O Open da Austrália acabou este domingo com a esperada vitória de Novak Djokovic. Já tudo foi dito sobre o triunfo do sérvio e as suas implicações históricas, mas vamos agora brevemente analisar o que de melhor e de pior se passou nesta quinzena Australiana.
Surpresa do Torneio – Milos Raonic
Num torneio em que houve muito poucos resultados surpreendentes, a campanha de Raonic merece algum destaque. É verdade que a posição do Canadiano no ranking não reflectia o seu nível devido às lesões que teve em 2015, mas ainda assim há que enaltecer a forma como conseguiu a sua primeira vitória contra um jogador do top 8 em torneios do Grand Slam, Wawrinka, jogando um ténis muito ofensivo, incluindo subidas à rede constantes após o serviço.
Raonic esteve muito perto de atingir a sua primeira final num torneio do Grand Slam, mas o seu corpo voltou a traí-lo, tendo-se lesionado quando estava a ganhar por 2-1 em sets contra Murray nas meias-finais. A sua frustração foi evidente, mas se continuar neste nível Raonic poderá muito bem voltar a estar numa situação destas brevemente.
Desilusão do torneio – Rafael Nadal
Esperava-se muito de Nadal, mas ainda não foi desta que o Espanhol se voltou a exibir ao seu melhor nível num torneio do Grand Slam. Não só perdeu na primeira ronda contra Verdasco como esteve muito mal nos pontos mais importantes do encontro, ao contrário do que era normal nos seus tempos áureos.
Melhor encontro do torneio – Berdych 6-3; 6-4; 1-6; 6-4 Kyrgios
Não foi um torneio com muitos encontros memoráveis, mas a meu ver em termos de qualidade o encontro que opôs Berdych a Kyrgios na terceira ronda foi o melhor do torneio, com imensas jogadas de grande qualidade e winners fantásticos de ambas as partes. Em termos de drama, Djokovic vs. Simon e Murray vs. Raonic foram superiores, mas a qualidade de jogo não foi a melhor.
Flop do Torneio – Fernando Verdasco
Verdasco derrotou Nadal na primeira ronda de maneira sensacional… Apenas para fazer um encontro terrível e perder contra Sela na segunda ronda. Verdasco mostrou uma vez mais o porquê de nunca ter conseguido atingir patamares mais elevados na sua carreira. O talento para isso está lá, mas a consistência e a força mental claramente não estão.
Notas soltas:
-Tomas Berdych atingiu os quartos-de-final do Open da Austrália pelo sexto ano consecutivo; nunca antes um jogador que nunca venceu um torneio do Grand Slam havia atingido seis quartos-de-final consecutivos no mesmo torneio;
-João Sousa fez o melhor que se podia pedir dele, chegando à terceira ronda e perdendo contra Murray após ter dado uma excelente réplica;
-Federer ganhou agora 51 dos 53 sets que disputou contra jogadores que não sejam Djokovic nos últimos três torneios do Grand Slam, mas o Sérvio novamente travou as suas ambições de conquistar um 18.º título do Grand Slam;
-Murray tem agora um recorde de 0-5 em finais na Austrália e 2-7 em finais de torneios do Grand Slam; quem sabe o que o escocês poderia ter conseguido na sua carreira se não esbarrasse constantemente no muro do ‘big 3’ – Djokovic, Federer e Nadal.
Imagem de Capa: Milos Raonic