Em parceria com o Mundo dos Meinhos, partilhamos contigo um artigo sobre os Meinhos de Finalização. Um capítulo do E-Book completo que poderás consultar AQUI.
Segundo Laureano Ruiz, antigo treinador do F.C Barcelona e Racing Santander, tanto das equipas principal como da formação é dele a criação dos meinhos em 1957. Como? Identificou que na hora de atacar, os avançados se desmarcavam sempre para o centro, demasiadas vezes. Hoje continua acontecer com todas as equipas de qualquer categoria, porque os atacantes se metem por aquilo que chama ”a via do comboio” que está cheia de jogadores. Afirma ainda que devido aos treinadores a situação se agrava, porque pedem aos seus “pseudo-extremos” que se desloquem para dentro deixando espaço para o lateral.
Os meinhos são um excelente exercício se trabalhamos com uma elevada coordenação técnica e complexidade tática. Os futebolistas, neste exercício, procuram constantemente soluções táticas ótimas, aperfeiçoando a técnica com receções, dribles, habilidades, passes. Enquanto se esforçam e trabalham ao máximo.
Através da observação da Hungria de 1950, e de como essa maravilhosa equipa não perdia a bola. A partir desse momento, transferiu para o treino jogos de dois contra dois mais um joker “Redondos” onde o jogador com bola tinha que encontrar as triangulações formadas pelos seus colegas. Pela forma do jogo, foram os próprios jogadores a batizarem-no de “Rondos” (meinhos). De seguida expandiu o exercício para um quatro contra dois e assim nasceram os meinhos.
Redondos 2+1×2
Quem começa a jogar futebol na rua, na escola, com a família rapidamente associa os meinhos como o jogo que se praticava antes de iniciar “O jogo real”, é algo que nos diverte, preparando os nossos corpos para o esforço, sem nos apercebermos aquecemos com bola, tomando decisões e tocando um enorme número de vezes na bola, porque os espaços nos meinhos são mais curtos. Aproximava a bola do jogador, do atrair, fixar e soltar, ao mesmo tempo que íamos tentando enganar os nossos colegas, ou fazer aquela troca de passes rápida. Era notório que integra um conjunto daqueles hábitos/exercícios que praticamos de forma sistemática. Se repararmos os jogadores profissionais ainda hoje os utilizam, inúmeros são os vídeos disponibilizados pelos próprios clubes onde aparecem a exercitarem-se com meinhos.
Não são raras as vezes que também observamos suplentes durante os aquecimentos antes do jogo ou durante o intervalo a praticarem meinhos, como forma de se entreterem. A grande mudança é a variedade que hoje os meinhos sofreram, Introduziram-se Jokers, têm transição de espaços, têm balizas, têm formas geométricas diferentes, triângulos, círculos, têm três ou quatro equipas. Os treinadores desenvolveram os meinhos como forma de melhorar os seus jogadores, e tornar o treino mais atrativo, estimular os jogadores com manipulações, progressões aos meinhos originais que ficavam limitados a um “X” número de jogadores por fora, e uns por dentro que roubavam a bola. Os meinhos seguiram a evolução dos métodos de treino, e da capacidade criativa dos treinadores para modificarem os exercícios de treino, e acrescentarem uma dose quase ilimitada de novos constrangimentos.
Tenho a certeza que a riqueza deste E-book não é apenas lê-lo, mas sim, agir sobre os conteúdos (exercícios) que aqui se encontram, e de alguma forma transformá-los em algo melhor e mais específico para aquilo que o Treinador pretende, tornar o exercício “seu”, dos seus jogadores e da sua equipa será o início para o objetivo final que é o desenvolvimento das capacidades que tragam desempenho desportivo.
Não tenho a pretensão de querer ser único ou revolucionário, muitos destes exercícios tive o privilégio de os observar tanto em treino como em vídeos de colegas. A partir desse momento, fiz aquilo que todos os treinadores fazem, adaptar aquilo que lhe interessa, e reciclar o exercício constantemente, evoluindo para estar sempre o mais atual possível e ir ao encontro do desenvolvimento dos seus métodos de treino. Agradeço a quem se interessou por este E-book, pois foi escrito para aqueles que curiosos como eu, nunca param de procurar conhecimento.
“Quanto mais criamos, mais poderosos ficamos”
James Clear