Meu caro Carlos Mané,
Prometo ser breve, ou mesmo rápido, usando a mesma rapidez que sei que poderás usar em campo durante esta época. E porque sou dado também a um futebol criativo e objectivo, acredito que a tua criatividade e objectividade serão o reflexo da minha ideia de jogo ali mesmo, naquele campo que, semana após semana, espero que seja pisado pelas tuas botas que estarão repletas de magia.
A magia que espero é tão somente a imensa que tens aí mesmo em ti, mas que por uma ou outra razão, tem andado escondida. Mané: deixa o sol brilhar. Liberta-te das nuvens que têm escondido o teu brilho. Nunca te esqueças de que as nuvens são passageiras. Mas cuidado, porque também as vossas carreiras começam e terminam demasiado rápido, digo eu. Porém, tu ainda és um jovem, Mané. Tens um mundo à tua frente para (ainda) conquistar.
Vejo em ti a qualidade e o talento mais que dignos de um grande clube. Ao longo da minha carreira, já treinei grandes jogadores, e muitos deles, a jogarem em grandes campeonatos, não tinham nem nunca terão o teu potencial. Por vezes, ou quase sempre isso não chega. Há muitas condicionantes que vos levam a singrar (ou não) neste mundo que pode ser tão belo, como tão cruel. Rapidamente se está cá em cima, como se está no início da longa escadaria.
Assim sendo, Mané, prometo que tudo farei para que, passo a passo, degrau a degrau, possas atingir o cume que terá com certeza alguns obstáculos pela frente, mas que acredito que pode ser por ti alcançado. Com trabalho, dedicação, alguma sorte e confiança, o potencial irá ser gradualmente desvendado como a confirmação de um jogador de eleição que tem tudo para ser, sem favores, um dos jogadores que mais irão brilhar na época que se avizinha. O Carlos Carvalhal agradecerá e o Rio Ave FC, e posteriormente o futebol português, também.
Um abraço do tamanho do brilharete que vamos ‘juntos’ presenciar a todos os amantes deste que é, somente, o maior espetáculo do mundo e em especial a todos os vila-condenses.
Carlos Carvalhal
Foto de Capa: Rio Ave FC
Qualquer semelhança com a realidade é pura coincidência
artigo revisto por: Ana Ferreira