OS ÚLTIMOS DEZ ANOS E A IMPONÊNCIA DE ALVALADE FACE AO CLÁSSICO ENTRAM NUM BAR
Não é por mero acaso que o Sporting Clube de Portugal e o Futebol Clube do Porto sinalizam um embate histórico do futebol português. É um clássico e, como tal, a partida é circunscrita ao pensamento de que “tudo pode acontecer”. Para os azuis e brancos, Alvalade ergue-se como a fortaleza à qual a invasão não conheceu êxito: o último triunfo, a contar para o campeonato, data de cinco de outubro de 2008 (1-2), sob a alçada de Jesualdo Ferreira.
Além disto, os últimos confrontos sorriram maioritariamente aos do reino de leão, nomeadamente na conquista das duas Taças da Liga (1-0 e 2-1, respetivamente) e da Taça de Portugal (3-2), todas jogadas na “lotaria” das grandes penalidades. Ambas as formações registam o mesmo número de vitórias nos derradeiros cinco jogos realizados; contudo, a listada verde e branca sucumbiu ao desaire europeu (3-0 diante do Lask Linz), enquanto que a armada chefiada por Sérgio Conceição cedeu o empate no Jamor, defronte do Belenenses SAD (1-1).
COMO JOGARÁ O SPORTING CP?
O Natal já era e o Ano Novo vira as primeiras páginas. Yannick Bolasie é a rabanada que ficou entalada no jogo da Taça da Liga e que, após a ingestão de um cálice de vinho do Porto, retomou a sua estrada. Jovane Cabral representa os sonhos que induzem àquela esperança de última hora. Deste modo, Jorge Silas estudará as opções à sua disposição e testá-las-á nas suas possíveis combinações: o quarteto defensivo permanecerá intacto, o meio campo transporta o pensamento do adepto para a preparação de uma “festa de boas vindas” a Rodrigo Battaglia e o ataque efetuado ao ritmo de Luciano Vietto.
JOGADOR A TER EM CONTA:
Bruno Fernandes – a introdução à trama tem sido feita jogo após jogo e, por essa razão, creio que qualquer palavra que se diga desvanece, em parte, a qualidade do melhor jogador do campeonato português. É ele e mais dez, como já se sabe. Inspirado, pode decidir um jogo deste calibre. Desinspirado, pode corroer as aspirações dos adeptos. A batuta é dele por direito e surge erguida, com o punho cerrado: resta é descortinar se os restantes querem fazer música…
XI PROVÁVEL:
4-3-3 – Luís Maximiano; Ristovski, Coates, Mathieu e Acuña; Rodrigo Battaglia, Wendel e Bruno Fernandes; Luciano Vietto, Yannick Bolasie Luiz Phellype.
COMO JOGARÁ O FC PORTO?
No coração do Norte, o pensamento é único: Operação STOP a Alvalade e a demanda pela 85.ª vitória no terreno do rival. O técnico dos dragões deverá adotar a estratégia utilizada no Estádio da Luz que, diga-se de passagem, “foi queijo para a ratoeira” montada e apresentada a Portugal inteiro, mas com pequenas nuances: face à lesão de Romário Baró, Otávio deve correr para o seu lugar, Nakajima está à escuta e à espreita de um lugar na frente de ataque, se Jesús Corona ocupar o lado direito da defesa. A dúvida reside na continuidade da aposta em Loum ou na oportunidade de redenção concedida a Matheus Uribe. Tudo para que não se chumbe no teste do balão!
JOGADOR A TER EM CONTA:
Moussa Marega – a imprevisibilidade é a melhor das armas e o maliano está constantemente munido de balas deste calibre. Em forma física ou não, fazendo um mau jogo ou não, Moussa Marega possui a capacidade de desgaste (físico e psicológico) de um terceto, quarteto ou quinteto defensivo: rapidez, agilidade, força e insistência, um compêndio das suas qualidades enquanto profissional. Na presente época, defronte do velho rival e sob a melodia dos apupos, que mesclou racismo e destabilização, ripostou com um golo, gelando um estádio com quase 60 000 pessoas. Não o provoquem!
XI PROVÁVEL:
4-3-3 – Marchesín; Jesús Corona, Pepe, Iván Marcano e Alex Telles; Danilo, Loum e Otávio; Nakajima, Luíz Díaz e Marega.
Foto de Capa: Carlos Silva/Bola na Rede
Artigo revisto por Inês Vieira Brandão