É difícil escolher alguém que admiro entre uma lista infindável de excelentes jogadores que abençoaram os meus olhos nas duas últimas décadas. Ao fazer uma viagem mental no tempo, lembro-me de jogadas brilhantes executadas por génios da bola como Zidane, Dennis Bergkamp, Figo, Del Piero, entre outros ilustres da mesma era. Mas como esta rubrica não se chama “Caderneta do Europeu de ’00” decidi escolher um dos melhores avançados a pisar o relvado: Thierry Henry. Marcador de livres excepcional, cabeceador razoável, dono de uma técnica imensurável, dos melhores remates a passar pela Premier League e das arrancadas em velocidade mais dificéis de parar na história do futebol.
Se esta introdução não foi suficiente para provar a sua grandeza, vou passar a citar números. Normalmente, é algo que costuma funcionar quando se quer provar algo. O número 14 do Arsenal é o melhor marcador na história do Arsenal e da Selecção Francesa. Tem uma lista extensa, tanto de honras individuais como de títulos colectivos. Desde a conquista da Liga Francesa, Espanhola e Inglesa até à vitória na Champions e no Campeonato do Mundo de 1998, o legado de Thierry Henry é lendário.
Claro que para miúdos pré-adolescentes, como eu era na altura em que o Arsenal era relevante, o que criava admiração por certos futebolistas eram as fintas de outro mundo, os golaços, as jogadas que mais pareciam retiradas da hipérbole futebolística Oliver e Benji. E eram poucos os que rivalizavam com Thierry Henry nesse departamento. A sua colectânea em vídeo de golos, fintas e passes dava um filme com direito a pipocas no cinema. Os seus remates controlados por comando remoto, tentativas de bater o recorde dos 100 metros com a bola no pé ou dribbles nunca antes vistos, faziam as delícias a milhares de fãs por todo o Mundo.
No entanto, realço que a sua paixão pelo jogo, juntamente com a alegria que demonstrava em campo, foi um dos factores que o tornou tão popular. Nem o ódio de estimação que ganhei aos jogadores franceses e ao Abel Xavier após a derrota de Portugal nas meias do Campeonato Mundial impediu a minha admiração de crescer pelo King of Highbury.
Por ser um grande jogador, gostar da NBA e ser fã dos Spurs, ter pertencido a uma das minhas equipas favoritas e existir uma cover do 50 cent em sua honra, Thierry Henry é um dos meus jogadores favoritos, a par de Rui Costa e o imaginário Tó Madeira.