Sporting CP 4-0 CD Santa Clara: Quatro golos e um fim memorável

     A CRÓNICA: A DESPEDIDA DO SPORTING COM NOITE DE GOLOS

    O último grito dos leões. No Estádio de Alvalade, o Sporting CP venceu o CD Santa Clara, naquela que seria a despedida de ambos os clubes na Primeira Liga. Sem quaisquer objetivos, esta última jornada apenas serviu para cumprir calendário e porventura terminar com uma boa imagem.

    Entre Leões e Bravos Açorianos, só podia ser um bom jogo. Apesar de o Sporting ter entrado com mais garra e vontade (oportunidade de perigo, aos 2´), o Santa Clara também mostrou ser competente quer a nível defensivo como ofensivo. Para além do equilíbrio, houve também magia no minuto 17 com os aplausos a Pablo Sarabia. Independentemente do clube que sejamos, foi um momento lindo de confraternização entre adeptos e jogador. Foi Futebol. De destacar ainda que o Santa Clara esteve muito perto de chegar ao 0-1, após erro de Coates e remate de Mohebi aos 29´.

    Aos 40 minutos, depois de algumas dificuldades em entrar no último terço açoriano, o Sporting não deixou ameaça, mas sim golo de Tabata que descobriu o espaço e atirou a contar (1-0).

    A festa verde e branca não ficaria por aqui. Em apenas nove minutos, o Sporting CP faz o 3-0: primeiro, por cruzamento de Nuno Santos que descobre Pedro Porro no segundo poste e, depois, cruzamento de Pedro Gonçalves para o golo de Pablo Sarabia – porventura o seu último. A partir daí, o Sporting iniciou o processo de rotação de equipa, tendo incluído a substituição calorosa de Pablo Sarabia.

    As boas oportunidades perduraram naturalmente e, aos 78´, Marcus Edwards marcou um golo de deixar água na boca. Não havia quaisquer hipóteses. 90 minutos e quatro golos depois, termina o filme “Primeira Liga 2021/2022” com uma vitória e um fim memorável para Pablo Sarabia.

     

     

    A FIGURA

    Sporting
    Fonte: Carlos Silva / Bola na Rede

    Nuno Santos – Na verdade, toda a equipa fez uma excelente exibição. E, portanto, poderia igualmente estar aqui outro nome, mas destaco Nuno Santos pela sua capacidade ofensiva brutal: uma assistência, cinco passes-chave, duas grandes oportunidades criadas, 88% de eficácia de passe e seis passes longos completos.

     

    O FORA DE JOGO

    Sporting
    Fonte: Carlos Silva / Bola na Rede

    Rui Costa – Não acrescentou praticamente nada ao jogo do Santa Clara, tendo apenas acertado cinco passes… Saiu assim aos 57 minutos.

     

    ANÁLISE TÁTICA – SPORTING CP

    Já seria expetável que Rúben Amorim não mudaria o sistema tático habitual na última jornada: 3-4-3. No entanto, empreendeu algumas alterações no 11 inicial, destacando João Virgínia, Daniel Bragança e Tabata. Desde logo, a garra e a vontade ficaram bem latentes no plano de jogo verde e branco através da forte reação à perda com a pressão ao portador da bola, conseguindo recuperar muitas vezes o esférico. Não foi fácil explorar o corredor central pela quantidade de homens do Santa Clara nesta zona, porém assistimos Tabata recuar como terceiro médio para ajudar na ligação de setores e colmatar a superioridade numérica do adversário no meio-campo.

     

    11 INICIAL E PONTUAÇÕES

    João Virgínia (6)

    Neto (6)

    Sebastián Coates (7)

    Gonçalo Inácio (8)

    Nuno Santos (8)

    Daniel Bragança (7)

    João Palhinha (6)

    Pedro Porro (8)

    Pedro Gonçalves (7)

    Tabata (7)

    Pablo Sarabia (7) 

    SUBS UTILIZADOS

    Marcus Edwards (7)

    Manuel Ugarte (7)

    Rodrigo Ribeiro (5)

    André Paulo (5)

    José Marsà (5)

     

    ANÁLISE TÁTICA – CD SANTA CLARA

    Na deslocação a Alvalade, Mário Silva organizou a sua equipa num 4-2-3-1 que tinha porventura como estratégia impor superioridade numérica nos confrontos laterais e ainda no meio-campo, ao fazer descer os seus avançados para rodear (juntamente com os médios açorianos) os médios leoninos, de modo a cortar linhas e impedir o jogo interior do Sporting. No processo defensivo, apostou num 4-4-2 que sofreu algumas variações: 4-3-3 (por vezes) e, quando o Sporting chegava ao último terço, resguardavam-se numa linha de cinco jogadores. Em contraposto, no panorama ofensivo, procuraram surpreender em transições rápidas com bolas em profundidade nos corredores laterais.

     

    11 INICIAL E PONTUAÇÕES

    Ricardo Fernandes (5)

    Paulo Henrique (7)

    João Afonso (6)

    Kennedy Boateng (6)

    Pierre Sagna (7)

    Hidemasa Morita (7)

    Julio Romão (7)

    Ricardinho (6)

    Lincoln (6)

    Rui Costa (4)

    Mohammad Mohebi (5)

    SUBS UTILIZADOS

    Luis Gomez (5)

    Rúben Oliveira (6)

    Kyosuke Tagawa (5)

    Óscar Barreto (4)

    Nené (7)

     

     

    BnR NA CONFERÊNCIA DE IMPRENSA

    Sporting CP

    BnR: O Santa Clara entrou no jogo com uma estratégia de se superiorizar numericamente no meio-campo, ao fazer descer os avançados e, juntamente com os médios, rodear os médios do Sporting. Pergunto-lhe se procurou retaliar isso com o recuo de Tabata para jogar como terceiro médio, bem como ajudar no apoio e ligação entre setores?

    Rúben Amorim: Eu tirei o curso com o Mário e nós falámos no último jogo da Taça da Liga. Eles pensavam que íamos fazer o mesmo que na Taça e não fizemos. Conseguimos tapar aquele espaço, mas a qualidade dos nossos jogadores ajudou-nos. O Santa Clara estava a roubar-nos bolas, algumas eramos nós que dávamos.

    CD Santa Clara

    BnR: Do meu ponto de vista, o Santa Clara entrou no jogo com uma estratégia de ganhar a superioridade numérica nos confrontos laterais e, sobretudo, no meio-campo ao recuar os avançados para rodear (juntamente com os seus médios) os médios do Sporting com o objetivo de cortar linhas e fechar o jogo interior. A defender, ainda vimos um 4-4-2, por vezes um 4-3-3 e quando o Sporting se aproximava do último terço, formavam uma linha de cinco jogadores. Pergunto-lhe se foi esta a estratégia pensada para a partida?

    Mário Silva: Excelente análise. Sem dúvida que nós queríamos ter a capacidade de no início de jogo conseguir jogar em bloco médio/alto e pressionar a equipa do Sporting. Normalmente, temos uma forma de pressionar algo desorganizada e é por isso que vimos por vezes o 4-4-2 e o 4-3-3. Os jogadores tem a liberdade de definir os momentos de pressão, de acordo com aquilo que se pretende. Na segunda parte, acho que não tivemos a capacidade de combater a qualidade ofensiva do Sporting.

    Artigo revisto por Joana Mendes

     

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    Diogo Lagos Reis
    Diogo Lagos Reishttp://www.bolanarede.pt
    Desde pequeno que o desporto lhe corre nas veias. Foi jogador de futsal, futebol e mais tarde tornou-se um dos poucos atletas de Futebol Freestyle, alcançando oficialmente o Top 8 de Portugal. Depois de ter estudado na Universidade Católica e tirado mestrado em Barcelona, o Diogo está a seguir uma carreira na área do jornalismo desportivo, sendo o futebol a sua verdadeira paixão.