Força da Tática | O novo Sporting 2023/24

    Arranque da Liga Portugal e uma primeira jornada com muitos golos em todos os jogos iniciais.

    Em Alvalade o Sporting CP vence o FC Vizela com bis do estreante avançado sueco Gyökeres e de Paulinho, ao cair do pano, a salvar o Sporting CP para lá dos 90 minutos de jogo.

    No início de jogo alguns jogadores do Vizela apresentavam algum desconforto. O central brasileiro Anderson e Nuno Moreira, que acabou por marcar nesta partida, apresentaram alguns erros individuais. A equipa leonina, muito pressionante neste início de jogo, acabou por recuperar várias bolas no terço defensivo do Vizela. Com isto, o Sporting acaba por arrancar melhor na partida, marcando 2 golos seguidos, ambos por Gyökeres.

    Defensivamente o Vizela brincava com o GR+4+1+2+3 e o GR+4+4+2 em linha. Samu ou Diogo Nascimento juntava-se ao colega mais avançado Essende. Neste caso, era mais Samu que ficava mais atrás e marcava individualmente os médios interiores leoninos juntamente com Bustamante.

    Com este disposição mostrava-se evidente que tanto Pote como Trincão iriam aproveitar o espaço entre a linha média e a última linha defensiva do Vizela. Aliás, se esta pressão não fosse bem coordenada, então os laterais do Sporting, Pote, Trincão e Gyökeres podiam ficar com uma situação de superioridade numérica em relação à última linha defensiva de Pablo Villar.

    Mas Trincão e Pote acabaram por não receber a bola e rodar nesses espaços tão evidente!

    Nem Inácio, nem Coates e nem Diomandé conseguiram quebrar logo as duas primeiras linhas do Vizela com um passe. Acabamos sim por observar vários passes a sobrevoar estas linhas e a encontrar os laterais do Sporting.

    NOTA: Os laterais do Vizela, Matheus Pereira e Tomás Silva, obtiveram uma taxa de sucesso nos duelos pelo solo de 67% e 82%, respetivamente.

    Nascimento e Samu são muito responsáveis por Trincão e Pote não conseguirem receber bola. As movimentações e os posicionamentos adotados estavam sempre entre a bola e os seus adversários.

    Antes de abordamos a segunda parte relembramos as palavras de Rúben Amorim após sofrer goleada do Manchester City (0-5) a 15 de Fevereiro de 2022.

    “Obviamente que eles (Manchester City) têm uma variabilidade diferente. Não tem só a ver com a qualidade dos jogadores, não tem a ver com o dinheiro que eles gastam. Tem a ver com a diferença dos treinadores (…) Eu tenho de pedir desculpa aos meus jogadores porque eu não consigo acompanhar o raciocínio do outro treinador. É obvio que podíamos passar para uma linha de 4, (ou) meter mais um jogador no meio, passar muito por aí o futuro.

    E na segunda parte Amorim mostrou o Sporting do futuro!

    Bragança saiu ao intervalo por Edwards e Pote foi visto mais ao centro com Morita no momento defensivo. Observou-se também um GR+4+4+2 clássico. Gyökeres e Edwards constituíam a linha ofensiva, Trincão a ala esquerdo e Diomandé uma espécie de lateral direito.

    No entanto, o treinador do Sporting não ficou agradado com a segunda parte.

    “Uma primeira parte muito confortável e talvez por isso, quando voltamos para a segunda parte, partimos o jogo. A verdade é que nós parecíamos que estávamos atrás do resultado e começávamos a deixar ataque para um lado e ataque para o outro, quando nós tínhamos de ter uma posse diferente, um controlo de jogo diferente e não o tivemos”

    Surgem as seguintes questões:

    1. O treinador do Sporting queria controlo ofensivo, queria mais posse de bola, mas o facto do Sporting não ter a posse de bola significa que eles não tinham controlo do jogo?
    2. Quantas situações na primeira parte o Sporting apanhou a defesa do Vizela desorganizada? E quantas na segunda parte?
    3. Trincão, Geny, Edwards e Gyökeres, em contra ataque, são ou não melhores que a última linha defensiva do Vizela?
    4. Posto isto, seria assim tão descabido o Sporting preferir baixar o bloco defensivo, recuperar a posse e apanhar o Vizela em contrapé, explorando a velocidade e a individualidade dos seus jogadores?

    O jogo pode estar partido, mas depende como partimos o jogo.

    Neste caso, a forma como o Sporting estava a defender o adversário era poucas vezes capaz de realizar este tipo de contra ataques porque antes os seus jogadores estavam muitos afastados uns dos outros. O canto contra o Sporting que originou um contra ataque leonino, ao minuto 52 de jogo, mostra o quão perigoso estes tipo de ataques no futuro pode trazer aos adversários do Sporting!

    De qualquer das formas Rúben Amorim tem razão, o Sporting “relaxou”.

    Basta só rever o primeiro golo sofrido leonino e contar quantos jogadores viram a bola a sair da mão do guarda redes do Vizela ou aqueles que estavam a ajustar as meias.

    O Vizela arriscou, teve coragem com bola e sem bola, e na 2ª parte observou-se várias vezes Moreira e Kiko, juntamente com Essende, a realizarem várias vezes pressão aos centrais do Sporting.

    Esta pressão acabou por ser a responsável do empate do jogo.

    Coates muito pressionado, orientado para o corredor esquerdo e incapaz de jogar pelo corredor central, tornou-se fácil para Tomás Silva prever o futuro da bola. Combinação com Samu e o ex-leão acaba por assistir Nuno Moreira que se redimiu na partida.

    Artigo da autoria de João Eira e Paulo Robles.

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