Olheiro BnR | Pau Cubarsí

    Pau Cubarsí apresenta uma maturidade anormal para a idade. A sua qualidade é incontornável.

    Xavi Hernández na sua primeira temporada completa como treinador do Barcelona conquistou dois títulos. Em janeiro, o Barça venceu a Supertaça espanhola, após se ter superiorizado ao seu eterno rival de Madrid, numa partida que terminou com o resultado de 3-1 para os catalães. Com maior importância, os Blaugrana, voltaram a atingir a hegemonia do futebol espanhol, conquistando a La Liga pela 27a vez.

    No passado verão, apesar dos problemas financeiros que atormentam o Barcelona, o clube reforçou-se de forma sublime, o que se deveu, essencialmente, ao ótimo trabalho desenvolvido pelo seu antigo diretor desportivo, Mateu Alemany. À Catalunha chegaram os portugueses, Félix e Cancelo, o antigo médio do City, Ilkay Gündogan, e os espanhóis, Iñigo Martínez e Oriol Romeu. O entusiasmo na Ciudad Condal era palpável e o começo da época até foi promissor, no entanto os Culés têm ficado aquém das expectativas.  Problemas no momento defensivo e ineficácia no último terço explicam a falta de resultados da equipa de Xavi. A quantidade elevada de lesões de elementos importantes também não ajuda, mas aí surge a La Masia para dar resposta.

    A academia do Barça é uma fonte inesgotável de talento. Lamine Yamal é um talento raro, contagiante e vai se assumindo como jogador chave na formação blaugrana. Marc Guiu, mais do que um avançado de extrema criatividade em apoio, vai impressionando pela forma como entra em rutura e qualidade na cara do golo. Pau Cubarsí apresenta uma maturidade anormal para a idade. A sua qualidade é incontornável. Um jogador de excelência ao nível da construção, e exímio na antecipação e leitura de jogo. Tem muitos traços de Gerard Piqué e irá certamente chegar à elite, marcando a próxima geração de defesas-centrais.

    Primeira fase de construção dos Blaugrana

    A primeira fase de construção é o processo mais claro e padronizado do jogo ofensivo do Barcelona. A existência de superioridade numérica, a criação de triângulos entre os intervenientes no processo construtivo e a dinâmica do terceiro homem, são elementos patentes no momento de construção da equipa de Xavi. A vantagem numérica no primeiro momento de construção permite que o Barça saia a jogar com mais segurança e, consequentemente, a probabilidade de ser bem-sucedido é superior. Com isto, a ligação entre setores é facilitada, existindo uma maior capacidade para encontrar jogadores livres em zonas mais adiantadas do terreno.

    Pau Cubarsí no Barcelona
    Superioridade numérica na construção

    Sem Busquets ao leme

    Com a partida de Busquets para o futebol americano, diversos sistemas foram testados por Xavi no meio-campo de modo a reduzir o impacto da saída do espanhol. Substituir Busquets é uma tarefa de elevada complexidade.

    Inicialmente, o técnico catalão optou por Oriol Romeu para desempenhar o difícil papel de Busi. O médio proveniente do Girona, apesar de ser capaz do ponto de vista defensivo, apresenta inúmeras dificuldades com adversários que pressionam alto.

    Posteriormente, Xavi já colocou Gündogan e Frenkie de Jong a jogar à frente da linha defensiva. Ambos oferecem diversas soluções na primeira fase de construção, contudo e especialmente no caso do alemão, o Barça perde um jogador diferenciador no último terço do campo. Em adição, os catalães tornaram-se numa equipa demasiado volátil no capítulo da transição defensiva. A fórmula encontrada por Xavi para o curto-prazo foi a colocação de Christensen como pivôt defensivo. Tendo em conta os equilíbrios defensivos, o dinamarquês tem assumido elevada preponderância neste aspeto do jogo. Apesar disso, não é o elemento mais participativo no processo de construção. Assim sendo, a integração de Cubarsí no XI inicial é de extrema vantagem para os Blaugrana.

    Franz Beckenbauer Cubarsí

    Cubarsí enquadra-se perfeitamente no modelo pretendido por Xavi. Jogador com ADN barça e o seu perfil adequa-se de forma notável ao jogo de posse dos Blaugrana. Em oposição a Araújo e Koundé, não se destaca pela capacidade física, mas sim por uma qualidade sensacional no passe. O espanhol é extremamente elegante com bola e encontra os espaços com elevada facilidade. Dotado de uma grande inteligência e perceção dos momentos de jogo, toma quase sempre a decisão mais correta no capítulo do passe. Pau não só quebra linhas com relativa facilidade, como também explora a profundidade. Acrescenta um enorme perfume à saída de bola do Barcelona, permitindo a Frenkie e Pedri jogar mais adiantados no campo.

    Cubarsí encontra Ferran Torres entre linhas
    Cubarsí encontra Ferran Torres entre linhas
    Cubarsí explora o posicionamento alto da defesa adversária
    Cubarsí explora o posicionamento alto da defesa adversária

    Classe até no momento de defender

    Em relação, ao momento defensivo, Cubarsí dá prioridade à inteligência em vez da agressividade. O Canterano é um jogador superlativo em termos de antecipação e leitura de jogo, faz do seu posicionamento uma das suas principais armas. O espanhol é proficiente ao nível do desarme, cometendo poucas faltas em duelos de 1×1. A sua velocidade aliada à sua capacidade de ler o jogo permite-lhe ser um jogador capaz no controlo de profundidade.

    A sua impulsão e agressividade no jogo aéreo são outras das suas grandes valências. No confronto com o Mallorca, Cubarsí teve pela frente Vedat Muriqi, jogador com maior percentagem de duelos aéreos ganhos na La Liga. Pau superiorizou-se em três das cinco vezes que colidiu com o avançado kosovar o que revela a sua imensa capacidade neste aspeto do jogo.

    Próximos passos para Pau Cubarsí

    La Masia é um viveiro de talento e Pau Cubarsí tem tudo para se assumir como um elemento fulcral na manobra dos Blaugrana para os anos vindouros.

    É um talento único e especial com traços que remetem a Gerard Piqué.

    A sua maturidade, qualidade técnica e inteligência garantem-lhe um futuro brilhante.

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