Força da Tática | Só faltou mais (A) Petit no dérbi da invicta

    O Petit do «Boavistão»

    Fonte: Carlos Silva / Bola na Rede

    Importa destacar, antes de mais, o treinador Petit, que foi sempre associado a um futebol «mal jogado» de forma injusta, com equipas super complicadas de gerir, e com resultados, apesar de tudo, bem satisfatórios. Petit começou a sua jornada no Boavista FC com dois resultados ‘ok’ na Primeira Liga (empate vs Marítimo e derrota perante o Sporting CP), e com uma vitória contundente perante o SC Braga (5×1). Daí em diante o trilho resume-se com uma série de boas exibições, mas que, no entanto, pouco se traduziram em bons resultados.

    No que toca ao jogo diante o FC Porto, Petit privilegiou a organização defensiva, e procurou anular as entre linhas do FC Porto que contou, contudo, com um João Mário em boa forma e com Evanilson e Fábio Vieira a serem umas autênticas dores de cabeça para a defesa boavisteira. O próprio confessou que a «novidade Fábio Vieira» constituiu um problema do ponto de vista defensivo, uma vez que a equipa preparou-se para defender um Taremi, e não um jogador das características do Fábio.

    [Palavras de Petit na conferência de imprensa de rescaldo do jogo: “Depois, durante o aquecimento vimos que o Taremi ia sair e complicou-nos ali um pouco a entrada do Fábio, nas costas dos médios, ali entre linhas onde conseguiu girar e lançar o jogo e criou-nos essas dificuldades”].

    Organizados num 5-3-2, que raramente se desdobrou pela incapacidade de sair com qualidade da primeira fase de construção, Petit corrigiu na segunda parte, e com o maior aparecimento de Makouta no jogo – a ter a bola nos pés para percorrer largos metros – a equipa aproximou-se paulatinamente da sua melhor versão em termos ofensivos. Isto, já num 3-4-3 com Sauer a aparecer mais perto das zonas de decisão e com Kenji Gorré a atormentar no lado esquerdo do ataque.

    SL Benfica Boavista FC Petit
    Fonte: Paulo Ladeira/ Bola na Rede
    A melhor versão do Boavista FC apareceu com Makouta na 2ª parte, e com a entrada de Gorré

    Apesar de tudo, o momento em que Petit consegue “colocar em xeque” Sérgio Conceição apenas surge, contudo, por volta do minuto 75/80, ao passo que, a partir daqui, o Boavista FC — já num 4-4-2 de maior risco — conseguiu assustar o FC Porto, utilizando dois pontas de lança de raiz e com dois médios de alta chegada ao último terço.

    De ressalvar que também faltou a tal pontinha de sorte a Petit, sendo que caso Petar Musa tivesse em «dia sim», podíamos estar a ter outra conversa.

    Independentemente, o rumo boavisteiro parece-me bem traçado com Petit, e as questões de sorte/azar acabarão por se dissolver, principalmente se existir uma linha orientadora que permita ao treinador ter matéria prima e tempo (!) para poder conseguir criar algo de especial.

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    Diogo Silva
    Diogo Silvahttp://www.bolanarede.pt
    O Diogo lembra-se de seguir futebol religiosamente desde que nasceu, e de se apaixonar pelo basquetebol assim que começou a praticar a modalidade (prática que durou uma década). O diálogo desportivo, nas longas viagens de carro com o pai, fez o Diogo sonhar com um jornalismo apaixonado e virtuoso.