Pausa técnica: O regresso aos estádios

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    O apuramento para o Campeonato do Mundo de 2022 traz uma espécie de pausa técnica à Liga Bwin. À exceção da saída de Daniel Ramos do CD Santa Clara, os treinadores da Liga mantêm-se firmes e apesar da indisponibilidade de muitos jogadores, há tempo e espaço para se ajustarem pormenores e testarem novas soluções.

    Oito jornadas depois do arranque, não falta matéria para reflexão, mas não esperem encontrar aqui análises técnico-táticas do que já se jogou. Não sei o que teriam a dizer sobre um dos jogos que abriu esta temporada. Provavelmente falariam do golo madrugador do maravilhoso Fran Navarro, da alta rotação de Fujimoto ou da falta de capacidade de resposta do Boavista. Quanto a isso não tenho muito a acrescentar.

    Quando partilho alguma ida ao estádio perguntam-me sempre o que achei do jogo, raramente tenho reflexões inovadoras ou disruptivas para fazer sobre o que acontece dentro do campo, é que o estádio é um lugar cheio de vida que me distrai muito. Ainda assim, aproveitei a pausa para seleções para refletir sobre o meu regresso a esse espaço infinito de possibilidades.

    Há dois meses voltava a entrar num estádio pela primeira vez nesta era D.C. (depois de covid). Era uma das 2.014 pessoas que marcavam presença no Estádio Cidade de Barcelos para assistir a um Gil Vicente FC – Boavista FC.

    A lotação limitada que se praticava no arranque do campeonato abrangia quase exclusivamente sócios, o que defraudava as minhas expectativas para assistir a um qualquer jogo da primeira jornada. Não tardaram a chegar as habituais sugestões: Pede um convite! Não arranjas um convite? Não és amigo do fulano? Queres o contacto do sicrano?

    Não nego, nem censuro este tipo de estratégia, é válida e também a uso sempre que preciso. No entanto, queria voltar ao estádio como adepta. Queria perceber que dificuldades existiam, queria a satisfação de conseguir um bilhete. A conquista de um bilhete difícil é de uma satisfação do “catano”. Quem já esteve horas numa fila para conseguir bilhete ou teve de esperar por lotarias de bilhetes ou juntar todos os trocos durante meses para um jogo especial, percebe o que quero dizer.

    Perdoem-me! Distraio-me sempre muito, já me conhecem. Voltando ao ponto. Sabia que ia ser difícil, mas tinha um jogo em mente: Gil Vicente – Boavista. Estava prestes a desistir quando na segunda-feira, dia de jogo, apostei todas as fichas. Consegui despachar o trabalho e às 18h49 comecei a disparar mensagens para tentar perceber se ainda seria possível comprar bilhete “público geral”.

    Bola
    Fonte: Sebastião Rôxo / Bola na Rede

    O jogo era às 20h15. O Twitter começou a funcionar com informações contraditórias. Peguei no carro e arranquei de Gaia para Barcelos sem ter a certeza se teria bilhete, mas já levava muita informação. Alguns garantiam que ainda existiam bilhetes e explicavam-me o processo: teste covid ou certificado digital de vacinação, cartão de cidadão. Primeiro deveria dirigir-me à bilheteira e depois seguir para outra fila para mostrar documentos e conseguir uma pulseira que juntamente com o bilhete me daria acesso ao estádio.

    Cerca de 70 km depois, cheguei ao Estádio Cidade de Barcelos. Não comento se infringi ou não o código da estrada. Consegui estacionar perto sem dificuldade, facto que me causou alguma estranheza, confesso. Acelerei o passo, subi a rua de acesso ao estádio, aproximei-me de uma das portas e perguntei onde ficava a bilheteira.

    – «É do outro lado, tem de contornar o estádio».
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