Força da Tática: Candidato x Candidato

    Um ponto para cada lado e. desta feita. os leões perdem a oportunidade de se tornarem líderes isolados no campeonato. O Braga no começo do jogo teve dificuldades em pressionar a construção do Sporting.

    Não porque os jogadores da frente não sabem ou não queriam pressionar, mas sim porque as qualidades de Gyökeres são inegáveis.

    O posicionamento e a qualidade individual de Gyökeres consegue fixar dois jogadores do SC Braga.
    O posicionamento e a qualidade individual de Gyökeres consegue fixar dois jogadores do SC Braga.

    Nesta imagem era fácil identificar a solução, basta só um dos laterais avançar no terreno, para realizar marcação a Pote. Assim um dos médios minhotos já poderia avançar para marcar Hjulmand.

    No entanto, não é tão simples, pois se os jogadores do Sporting decidirem optar por explorar o espaço nas costas da última linha defensiva e a velocidade de Gyökeres, então é recomendável uma dupla marcação.

    Desta forma, o posicionamento de Gyökeres, descaído para um corredor, consegue fixar um central e um lateral, oferecendo espaço à sua equipa no meio para explorar.

    Já na segunda-parte o Braga entrou e já conseguiu cobrir mais espaços na sua pressão.

    Os laterais avançaram efetivamente no terreno, os jogadores leoninos do meio-campo já estavam marcados e agora era preciso algumas movimentações para criar espaços.

    Víctor Gómez, lateral do Braga, avança no terreno para pressionar Pedro Gonçalves.
    O lateral espanhol Víctor Gómez avança no terreno para pressionar Pedro Gonçalves.

    «Paulinho esteve condicionado toda a semana e não arriscamos» foi a explicação que Amorim deu na flash pós jogo.

    «Metemos o Marcus, até porque nós tínhamos era espaço entre linhas e a profundidade estava a ser dada pelo Viktor (Gyokeres)» foi esta a estratégia que Amorim optou para a 2ª parte.

    Gyökeres ficou mais no centro, continuava a sofrer dupla marcação, só que desta vez dos dois centrais do Braga.

    Conseguiu arranjar situações de 1×1, principalmente com Niakaté, só que nestas situações estava de costas para a baliza adversária.

    Gyökeres recebeu, protegeu e ganhou muitas faltas. Fez a sua equipa subir no terreno, mas o Braga defendeu muito bem a bloco baixo. As entradas dos criativos Edwards, Trincão e Geny não foram suficientes para contrariar este bloco na 2ª parte.

    Não podia continuar a existir um jogador com papel semelhante a Paulinho, que fixasse os centrais e Gyökeres continuava a testar a relação defensiva entre central-lateral do Braga?

    Já no processo ofensivo os bracarenses na primeira começaram a atacar mais pelo lado direito, depois mais pelo lado esquerdo e na segunda parte efetivamente mais pelo lado direito.

    O Sporting defendia em GR+5+2+3 no bloco alto, depois passava a GR+5+4+1 em bloco baixo. Com os avanços de Esgaio e Nuno Santos, na primeira parte, o Sporting apresenta também uma variante de GR+4+4+2.

    Posto isto, qual seria o lado mais débil do Sporting?

    O lado de Inácio e Nuno Santos, ou o lado de Diomandé e Esgaio?

    Pelo lado direito parecia que o Braga tentava explorar as costas de Inácio. Talvez não explorou Diomandé porque ele é mais forte que Inácio.

    De qualquer das formas, o Braga na 1ª parte só conseguiu explorar pelo lado direito por uma vez (remate de Bruma ao minuto 29 de jogo).

    Momento após o remate de Bruma ao minuto 29 de jogo.

    Já pelo corredor esquerdo foi mais perigoso, Bruma muito melhor a atacar por esse lado!

    Bruma, do Braga, a atacar pelo lado esquerdo.
    Bruma a atacar pelo lado esquerdo.

    O sucesso do ataque foi só porque as qualidades de Bruma são melhores pelo lado esquerdo?

    Os jogadores leoninos que ocupam essas zonas também não têm influência?

    Os defesas do Sporting até podem ter um vasto conhecimento dos princípios e dos métodos de jogo defensivos, mas o futebol é um jogo de equipa!

    É preciso comunicação e é preciso um certo nível de coesão entre os jogadores. Como é a comunicação verbal e não verbal entre Diomandé e Esgaio? E entre Inácio e Nuno Santos? Eles entendem-se bem? Vamos colocar os médios nesta equação.

    Qual destas combinações terá mais vantagem socio afetiva? Diomandé, Esgaio e Hjulmand? Ou Inácio, Nuno Santos e Morita?

    Se depois das perguntas sentirem que o lado de Inácio era o mais forte, então como podemos explicar a nova investida pelo lado direito do Braga na segunda-parte?

    Com a saída de Paulinho, o Sporting defendeu maioritariamente em GR+5+4+1, com Pote a ala esquerdo e Edwards a ala direito.

    Qual destes foi mais competente nas suas missões defensivas?

    Morita coopera defensivamente com Pote e abre espaço no corredor central.
    Morita coopera defensivamente com Pote e abre espaço no corredor central.

    É preciso saber defender, é preciso estar disponível para se defender, é preciso comunicar para se defender bem e é preciso estar sempre concentrado (e não “relaxar”) a defender.

    Artigo de opinião de Paulo Robles.

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