
É á terceira jornada que finalmente o PSG sai vitorioso. A equipa de Vitinha e Ugarte volta a ter Mbappé no onze titular, onde o francês acaba por contabilizar dois golos nesta partida com o FC Lens.
Pela estatística de jogo conseguimos perceber que o PSG foi detentor da posse de bola (66%). Este facto pode ser justificado pela alta capacidade técnico-tática dos jogadores desta equipa. Mas também podem existir casos, mesmo com essa vantagem técnico-tática, em que as equipas preferem ficar mais tempo sem bola. Talvez porque os seus adversários têm dificuldades no momento com bola, ou talvez porque é preferível aproveitar os contra ataques após recuperar a posse. Aliás nesse momento o adversário está desorganizado!
Para quem observou o jogo dirá que o FC Lens foi uma equipa corajosa a defender. Bloco alto e marcação individual. Tentar recuperar perto da baliza adversária para ser mais fácil marcar golo. Até porque o adversário se perder a posse da bola estará imediatamente desorganizado defensivamente.
Só que as perguntas que ficam são:
- Quantas vezes o FC Lens conseguiu recuperar no seu meio campo ofensivo?
- Quantas vezes o PSG conseguiu desorganizar o seu adversário em bloco alto?
- E quantas dessas vezes conseguiu entrar na área com a defesa do FC Lens completamente desorganizada?
A verdade é que muito espaço foi oferecido à equipa de Luís Enrique. As suas ideias deste técnico em volta do jogo de posição, juntando a individualidade de jogadores como Dembelé, Vitinha, Asensio, Mbappé, Hakimi, e muitos mais, acabamos por observar uma variedade de soluções para aproveitar esses mesmos espaços.

Ugarte ficou mais atrás para os equilíbrios ofensivos e Zaire-Emery ficou mais a frente, próximo do seu colega Asensio.
NOTA: Ugarte ganhou 11 duelos em todo o jogo (69%).
Vitinha também fazia parte do setor médio, mas com mais liberdade de movimentos do que os seus outros 2 colegas. Ele este presente em todos os golos do PSG.

No entanto, é curioso que Vitinha se tenha posicionado mais para o corredor esquerdo do que para o corredor direito ao longo do jogo.
Será porque seria mais vantajoso ele combinar com Mbappé e não tanto com Dembelé?
Mbappé tem sucesso em espaços maiores onde aproveita a sua velocidade, já Dembelé consegue mais facilmente aproveitar espaços mais reduzidos.
Ou será porque existe alguma missão defensiva específica?

Luís Enrique apresenta uma equipa mais conservadora no início da segunda parte, estava em vantagem no marcador e tentava perceber se o adversário apresentava alguma alteração tática com as substituições ao intervalo.
Vitinha incorporou a última linha defensiva, Asensio recuou ligeiramente e Mbappé e Dembelé mais à frente para aproveitar os contra ataques.
O treinador do PSG apercebeu-se rapidamente que os espaços eram os mesmos da primeira parte.

Com Ugarte e Zaire-Emery marcados no meio campo, o PSG construiu o segundo e o terceiro golo utilizando dinâmicas de fora-dentro e dentro-fora, respetivamente.

Após todas as substituições do jogo, encontramos Vitinha e Ugarte a realizar dupla no meio campo e uma frente de ataque renovada, com Fabián e Soler a posicionarem-se nos corredores laterais.
Fabián não é tão irreverente como Dembelé, precisa de mais apoio para conseguir progredir no terreno de jogo. Desta forma, a dinâmica para criar espaços em ambos os corredores laterais, até ao final do jogo, é muito semelhante.
Foi uma vitória relativamente fácil para o Paris Saint-Germain, com Mbappé a fazer novamente a diferença.
Artigo de opinião de Paulo Robles e João Eira