Rui Barros sem mãos para o Ferrari?

    A equipa B do FC Porto tem tido um início de época desastroso. Três jogos três derrotas com nove golos sofridos e apenas um marcado e exibições muito “pálidas”. Os problemas no Futebol de formação dos azuis e brancos têm sido notórios nas últimas épocas e este início de época é mais um sinal disso mesmo.

    Continua a existir talento nos jovens azuis e brancos apesar da saída de vários jogadores promissores dos diversos escalões de formação. O problema é mais profundo, é de organização, falta de infraestruturas, e de uma falta de visão global e estratégica para a formação do clube.

    A escolha de Rui Barros para treinar a equipa B é mais uma prova de algum desnorte. É incontornável que Rui Barros é uma grande figura da história do clube, mas isso não lhe confere obrigatoriamente qualidade para treinar a equipa B portista. Aos 52 anos Rui Barros nunca treinou na formação, teve uma passagem fugaz como treinador principal numa fase de transição no FC Porto e foi treinador adjunto. Na minha opinião ser adjunto seria a função ideal para Rui Barros, é uma referência, foi um jogador de topo, tem “mundo” e uma personalidade que se adequa a um treinador adjunto, pela sua serenidade, discernimento e a facilidade de estar próximo dos jogadores.

    O plantel da equipa B portista tem qualidade suficiente para fazer uma época tranquila. Mas a amostra dada nestas primeiras três jornadas foi preocupante. Uma equipa perdida em campo, sem qualquer “fio” de jogo, sem ideias, com jogadores muito pouco comprometidos com a equipa. Numa divisão tão competitiva como é a Segunda Liga, cair na última posição sem qualquer ponto ao fim de três jornadas é muito perigoso, porque vai criar nervosismo e pressão nos jovens jogadores e pode ser complicado sair desta situação.

    Vida difícil para a equipa técnica liderada por Rui Barros
    Fonte: FC Porto

    Aos olhos dos mais desatentos, a formação do FC Porto pode parecer estar de boa saúde porque, casos de sucesso como os de Rúben Neves, André Silva ou Diogo Dalot são os mais visíveis e os títulos de Sub 19 e da equipa B relativamente recentes escondem problemas profundos. A qualidade de treinadores como Luís Castro e Folha esconderam muitos problemas mas, desde a sua saída, os resultados vêm num ciclo descendente muito acentuado.

    Deixo alguns números que deviam servir de alerta: No escalão de Sub 15 o FC Porto não é campeão desde a época 2010/11; no escalão de Sub 17 o FC Porto não é campeão desde a época 2011/12; no escalão Sub 19 o FC Porto não é campeão desde 2015/16. Isto significa que, nas duas últimas épocas, não foi conquistado qualquer título nacional.

    É urgente fazer alterações, melhorar infraestruturas, ter uma visão global e estratégica para a formação, contratar pessoas adequadas quer ao nível dos treinadores quer ao nível da coordenação para que o fosso para os nossos rivais não se continue alargar.

    Foto de Capa: FC Porto

    artigo revisto por: Ana Ferreira

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