tom para o grito de novo golo, o terceiro e último.

    Os leões são uma equipa que flutua em maus resultados, um mar demasiado tenebroso, nunca antes navegado, por onde Rúben Amorim assume jamais ter passado ao comando do Sporting CP. Viram neste resultado uma ilha face ao que tem sido a sua condição perdedora nos últimos jogos. No entanto, perante o que há a marear para o Sporting CP ambicionar algo no campeonato, onde tomou para si a quarta posição, continua sem haver terra à vista.

     

    A FIGURA:

    Fonte: Carlos Silva/Bola na Rede

    Pedro Porro Uma presença altamente diferenciadora no ataque. Quer fosse para aparecer a finalizar, quer fosse para promover cruzamentos tentadores para serem concretizados pelos avançados, esteve sempre altamente comprometido com a missão ofensiva.

    O FORA DE JOGO:

    Fonte: Carlos Silva/Bola na Rede

    Afonso Freitas Uma escolha que fica fácil pelo efeito que a sua ausência provocou na equipa. A expulsão foi o romper de um fio que estava à beira de estoirar na defesa vitoriana.

    ANÁLISE TÁTICA – SPORTING CP

    A opção do Sporting CP voltou a recair em ter um ponta de lança de referência. Rúben Amorim lançou assim Paulinho como titular. A opção do técnico leonino revelou-se útil por precaver que o jogo, por ambas as equipas atuarem em 3-4-3, se poder encaixar, obrigando o Sporting CP a ligações mais verticais com a frente de ataque, onde Paulinho podia fazer valer a qualidade que oferece nos apoios frontais. Já Pedro Gonçalves também fez parte da frente de ataque.

    Desta forma, os médios, Morita e Ugarte, viram o ataque organizado verde e branco passar-lhes um pouco ao lado. Para tentar desbloquear o jogo, Morita tentou aparecer numa linha diferente da de Ugarte, visando ocupar o espaço entre linhas.

    Flávio Nazinho realizou o segundo jogo consecutivo a titular. Neste caso, Matheus Reis fechou o corredor mais por dentro ao posicionar-se como central mais à esquerda. Particular relevo para a largura e chegada que Nazinho e Porro deram aos corredores que causou bastantes problemas.

    11 INICIAL E SUBSTITUIÇÕES

    Antonio Adán (5)

    Pedro Porro (8)

    Gonçalo Inácio (6)

    Sebástian Coates (6)

    Matheus Reis (7)

    Flávio Nazinho (4)

    Manuel Ugarte (5)

    Hidemasa Morita (5)

    Pedro Gonçalves (6)

    Arthur Gomes (6)

    Paulinho (6)

    SUBS UTILIZADOS

    Marcus Edwards (6)

    Rochinha (5)

    Francisco Trincão (5)

    Sotiris Alexandropoulos (5)

    Jeremiah St. Juste (5)

    ANÁLISE TÁTICA – VITÓRIA SC

    Prevaleceu a marca tática mais evidente da equipa de Moreno com Ibrahima Bamba no meio da linha de cinco do Vitória SC. No entanto, o médio italiano tentou aparecer nas costas da primeira linha de pressão do Sporting CP na primeira fase de construção.

    A verticalidade foi uma aposta na equipa de Guimarães, ou não fosse uma arma forte dos três atacantes, Mikey Johnston, Nélson da Luz e Anderson Oliveira. Desta forma, sem precisarem de, ao atacarem, se terem que desposicionar demasiado, prejudicando a transição defensiva, André André e Tiago Silva funcionaram essencialmente como lançadores. O Vitória SC olhou particularmente para o seu corredor direito ofensivo como um ponto a explorar quando viu na ficha de jogo que era Nazinho quem, do lado do Sporting CP, se ia encarregar de o defender.

    Em termod defensivos, o Vitória SC optou por não pressionar alto e preferiu a organização. De resto, nesse momento olha-se para o comportamento da linha defensiva vitoriana e percebe-se o porquê de serem uma das defesas menos batidas do campeonato. Todos os elementos revelaram uma exímia coordenação posicional e de orientação dos apoios que permitiram aos vitorianos jogar num bloco médio muito compacto. A isto somou-se o papel dos extremos, Nélson da Luz e Mikey Johnston, a fecharem por dentro e a negarem linhas de passe interiores.

    11 INICIAL E SUBSTITUIÇÕES

    Bruno Varela (5)

    Zé Carlos (4)

    André Amaro (5)

    Ibrahima Bamba (5)

    Mikel Villanueva (5)

    Afonso Freitas (3)

    André André (4)

    Tiago Silva (5)

    Mikey Johnston (4)

    Nélson da Luz (6)

    Anderson Oliveira (6)

    SUBS UTILIZADOS

    Ryoya Ogawa (4)

    Jota Silva (5)

    André Silva (5)

    Dani Silva (5)

    Bruno Gaspar (-)

     

    BnR NA CONFERÊNCIA DE IMPRENSA

    Vitória SC

    BnR: O Vitória SC tentou sempre, mesmo em inferioridade, manter um bloco médio com as linhas bem juntas. Com os constantes ataques à profundidade por parte dos jogadores do Sporting CP, não se sentiu tentado a baixar mais as linhas?

    Moreno: Não. Tem muito a ver com aquilo que é o nosso jogo. Perdemos três pontos, mas nunca deixámos de ser nós. Houve muito mérito do Sporting CP pela qualidade dos seus atletas, pelos espaços que consegue encontrar. Não tivemos a bola que queríamos, porque é difícil. O Sporting CP tem uma pressão agressiva. Fizemos o que conseguimos. Não nos desequilibrámos. Temos que perceber o que correu mal. Cometemos erros e temos que perceber isso. Faz parte da evolução que o grupo tem tido desde o início da época. Que isto sirva de aprendizagem para o que pretendemos para o futuro.

     

    Sporting CP

    O Bola na Rede foi impedido de colocar questões ao treinador do Sporting CP, Rúben Amorim.

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    Francisco Grácio Martins
    Francisco Grácio Martinshttp://www.bolanarede.pt
    Em criança, recreava-se com a bola nos pés. Hoje, escreve sobre quem realmente faz magia com ela. Detém um incessante gosto por ouvir os protagonistas e uma grande curiosidade pelas histórias que contam. É licenciado em Jornalismo e Comunicação pela Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra e frequenta o Mestrado em Jornalismo da Escola Superior de Comunicação Social.