O Passado Também Chuta: Nuno Gomes

    Hoje vamos falar sobre o Nuno Gomes. A primeira vez que os meus pais me levaram a ver um jogo de futebol ao estádio, coincidiu com a primeira vez que me deram uma camisola do SL Benfica. Perguntaram-me se queria o número e nome de algum jogador, ao que eu respondi com uma convicção demasiado grande para uma criança de seis anos: NUNO GOMES. Ainda tenho a camisola daquele que será sempre o meu herói do Benfica.

    Nuno Gomes teve uma carreira invejável: internacional por Portugal desde os sub-15, marcou o seu primeiro golo pela selecção A no jogo de abertura do Euro 2000, frente à Inglaterra, onde a equipa das quinas deu a volta a uma desvantagem de 2-0. Foi o primeiro jogador a fazer abanar as redes no novo Estádio da Luz, em Outubro de 2003. Marcou em todas as competições que disputou pelo Benfica. Patinho feio para uns, herói para outros, era sempre o jogador em quem eu confiava que iria dar a volta quando os jogos corriam mal.

    Os seus 166 golos em 399 jogos davam-me essa esperança. O exemplo mais ilustrativo: época 2009/2010. A Primeira época do Mister Jorge Jesus no Benfica, com uma equipa de ouro. À 13ª jornada, o Benfica perdia no Algarve frente, ao SC Olhanense por 2-1. Estava destroçada até ao minuto 82’, quando entrou Nuno Gomes para o lugar de Fábio Coentrão; aí, tinha a certeza que não íamos perder. Quando ele marca aos 92’, desatei aos saltos pela casa fora como se tivéssemos ganho a Champions League. Era decisivo, quando eu precisava dele, ele estava lá.

    Nuno Gomes festejou o título de 2004/2005 que os benfiquistas já esperavam há uma década
    Fonte: SL Benfica

    Recordo-o sempre como um benfiquista de gema, já que passou a maior parte da carreira no clube de coração e que dava tudo em campo. Apesar de vários “falhanços”, continuava a ser o meu herói, com aqueles golpes de cabeça que hoje fazem tanta falta à equipa de Bruno Lage… Decisivo, com um ror de golos ao cair do pano, a aparecer sempre no sítio certo para marcar na segunda bola. A esse sentido posicional, juntava uma técnica que muito poucos avançados têm. Não deixa de ser curioso, que depois da sua saída da selecção, tenhamos passado por um longo período de “seca de ponta-de-lança”. Nuno Gomes era o topo de avançado.

    Curiosamente, Nuno Gomes não tinha este apelido. Adoptou-o em homenagem a Fernando Gomes, um avançado dos adversários Sporting CP e FC Porto, o que também demonstra um certo respeito pelos eternos rivais. Actualmente, é director geral de formação dos encarnados. Faz todo o sentido: quem brilhou desde o início da carreira, no Amarante FC, pode muito bem guiar as jovens pérolas do Seixal. Apesar de Pizzi fazer jus ao número que carrega nas costas, o meu camisola 21 favorito será sempre o capitão da equipa que tinha Di Maria, Saviola, Ramires e Cardozo.

     

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    Inês Figueiredo Mendanha
    Inês Figueiredo Mendanhahttp://www.bolanarede.pt
    A Maria é uma orgulhosa barqueirense (e por inerência barcelense ) que aprendeu a gostar de futebol antes de saber andar. Embora seja apologista das peladinhas entre amigos, sai-se melhor deixando o que pensa gravado em papel. Benfiquista de coração e Gilista por devoção é sobretudo apaixonada pelo futebol que faz o país parar quando a bola começa a rolar.                                                                                                                                                 A Maria escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.