Recordar é Viver: Juventus 1-3 Borussia Dortmund

    recordar é viver

    Noite de 28 de Maio de 1997, Estádio Olímpico de Munique, final da Liga dos Campeões. Em confronto duas equipas que contavam nas suas fileiras com um lote excepcional de jogadores e que proporcionaram um belo espectáculo na final da montra milionária. A equipa germânica era então orientada pelo conceituado Ottmar Hitzfeld, que mais tarde também viria a sagrar-se campeão europeu ao serviço do Bayern de Munique, ao passo que a vecchia signora era treinada por Marcello Lippi, um dos mais bem-sucedidos treinadores italianos. De referir que no Borussia pontificava Paulo Sousa, que na época anterior havia vencido a Liga dos Campeões ao serviço da… Juventus.

    Ambas as formações chegaram ao jogo decisivo sem problemas de maior, comprovando assim a sua excelência e poderio. A equipa de Dortmund eliminou nas meias-finais o Manchester United, enquanto a Juventus despachou o fortíssimo Ajax da altura por um concludente 6-2, somando os dois jogos daquela fase da prova, naquela que foi uma reedição da temporada transacta.

    Sendo assim, estavam todos os dados lançados para uma final muito equilibrada e de desfecho imprevisível. Quatro anos antes, em 1993, estas mesmas equipas haviam-se defrontado na final da Taça Uefa, com o triunfo a sorrir ao conjunto transalpino, mas desta feita as coisas seriam diferentes. No Borussia de Dortmund brilhavam vários futebolistas, com destaque para alguns que já tinham feito parte do plantel da Juventus. Jurgen Kohler, Andreas Moller e Paulo Sousa, além de um soberbo Mathias Sammer, pautavam o jogo da equipa alemã que acabou por marcar o futebol europeu naquela fase dos anos 90. Já na Juventus, a experiência do guarda-redes Peruzzi e de Didier Deschamps conjugava com a juventude e talento de Zinedine Zidane e Christian Vieri, dando-se a equipa de Turim ao luxo de deixar Alessando Del Piero, ainda na fase inicial da carreira, no banco de suplentes.

    Imagens da festa do único título europeu do Borussia até hoje Fonte: UEFA
    Imagens da festa do único título europeu do Borussia até hoje
    Fonte: UEFA

    Em relação à partida em si, um surpreendente desequilíbrio. Quiçá motivada por jogar a final da Liga dos Campeões no seu próprio país, mesmo sendo em Munique, o Borussia não deu a mínima chance ao então campeão europeu, vencendo com total clareza. Riedle, aos 19 e 34 minutos de jogo, começou a desenhar o triunfo para a equipa de Dortmund, mas a Juventus viria a reduzir distâncias no marcador com um tento de Del Piero, que entrou para alinhar na segunda parte do desafio, aos 65 minutos. Contudo, o Borussia de Dortmund deu a machadada final nas aspirações italianas por volta do minuto 71, com um golo memorável de Lars Ricken (que havia entrado no minuto anterior!), que ainda hoje é considerado um dos melhores de sempre da competição.

    De facto, um resultado tremendo para a equipa treinada por Ottmar Hitzfeld que assim atingia o ponto mais alto de uma grande era para o clube e que também ficou marcada pelas conquistas das Bundesligas 1994/1995 e 1995/1996. Todavia, já na altura as notícias de jogadores de saída do clube eram muitas e a partir dali a estrelinha do conjunto foi definhando. Por seu turno, e apesar da final perdida, a Juventus atravessava um período de grande fulgor, que viria a ser comprovado na temporada seguinte com a chegada a mais uma final da Liga dos Campeões, frente ao Real Madrid (3 presenças consecutivas em finais da Liga Milionária, extraordinário).

    Um jogo marcante que envolveu duas equipas que ainda hoje são recordadas pela sua enorme valia e que figuraram claramente entre os conjuntos que mais impacto tiveram no futebol europeu dos anos 90.

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    João Rodrigues
    João Rodrigueshttp://www.bolanarede.pt
    O João sabe todos os resultados do Benfica em jogos a contar para o campeonato português desde a temporada 1993/1994. Isto quer dizer alguma coisa, não quer?                                                                                                                                                 O João não escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.