Regresso a Casa: Sim, talvez e porque não?

O Regresso a Casa é uma rubrica onde os antigos redatores voltam a um lugar que bem conhecem e recordam os seus tempos antigos escrevendo sobre assuntos atuais.

“Saudades! Sim… Talvez… E porque não?”

Há precisamente 15 anos festejava o meu primeiro título como benfiquista. Lembro-me perfeitamente de estar no café com a minha mãe, a pessoa que me obrigou a gostar de futebol e a ser do SL Benfica, das pessoas a gritarem e de seguir para a baixa de Setúbal, que estava tão bonita vestida de vermelho.

Hoje já festejei mais seis vezes, cada uma à sua maneira e cada vez menos emotiva. Em 15 anos muita coisa mudou. E, há 15 anos, não nos imaginávamos na situação atual.

Sem futebol, há muito em que pensar e, apesar de difícil, parece que até sabemos viver  melhor sem ele. O desporto que nos apaixona deixou-nos há mais de dois meses e agora que está prestes a voltar, em vez de espalhar por este país fora uma alegria imensa, traz de volta o pior do futebol: muros vandalizados, violência à porta de estádios, interesses, polémicas e protestos.

Sou apaixonada. Pelo futebol, pelo Benfica. Mas em 15 anos aprendi, apesar de querer que para sempre a minha vida gire em torno do futebol, que não há amor grande o suficiente que justifique a raiva, o ódio e a rivalidade – que há muito deixou de ser desportiva e cheia de fair-play.

Recordo com saudades os tempos em que achava que nada me fazia mais feliz que o Benfica. Sentia-me gigante, imparável. Vi pela primeira vez o Benfica ganhar um campeonato em 2005, só voltei a ver em 2010 e desde então vivemos e vimos coisas que nunca mais se vão repetir.

Achei que era a pessoa mais sortuda e feliz do mundo porque vi o Rui Costa jogar, porque vi o Aimar e o Saviola juntos, porque vi o Benfica ir à final de uma competição europeia duas vezes, sempre a brilhar. E só isso me interessava. Benfica, Benfica, Benfica. Chorava, de tristeza e felicidade, ficava chateada e impossível de aturar quando algo não corria bem.

Hoje nada me faz mais feliz que futebol. E tenho tanto amor aos jogos na Luz numa quarta-feira às oito da noite, como aos jogos no Bonfim às nove, no Inverno, a levar com chuva na cara.

O meu desejo para o novo mundo que pode surgir depois da pandemia? Que todos nós gostemos acima de tudo do desporto. E depois, do resto. Porque quem não ama futebol não ama clube algum. E quem ama um clube ao ponto de cegar e espalhar ódio no mundo bonito do futebol, não ama nada neste mundo.

Mas isto é só o meu desabafo, num regresso à casa que me fez amar ainda mais o futebol.

 

Artigo revisto por Joana Mendes

Joana Libertador
Joana Libertadorhttp://www.bolanarede.pt
Tem a vaidade, o orgulho, a genica, a chama imensa. Para além da paixão incontrolável pelo Benfica, tem um carinho especial pelas equipas que vestem vermelho e branco. Menos na NBA. Aí sofre por aqueles que vestem branco, ou azul, ou amarelo, ou preto (depende do dia) - os GS Warriors.                                                                                                                                                 A Joana escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.

Subscreve!

Artigos Populares

Cristiano Ronaldo já reagiu à oficialização de Jorge Jesus como novo treinador do Al Nassr

Cristiano Ronaldo já deixou uma mensagem pública para Jorge Jesus. Português vai orientar CR7 no Al Nassr.

Fabrizio Romano faz ponto de situação: «95% para o Viktor Gyokeres ir para o Arsenal»

Viktor Gyokeres está muito perto de deixar o Sporting e reforçar o Arsenal. Fabrizio Romano faz o ponto de situação.

Benfica: Tiago Gouveia conta com interessado na Serie A

A Lazio está interessada em Tiago Gouveia. Águias não estão dispostas a vender o jogador de 24 anos neste momento.

Wimbledon #2: Jannik Sinner consegue a sua desforra

Jannik Sinner é o novo vencedor do torneio de...

PUB

Mais Artigos Populares

6h de São Paulo: Cadillac deixou a sua marca | WEC

A Cadillac venceu a quinta etapa deste campeonato, ao...

Atenção: Benfica garante reforço por 15 milhões de euros

Enzo Barrenechea deve deixar o Aston Villa e rumar ao Benfica. Águias investem 15 milhões de euros pelo médio de 24 anos.

Lei do Mercado #80 – Matheus Reis, Ricardo Mangas e o Sporting + O futuro de Ríos, Tiago Gouveia e Akturkoglu

A Lei do Mercado desta semana faz um ponto de situação no lado esquerdo do Sporting. Estará Matheus Reis de saída e Ricardo Mangas a chegar? No Benfica, análise ao futuro de Kerem Akturkoglu, Tiago Gouveia e Richard Ríos.