Três ideias para o plantel do próximo ano: manter, aumentar, reduzir

    a norte de alvalade

    Começam a surgir as primeiras notícias sobre possíveis movimentações  – entradas e saídas – relativamente à formação do plantel do próximo ano. Algumas delas não passarão de especulação pura, provavelmente a maior parte delas, mas há um fio condutor comum a quase todas, que é o que dá conta da eventualidade de o número de jogadores a entrar e sair ser considerável.

    Independentemente da credibilidade dos rumores, o tema tem interesse e será por isso aqui hoje analisado. Para tal escolhi três ideias centrais que, parece-me, devem ser observadas para que o plantel do Sporting possa melhorar o seu nível competitivo: manter, aumentar e reduzir. À priori parece que estas ideias são antagónicas, mas julgo que perceber-se-á no final que não.

    Manter

    A primeira ideia tem a ver com a estabilidade e vai em contra-ciclo com os rumores que apontam para grandes mexidas. O Sporting só tem a ganhar se mexer pouco na estrutura que suporta o plantel há duas épocas. A saída de Nani está já anunciada e é inevitável. Daí que o esforço pedido para que os jogadores que têm formado o núcleo duro dos 18 jogadores mais utilizados tenha que ser maior. E maior porque, como sabemos, alguns dos jogadores que compõem esse lote aproximam-se rapidamente do final do contrato, o que obriga a renovar ou a negociar os seus passes.

    Compreender-se-á por isso que alguns deles saiam, até pela necessidade de realização de mais-valias que sustentem uma boa saúde financeira, menos aceitável será a debandada geral. Tal obrigaria a reconstruir a equipa, num ano em que seria desejável e até exigível um início ao melhor nível, por força do que se espera que venham a ser os compromissos de qualificação para Liga dos Campeões.

    Na mesma linha, parece-me, inclui-se a manutenção do treinador. Isto porque é minha opinião que ela, não sendo obrigatória ou indispensável, seria desejável. Tal como uma maior articulação com o treinador na formação do treinador, o que notoriamente não aconteceu no ano anterior. Mudar de comando técnico e efectuar mudanças estruturais no plantel é certamente um risco que desejavelmente se deveria evitar.

    Aumentar

    Subir de nível competitivo é não apenas desejável como obrigatório para que o clube possa alcançar mais do que ficar estacionado indefinidamente abaixo dos dois lugares cimeiros. Para que isso aconteça, melhorar a competitividade interna e acrescentar qualidade é imprescindível, parecendo insuficientes em alguns pontos cruciais.

    A este nível parece-me faltar um elemento ao centro da defesa, que possa, não só aportar mais qualidade à já existente, como oferecer luta pelo lugar a Tobias, Oliveira e Ewerton, se este permanecer.

    No  meio-campo muita coisa poderá acontecer, pelo que o exercício é mais difícil sem saber que elementos irão permanecer. Na actual configuração talvez falte sobretudo mais rotatividade, tendo sido notório que alguns elementos acusaram o esforço pedido de forma consecutiva. É meu entendimento que Martins e Wallyson poderiam ter intervindo mais com ganhos para todos.

    Nos três lugares da frente será muito difícil substituir Nani e muito mais será se Carrillo também sair. Mantendo-se o peruano será bom dar-lhe concorrência. Onde o upgrade é necessário é no centro do ataque, porque é cada vez mais claro que Slimani e Montero não têm tudo o que é preciso.

    Reduzir

    Um clube que tem na formação uma das fontes primordiais de recrutamento tem de ter canais abertos para a circulação de jogadores desde a base. Até por razões motivacionais, porque sem horizontes de promoção a acomodação dos jogadores é quase inevitável. Daí que não faça muito sentido planteis extensos, com mais de dois jogadores por posição, sendo as falhas por lesão ou castigo suprimidas pelos jogadores do escalão inferior. Da A pela B e desta pelos júniores.

    Obviamente que, para que tal suceda sem grandes perdas, é necessário que na formação dos respectivos plantéis os critérios de selecção sejam muito mais rigorosos do que o mero preenchimento numérico. O número actual de jogadores sob contrato, alguns deles bastante prolongados, seria um dos grandes principais óbices à obtenção deste objectivo.

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    José Duarte
    Adepto do Sporting Clube de Portugal e de desporto em geral, especialmente de futebol.                                                                                                                                                 O José não escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.