Académico de Viseu FC 3-0 Académica OAF: “Chuva de golos” apura viseenses

    O RESCALDO: JOGO DE SENTIDO ÚNICO COM VENCEDOR JUSTO

    Uma tarde chuvosa em Viseu foi palco de um duelo entre emblemas da zona centro na Taça de Portugal. O Académico de Viseu FC recebeu a Académica OAF em jogo a contar para a quarta eliminatória da “Prova Rainha”, defrontando-se o pior ataque (o dos viseenses) e a melhor defesa (a dos conimbricenses) da Segunda Liga.

    O jogo começou equilibrado, com um ligeiro ascendente para o lado dos homens de Coimbra, mas sem que conseguissem criar oportunidades de grande perigo para a baliza adversária. Quem criou perigo e concretizou de pronto foram mesmo os homens da casa: na sequência de um pontapé de canto, cobrado por Yuri Araújo, Pica surgiu isolado ao primeiro poste e bateu Daniel Azevedo com um cabeceamento potente. Estava feito o 1-0 ao minuto 21.

    Os viseenses não abrandaram e, apenas dois minutos depois, Paul Ayongo aumentou a vantagem dos homens da casa, colocando o resultado em 2-0 na sequência de uma carambola à entrada da área da Académica. Os pupilos de Rui Borges passavam por uma fase de grande nervosismo e qualquer investida do Académico de Viseu dava origem a um lance de perigo.

    Já na segunda parte, e com o relvado muito pesado e com cada vez mais falhas na relva, o jogo tornou-se ainda mais direto e com recurso a passes longos, em detrimento do jogo rasteiro e curto. Todavia, foi através de uma bela jogada de construção que os viseenses fizeram o terceiro na partida: Luisinho lançou Jorge Miguel, que cruzou rasteiro para a entrada da área, onde apareceu Paul Ayongo para rematar forte e sem hipótese para Daniel Azevedo. Estava feito o “bis” do avançado academista, ao minuto 65.

    Num jogo de sentido único, o Académico de Viseu conseguiu vencer o “derby” da zona centro e segue assim para os oitavos de final da Taça de Portugal. Já do lado da Académica, a exibição terá deixado Rui Borges desagradado e, acima de tudo, apreensivo, uma vez que os seus pupilos mostraram imensas fragilidades, sobretudo defensivas.

     

    A FIGURA

    Publicado por Académico de Viseu Futebol Clube em Domingo, 22 de novembro de 2020

     

    João Pica – O capitão da equipa viseense esteve imperial durante todo o encontro, sobretudo no jogo aéreo. Para além do golo inaugural, não deu qualquer hipótese aos homens do ataque adversário, amealhando cortes fulcrais e dando segurança a toda a equipa. Um verdadeiro líder.

    O FORA DE JOGO

    Académica OAF – Um jogo muito pobre dos “estudantes”. A desconcentração foi a palavra de ordem na defesa da “Briosa”, enquanto que o momento ofensivo foi sempre bastante errático e com clara falta de ideias. Um dos candidatos à subida de divisão cai com estrondo na quarta eliminatória da Taça de Portugal.

     

    ANÁLISE TÁTICA – ACADÉMICO DE VISEU FC

    Alternando entre 4-4-2, a defender, e 4-3-3, a atacar, os viseenses criaram muito perigo junto da baliza adversária, sobretudo durante o primeiro tempo. Aproveitando o nervosismo e aparente desconcentração dos jogadores da Académica, a linha avançada composta por Yuri (substituído por Luisinho, devido a lesão), João Vasco e Paul Ayongo foi constantemente chamada a explorar as costas da defesa adversária. Mais atrás, destaque para a sólida exibição da dupla de centrais dos academistas: João Pica e Félix Mathaus. 

    11 INICIAL E PONTUAÇÕES

    Ricardo Fernandes (6)

    Tiago Mesquita (6)

    João Pica (7)

    Félix Mathaus (6)

    Jorge Miguel (6)

    Kelvin Medina (6)

    Paná (6)

    Fernando Ferreira (6)

    João Vasco (6)

    Yuri Araújo (6)

    Paul Ayongo (7)

    SUBS UTILIZADOS

    Luisinho (6)

    Diogo Santos (5)

    André Carvalhas (5)

    Anthony Carter (5)

     

    ANÁLISE TÁTICA – ACADÉMICA OAF

    Dispostos no habitual 4-3-3 de Rui Borges, a “Briosa” não entrou no jogo com o discernimento que lhe tem sido tão característico nesta temporada. Com uma linha recuada muito alterada, por força de uma onda de lesões, os conimbricenses “tremeram” muito nesse setor e permitiram a criação das oportunidades adversárias. A atacar, a falta de ideias foi evidente, justificando a falta de golos dos “estudantes”. 

    11 INICIAL E PONTUAÇÕES

    Daniel Azevedo (5)

    Fabiano (5)

    Rafael Vieira (4)

    Ricardo Dias (5)

    Fábio Vianna (4)

    Ricardo Guima (5)

    Fabinho (5)

    Mimito Biai (6)

    João Traquina (5)

    João Mário (5)

    Mohamed Bouldini (5)

    SUBS UTILIZADOS

    Leandro Sanca (5)

    Mike (5)

    Filipe Chaby (5)

     

    BnR NA CONFERÊNCIA DE IMPRENSA

    ACADÉMICO DE VISEU FC

    BnR: João Vasco teve uma ótima exibição hoje, apesar de não estar a atuar numa posição que lhe é 100% natural. Pretende continuar a apostar nele e a colocá-lo na ala?

    Pedro Duarte: O João Vasco tem feito um trabalho que nos tem agradado. Ele pode jogar em qualquer posição do ataque, tem vindo a responder bem e, por isso, tem tido mais oportunidades. Contudo, quem ganha e merece as oportunidades são os jogadores, fruto do trabalho deles.

    ACADÉMICA OAF

    BnR: Ricardo Dias apareceu fora de posição. Sente que o meio-campo ficou mais fragilizado por isso e, por outro lado, os outros homens do meio não se sentiram tão confortáveis no durante o jogo?

    Rui Borges: O Mimito ou o Guima não têm as características do Dias. Mas penso que não é muito por aí, porque o Académico de Viseu não nos criou perigo. Foi mais falta de competência nossa, sobretudo nas bolas paradas. As situações de jogo onde falhámos estão identificadas, vamos trabalhar e seguir o nosso bom trajeto no campeonato.

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    Alexandre Candeias
    Alexandre Candeiashttp://www.bolanarede.pt
    Apaixonado por futebol desde sempre, tem o hábito de escrever sobre o desporto rei desde os tempos da escola primária, onde o tema das composições de Português nunca fugia da bola.