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João Prates está na Tribuna VIP do Bola na Rede. É treinador de futebol e inicia o seu espaço de opinião no nosso site em pleno Euro 2024. O técnico de 51 anos já orientou o Dziugas da Lituânia, o Vaulen da Noruega e esteve na formação do Al Batin e Hajer Club da Arábia Saudita.
Espanha: O Renascimento da Fúria Roja
A Espanha entrou no Euro’2024 sob a liderança de Luis de La Fuente com a tarefa árdua de redescobrir sua identidade e, ao mesmo tempo, renovar a sua equipa com jovens Pedri, Yamal e Nico Williams e com os experientes Nacho, Rodri, Fabian Ruiz. Conseguiu reinventar o seu estilo de jogo, mesclando a tradicional posse de bola com uma abordagem mais dinâmica e vertical. A tática do selecionador mistura o famoso “tiki-taka” com transições rápidas e eficazes na procura do golo, mas consegue manter o equilíbrio defensivo, sendo a única seleção na competição que ainda não sofreu um golo.
A Espanha demonstrou, até agora uma, coesão notável na fase de grupos, com todos os jogadores a demonstrarem entender perfeitamente as funções e dinâmicas pedidas por De la Fuente. A flexibilidade tática permitiu à equipa adaptar-se aos diferentes estilos dos seus adversários, conquistando vitórias convincentes sobre Croácia e Itália.
Os jovens jogadores espanhóis impressionaram pela sua maturidade e capacidade técnica, com Pedri, em particular. Mostrou porque é considerado um dos melhores meio-campistas de sua geração, definindo ritmo do jogo e criando oportunidades de golo. Lamine Yamal e Williams são outros exemplos da juventude desta seleção.
Áustria: A Ascensão dos Alpinos
A Áustria, vista frequentemente como uma seleção de segundo plano no cenário europeu, surpreendeu com suas boas exibições neste início do Euro’2024. Sob a liderança do técnico Ralf Rangnick, a seleção austríaca mostrou que pode competir nesta prova com as melhores seleções do continente, como o provou no jogo que garantiu a qualificação para os oitavos da competição.
Ralf Rangnick implementou uma organização tática disciplinada e bem estruturada que permite à equipa jogar de maneira compacta e eficiente, com um futebol equilibrado e, ao mesmo tempo, atractivo. No ataque, a Áustria mostrou uma eficácia surpreendente. Jogadores como Marko Arnautović e Marcel Sabitzer são fundamentais para o jogo ofensivo da equipa.
Inglaterra: A Inconstância dos Três Leões
A seleção inglesa chegou ao Euro’2024 com grandes expectativas, criadas pela sua elevada qualidade individual. No entanto, a fase de grupos revelou uma equipa inconsistente e com dificuldades para impor seu jogo, criando dúvidas sobre sua real capacidade de vencer o Europeu.
Com Gareth Southgate, a Inglaterra parece algo confusa tacticamente. A tentativa de equilibrar defesa e ataque muitas vezes tem resultado num meio-terreno congestionado e sem ideias, que não permite um jogo fluido. Juntando a tudo isto, há jogadores que parecem desinspirados. A pressão das expectativas pode ter afectado o desempenho da equipa. A Inglaterra entrou no torneio como uma das favoritas e, apesar da qualificação, parece existir ansiedade entre os jogadores. A mentalidade de vitória, crucial nestes torneios de curta duração, parece ausente.
Itália: A Azzurra sem Brilho
Após vencer a Euro’2020, a Itália chegou a esta competição com a confiança de quem havia redescoberto sua identidade vencedora. No entanto, a fase de grupos expôs fragilidades inesperadas e um desempenho aquém do esperado, que só um golo no tempo extra permitiu a qualificação. A eliminação nos ‘oitavos’, diante da Suíça, comprovou estes dados. Uma equipa sem ideias, incapaz de dar resposta às adversidades e totalmente submissa à qualidade helvética