Austrália 0-3 Espanha: Jogo fraco com sabor amargo

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O RESCALDO

No encontro desta tarde não havia já nada para decidir: tanto Espanha como Austrália já estavam eliminadas, devido às duas derrotas que ambas obtiveram em outros tantos jogos. No caso da campeã do mundo, este duelo servia também – ou até mesmo somente – para salvar a honra e não sair sem nenhuma vitória deste Mundial. Os cangurus, por outro lado, estavam ali apenas para cumprir calendário. A selecção australiana é a 62ª do ranking da FIFA – o que significa que se as fases finais do campeonato tivessem o dobro das equipas a Austrália seria, ainda assim, a terceira pior formação, isto partindo do pressuposto de que este duvidoso ranking reflectisse a realidade devidamente –, pelo que o desfecho deste jogo era mais do que previsível. Aqueles que assistiram a este jogo estariam apenas interessados em ver como Espanha iria reagir ao facto de ter sido eliminada precocemente deste Mundial.

A selecção de Nuestros Hermanos entrou com um onze pouco habitual, relegando alguns titulares indiscutíveis para o banco de suplentes e fazendo entrar jogadores menos utilizados. Talvez por isso, e juntando o facto de ser um jogo em que nada se decidia, este encontro tenha sido algo pobre – o que também já era expectável.

Os primeiros quinze minutos foram incaracterísticos  tendo sido até a Austrália a criar os lances mais perigosos. Mas a selecção espanhola rapidamente se encontrou e tomou conta do jogo, tendo em Villa a maior referência de uma equipa triste e desmotivada. Foi, aliás, o avançado do Atlético de Madrid que marcou o primeiro golo, a dez minutos do intervalo, num lance de elevada nota técnica, abrindo o marcador com um toque sublime de calcanhar que finalizou uma bonita jogada de La Roja.

Villa foi o melhor jogador do encontro e marcou desta forma o golo inaugural Fonte: FIFA
Villa foi o melhor jogador do encontro e marcou desta forma o golo inaugural
Fonte: FIFA

O intervalo chegou e o encontro resumia-se a três palavras: pobre, expectável e desinteressante. A segunda parte começou e Espanha continuava a dominar. Mas ao minuto 59 deu-se o momento mais surpreendente: Villa, que estava a ser o melhor em campo e que realizava, provavelmente, o último jogo internacional da sua carreira, foi substituído. Ninguém esperava a saída do avançado e talvez por isso ninguém tenha sabido reagir dignamente à despedida do melhor marcador de sempre da selecção espanhola. O próprio David Villa, num misto de sentimentos, emocionou-se e chateou-se com a sua saída.

Os restantes 30 minutos de jogo decorreram com um domínio claro de La Roja, que não fazendo mais do que aquilo que era necessário aumentou por duas vezes o marcador: aos 69 minutos, golo de Silva depois de um delicioso passe de Iniesta; e aos 82 minutos, num lance de classe de Juan Mata, que, depois de um bom domínio, parou a bola e colocou-a com calma entre as pernas do guardião australiano.

Foi assim que Espanha se despediu deste Mundial, que marcou o fim de uma época gloriosa e admirável de uma selecção que fascinou o mundo de 2008 a 2012, conquistando dois europeus e um campeonato do mundo. La Roja fecha assim um ciclo, despedindo-se com um amargo sabor de boca. O testemunho passará para outra selecção, mas tal acontecerá enquanto os jogadores espanhóis já estiverem de férias.

Figura:

David Villa – o avançado espanhol fez uma excelente primeira parte e marcou um golo de elevada nota artística, o que o tornou na figura deste jogo com pouca história. É uma pena que o adeus de Villa à selcção não tenha sido aquele com que, certamente, o avançado colchonero sonhara. É pouco para aquele que solidificou hoje o estatuto de melhor marcador de sempre da selecção espanhola.

Fora-de-jogo:

Vicente Del Bosque – o seleccionador espanhol não figura nesta rubrica apenas por não ter sido sensível quando fez sair Villa cedo demais do encontro, mas também por ser o principal responsável pelas fracas exibições de Espanha neste Mundial. Pedia-se mais.

José Pedro Mozos
José Pedro Mozos
O Zé Pedro nasceu um dia sob o signo do leão, assim como uma das suas maiores paixões: O Sporting. Desde aí que o seu percurso tem sido traçado a verde-e-branco. Vibrou com os grandes triunfos e sofreu com os desaires, mas nunca deixou de apoiar o clube leonino. Escrever para este site é só uma das muitas formas de expressar aquilo que sente pelo Sporting.                                                                                                                                                 O José não escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.

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