Olheiro BnR | Rúben Vinagre

    A Liga Inglesa é, indiscutivelmente, a melhor liga de futebol do mundo. E por isso é também um sonho para qualquer praticante da modalidade, não só pelas dinâmicas do jogo, mas também pela paixão que vem das bancadas. Qualquer jogador que pise solo britânico é sempre alvo de muitas avaliações e o talento e o trabalho árduo são os requisitos mínimos para quem quiser por lá ficar. Nem todos os casos são de sucesso, como é normal, mas há também quem dê muito que falar pelas melhores razões. É o caso de Rúben Vinagre, o português que atua na equipa mais portuguesa de Inglaterra.

    Nascido e criado na Charneca da Caparica e com passagem por clubes como o Belenenses, o Sporting CP, a Académica de Coimbra e o AS Mónaco, o lateral esquerdo de 21 anos atua agora no Wolverhampton Wanderers FC e tem-se destacado pelas suas boas exibições ao serviço do símbolo inglês. A época que, por enquanto e até indicações em contrário, ainda está a decorrer, tem-se mostrado muito positiva, e sob as ordens de Nuno Espírito Santo realizou já 28 jogos, contabilizando um total de 1434 minutos.

    A equipa dos lobos, maioritariamente disposta num 3-4-3, dá grande relevância aos homens que ocupam as alas, que acabam por fazer todo o corredor e é também deste protagonismo que o jovem tem vindo a beneficiar. Isto porque as suas grandes qualidades são certamente a velocidade, a capacidade de drible aliada à qualidade técnica, e o grande pulmão que lhe permite andar todo o jogo para cima e para baixo. Por outro lado, este enquadramento tático permite-lhe ser menos assertivo no momento defensivo, que é um dos tópicos onde mais precisa de evoluir para se tornar num lateral de topo mundial.

    A nível de seleção nacional, ainda não teve a sua oportunidade na Equipa A, mas realizou já vários jogos pelas camadas mais jovens. Ainda assim, é bastante provável que mais tarde ou mais cedo acabe por ser merecedor dessa oportunidade, não só pela qualidade que evidencia, mas pelo facto de ocupar uma posição pouco disputada na seleção das quinas. Neste momento, as duas melhores hipóteses serão Raphael Guerreiro, que tem tido alguns problemas físicos ao longo da sua carreira, e Mário Rui, que tem já 28 anos e é por isso de uma outra geração.

    Com apenas 21 anos e com um conhecimento pouco comum sobre o jogo em si (muito culpa da liga que tem disputado nos últimos dois anos), Rúben Vinagre mostra um potencial e uma margem de progressão brutais, que o poderão levar ao topo do futebol, que está já ali ao lado. A irreverência que tem mostrado é realmente um ponto a seu favor, e se for limada e aplicada nos momentos certos, pode fazer deste um caso muito sério no mundo do futebol.

    Os adeptos dos Wolves agradecerão e, mais tarde, os de outros grandes clubes também. Interessados não faltarão e os tubarões da Europa estarão já a pensar em acionar a cláusula de rescisão que talvez peque por ser tão baixa. São “apenas” 40 milhões de euros, num futebol que está cada vez mais caro.

    Nós, enquanto portugueses, temos em Vinagre a garantia de futuro, que jogará numa seleção que também ela é muito promissora. Por enquanto é deixá-lo jogar, crescer, e desfrutar da irreverência que a juventude nos proporciona, ainda para mais numa liga tão bonita como é a inglesa.

    Artigo revisto por Inês Vieira Brandão

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    Guilherme Vilabril Rodrigues
    Guilherme Vilabril Rodrigueshttp://www.bolanarede.pt
    O Guilherme estuda Jornalismo na Escola Superior de Comunicação de Comunicação Social e é um apaixonado pelo futebol. Praticante desde os três anos, desde cedo que foi rodeado por bola e por treinadores de bancada. Quer ser jornalista desportivo, e viu no Bola na Rede uma excelente oportunidade para começar a dar os primeiros toques.