Académico Viseu FC 4-1 CD Tondela: Academistas fazem história

    A CRÓNICA: ACADÉMICO ESTAVA FAMINTO POR GOLOS PERANTE TONDELA MACIO

    Já com as equipas da Primeira Liga afastadas da passagem aos Quartos de finais da Taça da Liga, era o dérbi beirão que ia decidir quem iria passar à próxima fase no grupo H. O SCU Torreense, líder à partida, era um espectador também atento.

    Num relvado muito escorradio, a equipa começou por ter maior iniciativa ofensiva. Aos 10’, Bandeira cruzou da direita e Clóvis mais alto do que todos os outros, cabeceou por cima. Este era o primeiro aviso dos anfitriões. Já o Tondela só por uma vez incomodou Gril com um cabeceamento de Lacava, fácil para o guarda-redes esloveno.

    Aos 19’, Clóvis conseguiu isolar-se perante Niasse e desviou a bola para a esquerda do guardião, tirando-o do caminho, mas em desequilíbrio atirou para as malhas laterais.

    O golo acabaria mesmo por chegar por Messeguem. Na sequência de um alívio para fora da grande área do Tondela, o médio alemão rematou de primeira para o fundo da baliza.

    Apesar do golo de desvantagem, o Tondela não conseguia criar lances de perigo para a baliza contrária. A única exceção foi o remate de Lacava assistido por Bebeto que perdeu tempo para rematar e Gril acabou por resolver.

    Já à beira do minuto 45, Clóvis preferiu ir para o corredor esquerdo com a bola e cruzou para o centro da grande área onde estava Messeguem que atirou para o 2-0.

    No segundo tempo, a equipa da casa voltou a entrar com mais bola e um cruzamento remate de Ott para o primeiro poste podia ter dado golo se não fosse a atenção do guarda-redes tondelense.

    Depois, os visitantes começaram a empurrar o Académico para trás e tiveram duas grandes oportunidades para reduzir. Primeiro por Jota que rematou à entrada da area e Messeguem em esforço desviou por cima. Pouco depois, novamente em zona frontas nas imediações da grande área, parece ter sido Lacava a rematar e obrigou Domen Gril a esticar-se para a defesa da noite e desviar o esférico por cima do travessão.

    O jogo ficou partido, sem grandes oportunidades de perigo para as duas equipas. Só à passagem dos 72’, num lance confuso na grande área visitante, Bandeira desviou para a baliza com a bola a entrar calmamente na baliza face a alguma passividade da defesa do Tondela.

    Quatro minutos, o Tondela meteu mesmo a bola na baliza por Bebeto com assistência de Rúben Fonseca, mas o lance só foi validado com recurso ao VAR depois de vários minutos em suspense.

    O Académico queria total conforto no marcador. Por isso, André Clóvis rematou cruzado de fora da área para o melhor golo da noite.

    Já nos descontos, na sequência de um canto, Cascavel cabeceou e obrigou Gril a defender a bola que ia entrar perto do poste esquerdo.

    Por fim, vitória merecida para a equipa que mais criou durante todo o jogo. Com a liderança do grupo conquistada, o Académico passa pela primeira vez na fase de grupos da Taça da Liga e segue agora para os Quartos onde vai encontrar o Boavista FC.

     

    A FIGURA

    Messeguem – O médio do Académico de Viseu fez dois golos e não foi só importante na construção ofensiva, mas também no apoio em momento defensivo. O alemão fez um corte providencial num remate em zona frontal do Tondela, desviando a bola por cima da baliza.

     

    O FORA DE JOGO

     

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    Dário Miranda – O ala direito teve alguma dificuldade em parar o ataque viseense e não deu o apoio necessário que os centrais precisavam nem contribui para o pouco jogo ofensivo do Tondela. O jovem de 19 anos acabou por ficar no balneário ao intervalo.

     

     

    ANÁLISE TÁTICA – ACADÉMICO VISEU FC

    Jorge Costa manteve o 4x2x3x1 com Clóvis a ser principal novidade no onze como referência ofensiva. Nduwarugira e Messeguem fizeram a dupla do meio campo mais próxima dos centrais, porém o segundo subiu várias no terreno de jogo. Toro funcionava como médio ofensivo centro, mas com liberdade para ir para os corredores.

    Na segunda parte, com o resultado já feito, Jorge Costa retirou o Toro e colocou um medio de características mais defensivas para segurar bola, Capela, e mais tarde ainda o ponta de lança Clóvis para colocar mais um central, Ícaro.

    11 INICIAL E PONTUAÇÕES

    Gril (7)

    Rafael Bandeira (7)

    André Almeida (6)

    Arthur Chaves (6)

    Milioransa (7)

    Nduwarugira (7)

    Messeguem (8)

    Toro (7)

    Ott (7)

    Ramirez (6)

    André Clóvis (7)

    SUBS UTILIZADOS

    Capela (5)

    Yuri Araújo (6)

    Paná (-)

    Tomás Silva (-)

    Ícaro (-)

     

    ANÁLISE TÁTICA – CD TONDELA

    Tozé Marreco alterou um pouco estrutura para 3-5-2 com Lacava e Bebeto, mais à direita, na frente a formar uma dupla muito móvel. O centro do meio campo estava reforçado com Tiago ligeiramrnte mais à frente da dupla Jota e Pedro Augusto. Miranda e Khacef eram os alas com a tripla de centrais Ricardo Alves, Marcelo mais ao centro e Manu Hernando.

    A perder o Tondela voltou ao habitual 3-4-3 com Tiago a juntar-se ao duo da frente, mas sem posições bem definidas entre eles. O esquema mais frequente ficou completamente bem definido com a entrada no início da segunda parte de Ruben Fonseca para o ataque.

    11 INICIAL E PONTUAÇÕES

    Niasse (5)

    Ricardo Alves (5)

    Marcelo Alves (5)

    Manu Hernando (5)

    Dário Miranda (5)

    Jota Gonçalves (6)

    Pedro Augusto (5)

    Bebeto (5)

    Khacef (5)

    Matias Lacava (5)

    Tiago (5)

    SUBS UTILIZADOS

    Ruben Fonseca (6)

    Simão (5)

    Betel (-)

    Cascavel (-)

     

     

    BnR NA CONFERÊNCIA DE IMPRENSA

     

    Académico Viseu FC

    BnR: Qual foi o objetivo da troca do Toro pelo Capela? Tentar segurar a bola e o jogo a meio-campo?

    Jorge Costa:  Não, honestamente nessa altura foi já mais uma gestão física. São jogadores diferentes: o Capela com outra capacidade física de segurar a bola, mas de encontrar espaços.

    Com esta alteração não houve aqui nenhuma ideia estratégica, foi gestão física também. Trocar o Toro pelo Capela é como trocar seis por meia dúzia. Ambos merecem a minha confiança.

    BnR: O esquema de jogo do Académico obriga a que os médios tenham um grande desgaste. Há necessidade de procurar novas soluções para além das que já tem?

    Jorge Costa: Não é o esquema tático, é a ideia de jogo. O 4x3x3 é uma coisa básica e os esquemas táticos valem o que valem, o que interessa são as dinâmicas de jogo.

    Eu jogo normalmente com três médios. Hoje tinha mais três no banco e entraram os três: o Paná, o Capela e o Silva. Portanto, tenho seis médios e tenho jogadores que podem ser adaptados à posição. O Famana Quizera pode perfeitamente jogar a médio interior. Portanto, estou bem servido.

    Se espero algo para o mercado de inverno: é um mercado difícil, em primeiro lugar porque não há assim tantas opções. Estes jogadores que jogaram hoje e que têm jogado são aqueles que nos colocaram nesta situação confortável quer no Campeonato, quer na Taça da Liga, quer na Taça de Portugal. Acho que estamos a passar por uma fase fantástica. Não é segredo e foi com estes jogadores.

    Agora naturalmente sou ambicioso e, se puder acrescentar algo mais, não direi que não. Mas se for até ao fim com estes jogadores, não me tira o sono bem pelo contrário.

    BnR: A chave dos bons resultados na fase de grupos da Taça da Liga foi pensar nelas como se dá Segunda Liga se tratassem?

    Jorge Costa: Não, não. O segredo é o trabalho diário. Estamos com bons resultados na Taça de Portugal e no Campeonato também porque trabalhamos diariamente desde o primeiro dia em que estou aqui.

    Eu aceite este projeto porque claramente havia qualidade e individualmente belíssimos jogadores. Desde o primeiro dia e disse na minha apresentação, a minha principal missão era transformar estes belíssimos jogadores numa belíssima equipa. Individualmente tínhamos qualidade, mas coletivamente o Académico não funcionava. Isto exigiu trabalho e exige porque estamos longe de ser perfeitos.

    O segredo é respeitar. Nós respeitamos o Famalicão e o Estoril, como respeitamos a Oliveirense, o Farense, o Covilhã, …. Mau era se nós não tivéssemos a capacidade e a humildade de respeitar quaisquer profissionais de futebol.

     

    CD Tondela

    BnR: No início do jogo, o Tondela pareceu jogar em 3x5x2 em vez do habitual 3x4x3. O objetivo era ganhar o jogo a meio campo?

    Tozé Marreco: Não, nós jogámos no nosso sistema habitual característico da nossa ideia que resultou em muitos momentos porque críamos situações de golo. O objetivo era dar mobilidade ao ataque e ter uma alternativa no banco que pudéssemos depois mexer no jogo caso fosse necessário que era o Rúben Fonseca.

    Era ter mobilidade na frente, era criar problemas no ataque à profundidade porque sabíamos que o relvado ia estar a miséria que está. Criámos situações de golo, não as fizemos. O adversário aproveitou as oportunidades que concedemos e foi mais eficaz.

    Graças a Deus acabou a Taça da Liga para nos podermos focar semana a semana no nosso Campeonato e continuaremos a ser um grande clube. Os grandes clubes vêem-se na maneira como se ganham os jogos, na maneira como se festeja as vitórias e como se está nos bons momentos. O que se passou hoje aqui … É um dérbi. As gentes de Viseu fazem sempre deste jogo algo importantíssimo porque o Tondela vai continuava maior do que outras coisas.

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    Pedro Filipe Silva
    Pedro Filipe Silvahttp://www.bolanarede.pt
    Curioso em múltiplas áreas, o desporto não podia escapar do seu campo de interesses. O seu desporto favorito é o futebol, mas desde miúdo, passava as tardes de domingo a ver jogos de basquetebol, andebol, futsal e hóquei nacionais.