Foi com o pé esquerdo de Edwards que o Sporting CP entrou de pé direito

    Há cerca de um ano estava o Sporting CP a ser arrasado pelo AFC Ajax por uns expressivos 5-1. Há três anos que não pisava o maior palco do futebol e foi com o pé esquerdo que regressou. Foi, na altura, um choque de realidade.

    Choque esse que talvez fosse necessário, pois acabou por conseguir chegar aos oitavos-de-final, feito que tinha alcançado somente uma única vez. Bateu o à partida favorito a vencer o grupo BV Borussia Dortmund e aniquilou o Besiktas JK, garantindo a passagem no segundo lugar do grupo.

    Este ano, ao contrário do ano passado, os verdes e brancos arrancaram com o pé direto na prova milionária. Finda a primeira jornada, o Sporting CP encontra-se no primeiro lugar do grupo D com três pontos, os mesmo que o Tottenham Hotspur FC, mas com uma melhor diferença de golos.

     

    Arranque a fazer história

    Os leões arrancam a presente edição da melhor prova de clubes a fazer história, e novamente com Rúben Amorim ao leme. Nunca a formação leonina tinha sido capaz de vencer em solo germânico. O registo era até então de zero vitórias, um empate e catorze derrotas (0-1-14), e já vinham numa sequência de sete jogos consecutivos a perder.

    Foram capazes de provar que o velho ditado “11 contra 11 ganham os alemães” pode ser contrariado.

     

    A vitória do Sporting

    Foi, sem dúvidas, uma vitória justa do conjunto comandado por Rúben Amorim, mas a diferença de golos no marcador não espelha aquilo que foi o jogo do Sporting. Na primeira parte houve um claro equilíbrio, com as melhores oportunidades a surgirem do lado da formação da casa, mas todas elas por erros não forçados dos leões. Apesar de já não serem estreantes, o nervosismo era visível pela quantidade exagerada de passes falhados e de passes comprometedores. Ainda assim, António Adán, que não vivia o seu melhor momento, foi capaz de evitar males maiores.

    Antonio Adán Sporting CP
    Fonte: Carlos Silva / Bola na Rede

    O Eintracht Frankfurt não pisava o palco da Liga dos Campeões há 62 anos. Era uma estreia para muitos dos jogadores. Todavia, protagonizaram ocasiões na primeira metade que podiam ter levado a outro desfecho. Tal não aconteceu e na segunda parte não tiveram capacidade para segurar o endiabrado Marcus Edwards, que já no primeiro tempo foi o jogador que mais perto esteve de fazer as redes balançar. E foi mesmo pelo pé esquerdo do inglês que o marcador se alterou, tendo ainda assistido Francisco Trincão, que se estreou a marcar de leão ao peito, passados dois minutos do primeiro golo.

     

    Os que fizeram a diferença

    Adán foi a muralha que conquistou os sportinguistas a temporada passada. Jeremiah St. Juste enquanto esteve em campo foi a melhor unidade dos verdes e brancos, justificando pela primeira vez o investimento nele realizado pelo Sporting. Coates, o patrão da defesa, à exceção de um corte incompleto e um passe mal medido, esteve imperial e a fazer valer a sua experiência. Ugarte esteve irrepreensível no capítulo do desarme e com Morita ao lado foi capaz de guardar a zona central. E Edwards, o melhor em campo, mostrou ser um desequilibrador nato e a cada jogo que passa mostra ter a capacidade para ser muito influente no conjunto leonino.

     

    Primeiros apontamentos

    Os comandados de Rúben Amorim mostraram ser capazes de fazer pelo menos seis pontos num grupo que já se percebeu ser competitivo. Neste primeiro embate conseguiram manter a baliza inviolada, tarefa que tem sido difícil no campeonato. Mostraram conseguir manter um bloco compacto e controlar a profundidade. E o ataque revelou ser eficaz e eficiente em aproveitar os espaços dados pelo adversário.

    O próximo encontro é em Alvalade frente ao Tottenham, que tem claramente outro andamento e que é à partida o favorito a vencer o grupo. Ter bola, que foi fundamental na Alemanha, vai ser crucial frente ao conjunto inglês. E não cometer erros infantis também, pois as armas do ataque dos Spurs são letais.

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    Miguel Amaral Rodrigues
    Miguel Amaral Rodrigueshttp://www.bolanarede.pt
    Desde que se lembra que o Miguel joga à bola. Sentiu sempre uma ligação com a redondinha. Com 7 anos de idade começou a ir a Alvalade e desde então é raro falhar um jogo. Aos 13 iniciou a sua carreira no futebol federado. E para sua tristeza, há cerca de dois anos pendurou as botas. Mas não largou a maior paixão que tem na vida. Estuda jornalismo na ESCS e é por intermédio da comunicação que quer acompanhar o futebol daqui para a frente.