O leão esteve perto de tocar o céu, mas cortaram-lhe as asas. Depois de uma primeira parte de total submissão ao domínio espanhol, acabou por ser o inevitável Bruno Fernandes a puxar a equipa do buraco do qual parecia não conseguir sair. O golo do capitão devolveu a esperança para enfrentar o segundo tempo, mas a insensibilidade e intransigência do juíz checo foi um grande obstáculo às pretensões leoninas, aquando da expulsão, por segundo amarelo, de Jefferson. Salin foi o muro de que a equipa precisava para aguentar a avalanche do submarino amarelo e, no último lance da partida, Bas Dost não alcançou a glória de forma incrível.
Marcel Keizer trouxe para o jogo novamente um alinhamento em 3x4x3, com esperanças de transportar para o relvado o que de bom (e foi muito) foi feito no último jogo na receção ao SC Braga. Do outro lado, Calleja pareceu ter estudado muito bem a estratégia leonina e o que se viu, durante toda a primeira parte, foi um Sporting envolvido num colete de forças e sem capacidade de causar qualquer tipo de calafrios ao último reduto espanhol. Para se ter uma ideia da inoperância verde e branca, é preciso realçar que Bruno Fernandes, a jogar muito próximo das unidades mais ofensivas Bas Dost e Diaby, foi obrigado, com o passar dos minutos, a recuar muito no terreno para assegurar superioridade numérica no miolo e, enfim, trazer o jogo mais para a frente.
Mas nada feito. Primeiro Moreno, e depois Fornals, deram os primeiros sinais daquilo que seria uma constante ao longo da partida. Se na tentativa inicial Salin evitou o golo com uma bela defesa, no segundo momento só a pontaria desafinada de Fornals manteve o placard a zeros.
Sem criar perigo algum, o certo é que os leões se iam mantendo dentro da eliminatória e viram ainda tudo melhorar quando o seu abono de família ‘adivinhou’ uma receção deficiente do último defensor do Villarreal, ainda no meio campo, para logo aí iniciar uma cavalgada que só parou com a bola no fundo das redes. Bruno Fernandes deixava tudo igualado à saída para os balneários.
O balão de oxigénio ganho no último lance do primeiro tempo, contudo, haveria de se esvaziar assim que, logo no recomeço, o árbitro checo Pavel Kravolec decidiu ser interveniente e, de forma algo exagerada, admoestou Jefferson com o segundo amarelo, que levou à consequente expulsão.
A partir daqui o jogo passou a ter um só sentido, o da baliza de Salin que, diga-se, esteve enorme entre os postes, adiando o máximo que conseguiu o golo dos espanhóis. Percebia-se, ainda assim, que seria uma questão de tempo e, já depois das entradas de Ekambi e Cazorla, que ofereceram maior dinamismo ao ataque do Villarreal, a bola acabou mesmo por entrar. Ekambi serviu Fornals e este, em zona frontal, atirou a contar.
Com dez minutos para jogar, mais não restou ao leão do que apostar todas as fichas no ataque e, com a equipa completamente partida em dois (uma linha a defender e outra a atacar), Bas Dost, nos descontos, ficou a dever ao cansaço extremos que já sentia o golo fácil que esteve quase a concretizar. O cruzamento de Bruno Fernandes foi milimétrico, para o segundo poste, mas o gigante holandês, solto, acertou com a canela.
ONZES INICIAIS E SUBSTITUIÇÕES
Villarreal CF: Andrés Fernandez, Llambrich (Santi Cazorla, 71’), Mário Gaspar, Victor Ruiz, Alfondo Pedraza, Mori, Javi Fuego (Iborra, 63’), Manuel Trigueros, Daniel Raba (Ekambi, 57’), Fornals e Gerard Moreno.
Sporting CP: Salin, Ristovski (Luiz Phellype, 83’), Coates, Illori, Borja, Jefferson, Gudelj, Wendel, Bruno Fernandes, Diaby (Raphinha, 77’) e Bas Dost.