Começa esta segunda-feira o campeonato de Europa de sub-17, com 16 equipas em competição em Israel.
João Moutinho, Toni Kroos, Cesc Fàbregas, Wayne Rooney ou Jadon Sancho. São só cinco dos (muitos) nomes que se destacaram num Campeonato da Europa de sub-17 e depois encontraram continuidade ao mais alto nível no futebol profissional. Essa é a grande ambição para todos os jogadores das 16 seleções que iniciam esta segunda-feira, em Israel, mais uma prova que é desde a criação uma espécie de montra de talentos para os jovens craques do futebol do Velho Continente.
Criado como um torneio de sub-16, passou na edição de 2022 a ser designado de Euro sub-17 e Portugal conseguiu conquistar logo a segunda edição da nova versão do campeonato, depois de vencer a Espanha de David Silva e Antonio Adán por 2-1 no Fontelo, com um bis do «Maradona» Márcio Sousa. Depois disso, em 2016, no Azerbaijão, voltou a derrotar a rival ibérica desta feita nos penáltis, somando a conquista n.º2 neste novo século (já depois de ter ganho por quatro vezes o antigo torneio de sub-16).
🏆 EURO Sub17 começa hoje em Israel! 🥰
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— UEFA.com em português (@UEFAcom_pt) May 16, 2022
E que hipóteses de sucesso tem Portugal em 2022? Não partindo como uma óbvia favorita à conquista europeia, a equipa das Quinas tem como objetivo inicial ultrapassar uma exigente fase de grupos, na qual terá pela frente Dinamarca, Suécia e Escócia (grupo D). A turma de José Lima ultrapassou duas fases de grupos para chegar a esta competição, sendo que na última delas (ronda de elite) se mostrou absolutamente implacável perante os adversários: goleou a Irlanda por 4-1 e a Finlândia por 9-1 e derrotou a Bulgária por 2-1.
Talento não falta a uma geração de jogadores que se dividem maioritariamente por quatro clubes: Benfica, Sporting, FC Porto e SC Braga (o único jogador que joga fora desse espetro de clubes é o central Diogo Monteiro, que atua nos suíços do Servette). O 4-3-3 é a base tática de uma equipa que procura ser dominadora e que possui uma capacidade de aceleração e improviso no último terço bem interessante.
Na ronda de elite, destacaram-se os médios Rafael Luís (muito criterioso no passe, com capacidade para sair desde trás com bola e astuto nas compensações defensivas), João Vasconcelos (perfil criativo e com boa chegada à segunda linha), Ussumane Djaló (disponibilidade física e capacidade de transporte) e João Veloso (muito rematador). A estes jogadores fundamentais no apuramento, junta-se agora o sportinguista Dário Essugo (já com experiência de I Liga), que vem acrescentar critério a partir da posição «6», depois de ter estado em março ao serviço da seleção sub-19.
Vamos á isto!🇵🇹🤛🏾@selecaoportugal @nikefootball @UEFAcom_pt #U17EURO pic.twitter.com/WC93ShQylL
— Dário🤙🏾💚 (@darioessugo6) May 15, 2022
Uma das notas de maior destaque nos jogos da fase de qualificação foi precisamente a ligação dos médios ao setor mais ofensivo, no qual mora um goleador de remate fácil (Dinis Rodrigues), um dos avançados mais promissores do futebol nacional, que alia técnica, destreza e capacidade de definição (Rodrigo Ribeiro), além de extremos com técnica no um-para-um e tomada de decisão acima da média (Ivan Lima ou Afonso Moreira). Os laterais, tanto à direita (João Conceição ou Martim Fernandes) como à esquerda (Leonardo Barroso), chegam com facilidade ao apoio em zonas mais adiantadas e são também peças preponderantes no modelo de jogo de José Lima.
Em termos defensivos, a seleção portuguesa apresenta valores interessantes no centro da defesa (Diogo Monteiro destaca-se pela leitura de jogo com e sem bola e João Muniz tem vindo a crescer positivamente) e apesar das dificuldades exibidas em jogos recentes perante adversários que sabem pressionar melhor em zonas adiantadas do terreno, consegue ter uma equipa equilibrada e que percebe os momentos em que deve subir mais para pressionar o oponente ou jogar com o bloco um pouco mais baixo para não ficar tão exposta atrás.