Não é surpresa a simpatia de Rúben Amorim pelo 3-4-3 que tanto temos visto utilizar no Sporting CP. Seja por preferência no tipo de futebol que esta tática permite jogar, ou pelos resultados que ela já lhe trouxe na carreira, a verdade é que o jovem treinador muito raramente abdica deste esquema.
Se por um lado usar a mesma tática pode ter pontos positivos, como os jogadores conhecerem-na como a palma da mão e poderem ser versáteis no seu posicionamento em campo, pode levar também a alguma previsibilidade e até a um certo desgaste dos próprios atletas.
Que outras táticas usou Amorim no Sporting CP?
Até ao momento, e apesar da “goleada” na utilização da tática predileta, Amorim já nos deu um cheirinho dos esquemas táticos que a turma de Alvalade pode vir a desempenhar num futuro próximo.
Não mexendo muito na organização defensiva da equipa, e se a memória não me falha, o Sporting CP apresentou-se numa tática base de 3-5-2, no empate desta temporada frente ao CS Marítimo e na vitória do ano passado frente ao Vitória SC.
No processo defensivo, o comportamento da formação leonina varia entre o 5-3-2 e o 5-2-3, pois Rúben Amorim tem preferência clara pela pressão a três na fase de construção do opositor. Já a atacar, o Sporting privilegia mais a posse de bola no meio-campo.
Quando é necessário pegar no jogo junto à linha, são os médios que o fazem, enquanto que os alas fazem de extremos na fase de construção. Na frente de ataque, um dos avançados segura a linha defensiva adversária, enquanto que o outro desce no campo para vir buscar jogo, criando um losango no meio-campo, à semelhança do que acontecia no 3-4-3 de Johan Cruyff.

Outro dos esquemas que Amorim já tinha vindo a utilizar, mas desta feita em amigáveis à porta fechada, foi o 4-2-3-1. A primeira impressão que tivemos desta tática ao serviço dos leões foi no último clássico frente ao FC Porto, na primeira mão da meia-final da Taça de Portugal. Ao ver-se a perder, Amorim retirou um dos defesas centrais e passou a alinhar com quatro elementos no eixo defensivo.
Embora não tenha dado para tirar grandes conclusões sobre se seria uma boa ou má opção, a verdade é que esta tática demonstra ter algumas semelhanças ao habitual 3-4-3 leonino: dois médios no corredor central, o médio ofensivo muito próximo do ponta de lança, um dos extremos a fazer movimentos para o corredor central e outro colado à linha e um dos laterais bastante ofensivo.

Que futuro para estas formações?
Não tenho dúvidas de que Rúben Amorim vai continuar a apostar no seu 3-4-3. Foi a tática que lhe deu, a ele e aos clubes que representou, o sucesso que todos sabemos. Porém, há que ter alternativas para surpreender o adversário.
Ele próprio afirmou que era a antítese de Guardiola, no sentido em que a sua equipa era muito estruturada e pouco flexível. Cabe ao jovem técnico português trabalhar nessa flexibilidade tática, de modo a vermos um Sporting CP cada vez mais forte, completo e, sobretudo, imprevisível.