Venham mais dez!

    Com vários erros a serem-lhe apontados, principalmente nas duas primeiras épocas, Patrício manteve-se firme e nunca mais largou a baliza do Sporting. Claro que teve de aguentar uma enorme pressão, ainda para mais quando está a jogar numa equipa grande e onde os adeptos são facilmente maleáveis por uma imprensa habilidosa que tem dois pesos e duas medidas na avaliação de jogadores, consoante as cores que defendem. Não fosse ele e a pior classificação do Sporting, o sétimo lugar na era do maldito Godinho Lopes, teria sido um décimo primeiro ou décimo segundo, tantas foram as vitórias pela margem mínima que o guarda redes segurou.

    Além de guarda redes, Patrício é dos capitães e pilares emocionais da equipa leonina Fonte: Sporting Clube de Portugal
    Além de guarda redes, Patrício é dos capitães e pilares emocionais da equipa leonina
    Fonte: Sporting Clube de Portugal

    A pouco e pouco, foi-se afirmando também na seleção nacional, onde também chegou à titularidade pela mão de Paulo Bento, mesmo depois do espantoso Mundial’2010 protagonizado por Eduardo na África do Sul. Muita gente não gosta de ter Rui Patrício na baliza do país e ainda me lembro de muitos que defendiam a teoria de que Rui Patrício não chegava para apertar os atacadores a José Moreira, guarda redes do Benfica no momento em que Rui Patrício chegou ao primeiro plano do futebol nacional. Só me posso rir deles agora…

    Na minha memória, de quem viu seguramente mais de 90% dos jogos da carreira sénior de Rui Patrício, estão vários jogos marcantes. O primeiro exemplo é a visita ao Twente, num playoff da Champions, em que o número 1 subiu à área contrária e teve intervenção decisiva no golo do empate. Depois, o grande jogo e a memorável defesa no Etihad Stadium, na mítica eliminatória frente ao Manchester City, sob o comando técnico de Ricardo Sá Pinto. Talvez nunca tenha dado socos no ar com tanta intensidade como naquela defesa a cabeceamento do outro guardião, Joe Hart. Novo exemplo, mais uma vez em contexto europeu. Receção ao Chelsea na época passada.

    O Sporting perdeu frente aos londrinos por 1-0, mas São Patrício ganhou de goleada aos avançados dos “blues”. A exibição de Patrício foi de tal maneira grandiosa que Mourinho desfez-se em elogios para ele no final da partida. Em termos nacionais, é mais difícil encontrar uma exibição mítica, dado que tem de defender muito menos bolas. Contudo, são às várias dezenas os jogos que já foram salvos por uma, duas ou três grandes defesas do internacional português. Ainda assim, existem um especial: a final da Taça de Portugal ganha ao SC Braga, em que Rui Patrício defendeu um penalty quando já estava coxo e nem conseguia andar direito.

    É certo que o jogo de pés não é nada de especial, mas eu quero este guarda redes no meu clube até ao fim da carreira dele. Rui Patrício, fica o meu apelo para que o leão rampante e as quinas sejam os únicos emblemas que defenderás até ao fim da carreira.

    Foto de capa: Facebook oficial de Rui Patrício

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    Diogo Janeiro Oliveira
    Diogo Janeiro Oliveira
    Apaixonado por futebol, antes dos livros da escola primária já lia jornais desportivos. Seja nas tardes intermináveis a jogar, nas horas passadas no FIFA ou a ver jogos, o futebol está sempre presente. Snooker, futsal e andebol são outras paixões. Em Portugal torce pelo Sporting; lá fora é o Barcelona que lhe enche as medidas. Também sonha ver o Farense de volta à primeira…                                                                                                                                                 O Diogo escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.