12 de Fevereiro. O primeiro embate entre a AS Roma e o FC Porto, para os oitavos de final da Liga dos Campeões, aproxima-se a passos largos.
Os dragões vão procurar manter o forte ritmo, que lhes permite estar hoje no topo da tabela, quando receber o Belenenses SAD e se deslocar ao terreno do Vitória SC e Moreirense FC. O seu adversário têm uma missão, teoricamente, mais complicada com duas deslocações, Florença (Taça de Itália) e Verona (Serie A), e uma receção ao AC Milan.
A questão é: Que AS Roma vai o FC Porto ter pela frente?
Se olharmos para os resultados, são 4 vitórias em 5 jogos, sem derrotas, desde o desaire frente à Juventus FC. 15 golos marcados. Contudo, o jogo frente à Atalanta B.C , neste Domingo, revelou a Roma que temos tido esta época. Uma equipa que adormece facilmente, e já diz o ditado:
“Chi dorme non piglia pesci”
( Quem dorme não apanha peixes )
Equipa Tipo:
Hoje, Eusebio Di Francesco prefere o sistema 4-2-3-1 e não o 4-3-3, mas pode implementar uma estrutura com três defesas em jogos específicos (Como fez frente à Juventus) seja um 3-4-3 ou um 3-5-2. Frente à Atalanta a equipa alinhou no habitual 4-2-3-1, com Karsdorp no lugar de Florenzi, na lateral direita, e Marcano no de Fazio, ao lado de Manolas. Assim, os Giallorossi alinharam com: Olsen na baliza, com Kolarov, Marcano, Manolas e Karsdorp na sua frente. O duplo-pivô foi constituído por Cristante e Nzonzi, com Shaarawy, Pellegrini e Zaniolo no apoio a Dzeko.
Infelizmente para Di Francesco, Cengiz Under está lesionado e só regressa no dia 8 de Fevereiro, mas pode defrontar o FC Porto.

Na Roma, uma parte absolutamente fundamental da fase ofensiva é da responsabilidade dos defesas laterais, que necessitam de assumir uma postura agressiva, ou seja, sem medo, no apoio ao respetivo médio-ala/extremo com a criação de situações de superioridade numérica.
Em baixo, vemos o médio ala (laranja) e o defesa lateral (cinzento) a ocupar o corredor ao mesmo tempo, com a aproximação do médio centro (verde) que ocupa o espaço entre esse corredor lateral e o centro.

A partir daí, os movimentos e as trocas posicionais, têm como objetivo atacar o mais rapidamente possível a profundidade, como vemos em baixo.

A verticalidade é parte indissociável do jogo Giallorossi, não só em Organização Ofensiva, como em Transição Ofensiva. Como vemos em baixo, Dzeko (vermelho) é a principal referência neste momento do jogo. Tanto pode entregar no apoio frontal do médio, que lança um dos extremos em profundidade ou é mesmo o bósnio que entrega na subida do lateral que progride com espaço.

Sempre em velocidade e a quebrar linhas de pressão, com a criação de situações de superioridade numérica nos corredores com o defesa lateral e médio ala lado a lado, é assim a AS Roma de Eusebio Di Francesco.

A descrição perfeita da Roma: das mãos de Olsen ao fundo da baliza adversário, 15 segundos e quatro passes.
Sem Bola: A tal marcação Homem a Homem
Quando a Roma não tem bola organiza-se em 4-4-2, com Pellegrini ao lado de Dzeko na frente. Uma estrutura que é pouco compacta horizontalmente, onde o duplo pivô é obrigado a abandonar a sua posição central recorrentemente, devido à orientação excessiva ao homem dos médios ala e à falta de compactação, permitindo ao adversário várias linhas de passe para o interior.

O sistema de pressão é tipicamente orientado ao homem, uma abordagem agressiva a nível defensivo coerente com aquilo que a Roma, como já vimos, faz com a bola. Tipicamente, assim que um dos membros da linha ofensiva aumenta a intensidade da sua corrida em direção a um adversário o resto da equipa reconhece esse estímulo e aproxima-se de um adversário, limitando as opções de passe do portador da bola, forçando ao passe longo, onde a capacidade física e aérea de Fazio, Nzonzi e Manolas permite à equipa recuperar a bola.

Como se compreende, com a ajuda da sequência em baixo, esta é uma abordagem muito dependente dos duelos individuais, basta um jogador perder um duelo e compromete o resto da equipa. Aqui foi Karsdorp, lateral direito, que perde o duelo em uma zona alta no campo e deixa a equipa vulnerável:
Finalmente, neste sistema defensivo, di Francesco apresenta uma linha defensiva alta que este ano se têm revelado o grande calcanhar de Aquiles da equipa. Afinal, Olsen não é Alison, não têm a mesma confiança e capacidade para abandonar a baliza e reduzir a profundidade ao adversário.

Recorrentemente, são as más abordagens e os erros individuais que permitem ao adversário estar em posição de explorar as debilidades inerentes a este sistema defensivo.
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Resumindo, uma Roma com debilidades, perfeitas para serem exploradas pelas armas do Porto. Marega na profundidade, agressividade nos duelos de Herrera e resistência à pressão de Brahimi que lhe permite bater o seu adversário e tornar-se o homem livre!
Foto de Capa: AS Roma
Artigo revisto por: Jorge Neves