A CRÓNICA: Apesar de várias falhas, o FC Porto confirmou o quinto lugar
Num jogo a contar para a 14.ª e última jornada do Grupo B da Liga dos Campeões da EHF, o FC Porto deslocou-se a Brest na Bielorrússia para enfrentar o HC Meshkov Brest e garantir o quinto lugar da classificação.
Ainda sem Magnus Andersson no banco – o treinador azul-e-branco já falhara o clássico frente ao SL Benfica por não estar bem fisicamente – os dragões mostraram todo o seu poder e dominaram o encontro desde o início.
Com uma defesa 6×0 muito forte e pressionante, que obrigava a primeira linha bielorrussa a pensar e agir depressa, o Porto entrou melhor e rapidamente começou a construir uma vantagem confortável. Com Thomas Bauer a fechar a baliza (ao intervalo já contava com nove defesas e uma percentagem defensiva de 41%) e André Gomes a fazer uso da sua velocidade e potência de remate, os campeões nacionais já venciam por seis com apenas 15 minutos jogados.
No entanto, talvez por algum excesso de confiança por parte da equipa lusa, o Brest ia-se aproximando e, apesar de nunca colocar em risco a vantagem do Porto, mantinha a esperança.
A turma da casa ia crescendo, mas ao intervalo a vantagem era portuguesa por 13-17.
O segundo tempo começou e os dragões entraram com a “mão” errada. Ao fim de cinco minutos uma vantagem que chegara aos seis tinha sido reduzida para apenas dois e o balanço encontrava-se do lado da casa.
O Sportshall Victoria começava a empolgar-se, mas a entrada de Rui Silva e uma subida da concentração defensiva permitiram ao Porto voltar ao nível inicial e chegar a uma vantagem de cinco golos com 12 minutos jogados na segunda parte.
Até ao final do encontro, a equipa da casa tentou ao máximo reduzir a desvantagem e tentar o empate, mas a maior qualidade individual fez a diferença nos momentos chave e foram mesmo os dragões a vencer por 32-35.
Com esta vitória, o FC Porto confirmou o quinto lugar do Grupo B e fica agora à espera de saber se irá enfrentar nos oitavos-de-final o Aalborg da Dinamarca ou o Flensburg da Alemanha.
A FIGURA
Thomas Bauer: O guarda-redes austríaco esteve imparável e foi fundamental para esta vitória portista. Com 17 defesas e 35% de eficácia defensiva (incluindo ter parado dois dos três livres de sete metros assinalados), Bauer frustrou praticamente todas as tentativas de remate dos atletas bielorrussos.
O FORA DE JOGO
Djibril Mbengue: O lateral-direito recebeu duas exclusões de dois minutos ainda na primeira parte e por isso acabou por não ser muito utilizado na segunda. Um atleta experiente e com muita importância no plano defensivo dos dragões, excluído por duas infantilidades e, frente a um adversário com outras armas, podia ter saído caro.
ANÁLISE TÁTICA DO HC MESHKOV BREST
Raul Sanguino decidiu o francês William Accambray no banco no início do encontro, mas a verdade é que os melhores momentos de jogo por parte dos bielorrussos aconteceram com o lateral em campo. O Brest teve muita dificuldade em lidar com o físico português e viveu quase exclusivamente das jogadas individuais da sua primeira linha.
SETE INICIAL
Ivan Matskevich (7)
Andrei Yurinok (7)
Alexsander Shkurinskiy (6)
Sandro Obranovic (6)
Marko Panic (6)
Mikita Vailupau (6)
Viachaslau Shumak (6)
Ivan Pesic (7)
Branko Kankaras (6)
William Accambray (7)
Maksim Baranau (7)
Simon Razgor (6)
Artsiom Selviasiuk (7)
Darko Djukic (6)
Jaka Malus (8)
ANÁLISE TÁTICA DO FC PORTO
O FC Porto voltou a jogar o seu jogo, mas foi uma exibição com várias falhas que podiam ter saído caras. O 7×6 azul-e-branco, apelidado pelo treinador do Vardar como um dos melhores do mundo, não teve a eficácia e dinâmica do costume e permitiu ao Brest aproximar-se várias vezes no marcador.
SETE INICIAL
Thomas Bauer (8)
Leonel Fernandes (7)
André Gomes (8)
Miguel Martins (7)
Djibril Mbengue (6)
António Areia (7)
Aléxis Borges (7)
Fábio Magalhães (8)
Diogo Branquinho (7)
Vitor Iturriza (6)
Daymaro Salina (7)
Rui Silva (7)
Miguel Alves (7)
Angel Zulueta (7)
Foto de Capa: FAP
Artigo revisto por Inês Vieira Brandão