Vizela 2-3 Sporting: Ganhou-se um jogo e zero jogadores

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    Costuma dizer-se que quando se enfrenta uma equipa de nível muito inferior há tudo a perder e nada a ganhar: quando se ganha, cumpre-se uma obrigação; quando se perde, perde-se o jogo. Não é que discorde do anteriormente enunciado, mas acho que este tipo de jogos, nomeadamente para competições secundárias, são óptimas para se ganhar um conjunto de jogadores que, até então, tenham sido utilizados menos vezes. Num actual contexto, em que o Sporting não passa o melhor momento e existem jogadores titulares a render menos do que o esperado, este cenário ganha especial atenção.

    Hoje, em Moreira de Cónegos, o Sporting acabou por vencer o Vizela mas os jogadores menos utilizados que foram brindados com esta oportunidade não corresponderam. Marcelo Boeck, tão acarinhado pelos adeptos sportinguistas, tem claras responsabilidades no primeiro golo; Sarr, sem fazer um jogo terrível, não fica bem na fotografia do segundo golo sofrido e continua a mostrar as claras lacunas a nível técnico; Oriol Rosell, que tão boa imagem tinha deixado na pré-época, entrou nervoso com um erro e respectivo amarelo no primeiro minuto e nunca se conseguiu impor a grande nível; apenas André Martins teve nota positiva na noite de hoje e se mostrou capaz de ser chamado quando e se necessário.

    É óbvio que não é fácil quando se altera meia equipa e não é esta a situação ideal para cada um deles mostrar a sua capacidade. Nem tão pouco será de ignorar o facto de os jogadores em questão não terem o ritmo competitivo ideal e, por isso, ser difícil apresentar o nível demonstrado pelos titulares. Mas, quando faltam as pernas, os jogadores menos utilizados têm de ir buscar forças a um outro sítio qualquer: está em jogo a sua condição actual no plantel e as oportunidades podem não se repetir tão cedo. Posto isto, noite negativa para Marco Silva, que não ganha nenhuma nova opção para os jogos mais “a sério”.

    No que ao futebol diz respeito, nota positivíssima para o Vizela. Mentalidade positiva, agressividade na pressão ao portador da bola, boa ocupação dos espaços e qualidade individual dos elementos da frente – muito irreverentes e confiantes – e excelente capacidade nas bolas paradas ofensivas. O Sporting entrou, como às vezes é muito difícil de contrariar, com uma atitude complacente. E se em relação aos titulares esse cenário, embora não seja aceitável, pode até compreender-se… os suplentes tinham de mostrar outra garra. A qualidade individual é superior e os objectivos assim o obrigavam.

    A Figura

    Bolas paradas ofensivas – Limitando-me à figura do conjunto leonino – porque a do jogo é, inquestionavelmente, o Vizela -, há a sublinhar o aproveitamento das bolas paradas ofensivas. Três golos derivados de bolas paradas: um penalty, um canto e um livre indirecto. Aqui há a realçar o mérito de André Martins, que mais do que o penalty, bateu o canto e o livre que dão em golo.

    O Fora de Jogo

    Atitude leonina – Principalmente na primeira parte, o Sporting mostrou-se amorfo, sem intensidade e pareceu esquecer-se que, com os dez pontos de atraso no campeonato, a Taça de Portugal ganha especial importância na época leonina.

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    João Almeida Rosa
    João Almeida Rosa
    Adepto das palavras e apreciador de bom Futebol, o João deixou os relvados, sintéticos e pelados do país com uma certeza: o futebol joga-se com os pés mas ganham os mais inteligentes.                                                                                                                                                 O João não escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.