Nós, que gostamos de futebol, estamos habituados a falar em constelações de estrelas que exibem os seus dotes artísticos dentro do campo, que nos enchem os olhos com jogadas estudadas, passes milimétricos, remates certeiros ou defesas de estirada. Essas estrelas formam muitas vezes as chamadas dreamteams nacionais ou internacionais e vão-se, ao longo da História da lei da morte, libertando. No caso do Sporting Clube de Portugal, os cinco violinos foram talvez o exemplo mais evidente, claro e inequívoco desses astros dentro dos relvados nacionais e internacionais, verdadeira constelação de estrelas onde não lhes faltava o engenho nem a arte.
Há, no entanto, um outro tipo de constelação no Universo Leonino que emerge nas horas dos jogos, fora dos estádios e dos pavilhões, e sobre os quais pouco se fala. Um conjunto considerável de adeptos reúne-se não nos estádios de futebol nem nos pavilhões, nem em casa, muito menos em qualquer taberna de esquina ou café, mas em Núcleos e Delegações oficializadas pelo Sporting, e que têm como missão principal a reunião e o convívio em horas de jogo ou outras que se relacionam com atividades culturais dessas Associações. O principal objetivo passa pela inalienável valorização do clube e a agremiação de adeptos e simpatizantes.
O Sporting tem hoje cerca de 240 núcleos distribuídos pelos cinco continentes. Ao todo, entre Núcleos, Delegações e Filiais é possível contabilizar 350. A sua disseminação tem como missão principal levar a instituição Sporting, e a sua marca, a diferentes geografias, muitas delas afastadas da cidade de Lisboa, o que se reveste, por isso mesmo, de elevada importância para o prestígio e a dignificação do clube. São também a materialização da universalidade e da grandeza do Sporting Clube de Portugal e os seus adeptos são por isso, nas horas dos jogos, verdadeiras estrelas de um dreamteam que não aparecem nas quatro linhas, nem nos estádios nem pavilhões, mas cujo fulgor e vivacidade fazem com que o orgulho e a união do clube se mantenha e prossiga.
O ambiente que se cria nestes “microestádios de adeptos” é um verdadeiro antro de apoio ao clube e às equipas. Torna-se, por isso, importante que os jogadores das diferentes modalidades saibam que muitos daqueles adeptos e sócios que não estão nos estádios e pavilhões a apoiar in loco estão justamente nos seus Núcleos ou Delegações com os cachecóis ao pescoço, as camisolas do clube vestidas e outros adereços para dar força, energia e garra à equipa rumo às vitórias. É preciso que se saiba que também eles, à semelhança daqueles que vão ao Estádio ou aos Pavilhões, vibram de forma vigorosa com as vitórias e sofrem com as derrotas do Sporting.
É importante que num clube tão grande como os maiores da Europa, como é o Sporting Clube de Portugal, não se esqueça nem se apague a importância dos seus Núcleos e Delegações enquanto espaços de convívio fraterno e caloroso entre Sportinguistas, muito deles afastados (apenas geograficamente) da casa mãe: Alvalade XXI. Só assim se pode estimular e desenvolver uma política de descentralização e universalidade do clube, fazendo verdadeiramente jus ao seu nome e dignificando-o: nunca o Sporting Clube de Lisboa mas sempre o eterno Sporting Clube de Portugal.
Foto de Capa: Sporting Clube de Portugal