Que jogo devo rever nesta quarentena? A luva direita de Rui Patrício

    Num momento cada vez mais delicado no nosso panorama nacional, nunca é demais relembrar: fica em casa. Segue todas as recomendações da DGS e sê responsável. É uma batalha de cada um de nós, de todos e para todos. Para nós, que somos amantes do desporto e em especial do futebol, há muito para ver. E este jogo não é exceção. Depois de uma primeira mão épica em Alvalade, o Sporting CP viajou até Inglaterra, ao Etihad Stadium para disputar a segunda mão dos oitavos de final da Liga Europa.

    Fez no passado dia 15 de março, oito anos. O tempo voa, mas as memórias perduram. Porque o tempo muda, as pessoas mudam, mas as memórias essas são eternas. Sobretudo quando evolve paixão, quando envolve glória, quando evolve aquele sentimento especial que dá nas eliminatórias das competições europeias. O Sporting CP apesar de partir em vantagem, todas as possibilidades jogavam a favor dos caseiros. Uma equipa cheia de estrelas como David Silva, Kun Aguero, Mario Balotelli ou até Yaya Touré. No banco contava com jogadores como Samir Nasri e Edin Dzeko. Os argumentos eram muitos. Pelo menos na teoria, já que na prática foi bem diferente.

    A bola começou a rolar marcava o relógio vinte horas e cinco minutos, com muitos leões a preencher as bancadas do Etihad Stadium, com uma (ainda) pequena esperança de que era possível passar a eliminatória depois do jogo feito na primeira mão. Os Leões começaram por cima, com várias ocasiões de perigo junto da baliza caseira, liderada por Joe Hart. Sá Pinto, na altura técnico leonino, delirava no banco. O City tardou em responder e foi mesmo a equipa portuguesa a chegar ao golo.

    Aos 33 minutos, o Etihad gelou. Matías Fernández, o mágico chileno que vestia a camisola catorze, faz um golaço num livre lateral sobre o lado esquerdo do ataque leonino, ainda longe da zona da meia-lua e coloca assim o Sporting CP com vantagem no marcador, e com maior vantagem na eliminatória. Ainda antes do intervalo, os Leões chegam ao segundo golo. Nada fazia prever o que estava a acontecer em Inglaterra. Após uma jogava pelo lado direito do ataque leonino, Pereirinha descobre bem o russo Izmailov que num belo cruzamento ao segundo poste, encontra o pé certeiro de Ricky Van Wolfswinkel. Parecia até aqui tudo fácil para os Leões, que se ergueram perante um Manchester City algo fragilizado e sem argumentos. Era a prova de que o dinheiro não conseguia comprar história.

    Na segunda parte o cenário mudou um pouco. O Sporting CP entrou algo mais na expectativa, a tentar controlar o resultado que era bastante vantajoso. Procurou gerir o ritmo de jogo e entrar evitar em loucuras, dando a bola ao adversário e baixando um pouco as linhas. No entanto, todo o cuidado era pouco. Adormecer demasiado cedo nem sempre dá bom resultado. Aos 60 minutos e ainda com bastante tempo para jogar, o Manchester City finalmente respondeu. Kun Aguero fez o 1-2 e reduziu para a equipa da casa, numa desatenção da defesa leonina. O treinador leonino procurou mexer na equipa e colocar jogadores mais frescos e mais rápidos.

    O Sporting CP começou a cometer erros que até aqui não havia cometido e a pressão da equipa caseira começou a fazer-se sentir cada vez mais, com o aproximar do final da partida. Aos 75 minutos, Mario Balotelli faz o golo da igualdade na partida, através da marca de grande penalidade. Renascia a esperança da equipa inglesa e por outro lado, a equipa portuguesa olhava com preocupação para o relógio. Desde então, foi o verdadeiro sufoco para a equipa leonina. Aos 82 minutos, Kun Aguero completa a reviravolta inglesa, com um golo fácil ao segundo poste, após canto batido no lado esquerdo do ataque.  Sofriam os adeptos de ambas as equipas nas bancadas, tudo podia acontecer.

    Balotelli tentou aos 87 minutos um cabeceamento que passa um pouco ao lado, mas o melhor estava guardado para o final da partida. Um final dramático, digno de deixar qualquer adepto sem reação. Uns por desespero e outros meramente perplexos de felicidade. Já no último minuto da partida, a equipa caseira beneficia de um canto. Inicialmente existe um corte de Xandão, mas a bola sobra para De Jong que bate a bola para a área e Joe Hart de cabeça quase consegue o empate. Mas eis que aí surge a mão direita milagrosa de Rui Patrício, que numa espetacular defesa salva o Sporting CP de uma eliminação.

    Foram muitos que antes da eliminatória não conheciam o clube, os jogadores, as camisolas, mas não contaram com a capacidade de superação e de sofrimento dos jogadores leoninos. Um plantel liderado por um Sá Pinto, cheio de garra, mais até do que consciência tática e que contava com jogadores como Izmailov, Matias Fernández ou até Diego Capel. Um jogo memorável e que merece, sem dúvida, ser revisto.

    ONZES E SUBSTITUIÇÕES:

    Manchester City: Joe Hart, Micah Richards, Stefan Savic, Kolo Touré, Aleksandar Kolarov, David Silva (Samir Nasri 66’), David Pizarro (Edin Dzeko 55’), Yaya Touré, Adam Johnson (Nigel De Jong 46’), Sergio Aguero e Mario Balotelli.

    Sporting CP: Rui Patrício, Bruno Pereirinha, Daniel Carriço, Anderson Polga, Xandão, Emiliano Insúa, Stijn Schaars, Marat Izmailov, Matías Fernández (Renato Neto 64’), Van Wolfswinkel (André Carrillo 68’), Diego Capel (Jeffrén Suárez 64’)

    Foto de Capa: UEFA

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    Tiago Silva
    Tiago Silvahttp://www.bolanarede.pt
    Estuda Jornalismo na Escola Superior de Comunicação Social. Apaixonado pelo desporto, mas em especial pelo futebol e pelo Sporting Clube de Portugal. Tem um gosto especial por analisar e entender, os vários aspetos tácticos presentes num jogo de futebol. Tem ainda a ambição de se formar em Jornalismo Desportivo e de ser Treinador de Futebol. Por enquanto, mete sobretudo os seus conhecimentos em prática na escrita e no Football Manager.                                                                                                                                                 O Tiago escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.