Todos caímos, apenas os fortes se levantam

    porta

    Depois do jogo do passado sábado, inúmeras foram as críticas dirigidas a Rui Patrício e, conseguindo dar de barato a graçola fácil para um qualquer adepto de clube rival, não consigo perceber os Sportinguistas que tão repentinamente se esquecem do que o guardião já deu ao Sporting Clube de Portugal.

    Antes de continuar este texto, quero aqui ressalvar que fui um dos críticos de Patrício, aquando do seu início de carreira no meu clube. Continuo a achá-lo banal ao nível de jogo de pés e com alguma insegurança em momentos de aperto. No entanto, não valorizar a evolução do internacional português é digno de alguém que só ver uma cor – encarnado, por exemplo – à frente .

    Dizer que um verdadeiro Sportinguista não crítica os jogadores do seu clube é demagogia bacoca e duma inverdade gritante. Quem nunca criticou um Krpan? Quem nunca se riu do Marian Had? Quem era capaz de ver um domínio de bola do Ribas sem soltar uma ofensa? Agora o que não podemos esquecer é daqueles que nos fazem bem, que estão lá nos momentos certos, para fazer exibições gigantes como a que Patrício realizou frente ao Chelsea em Alvalade esta temporada.

    Durante épocas a fio, o capitão do Sporting tem vindo a ser um dos principais pilares do clube e do balneário, sem nunca levantar ondas, sem pedir – pelo menos publicamente – aumentos salariais ou exigir transferência para clubes que apoia desde infância. No entanto, grande parte dos Sportinguistas padece dum problema português, a necessidade de sentir falta, de suspirar pelo que já não tem; no fundo de sentir a tão nossa Saudade.

    Sporting – Chelsea. Rui Patrício foi simplesmente brilhante Foto: Facebook Oficial do Sporting Clube de Portugal
    Sporting – Chelsea. Rui Patrício foi simplesmente brilhante
    Foto: Facebook Oficial do Sporting Clube de Portugal

    E, muito provavelmente, Rui Patrício irá um dia sair do Sporting para experimentar outros campeonatos; e eu irei ter medo desse dia. Porque ter um guardião como o nosso custará muitos milhões ao nosso clube, ou então será preciso “criar” um novo Damas na Academia. Não devemos ter palas nos olhos, não podemos ser mal-agradecidos. Até aqueles que nas bancadas e nos sofás dizem que nunca gostaram de Patrício já aplaudiram as suas defesas, já festejaram as vitórias que ele nos deu; seja no Sporting ou na selecção.

    Por fim, queria falar da Sagres e dos Charlies que apareceram esta semana. Não vejo nenhum problema no anúncio que a cerveja holandesa criou,e até lhe reconheço alguma piada e vanguardismo. No entanto, creio que esta mesma campanha comercial deveria continuar, com a mesma originalidade e para com todos os clubes, jogadores, árbitros e erros. Adoraria ver  um anúncio sobre o grande penalidade para o Porto que apenas Paulo Baptista viu, e após a terceira imperial, ou o golo limpo anulado ao Moreirense que apenas Capela, que estava ao balcão não apanhou.

    Resumindo, e evocando uma frase dum dos melhores filmes de sempre…“O Captain, my Captain!”. Obrigado, Rui!

    Foto de Capa: Sporting Clube de Portugal

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    Vítor Miguel Gonçalves
    Vítor Miguel Gonçalveshttp://www.bolanarede.pt
    Para Vítor, os domingos da sua infância eram passados no velhinho Alvalade, com jogos das camadas jovens de manhã, modalidades na nave e futebol sénior ao final da tarde.