Ciclismo em estado puro, diríamos. A gíria futebolística convida-nos a começar desta forma. Porquê? É muito simples. As expectativas quanto à 104.ª edição da Volta a Itália eram, são e vão continuar a ser elevadas. Talvez por aí, mas também por aquilo que já se passou na estrada, se perceba esta afirmação.
Dez jornadas. Nove vencedores de etapa. Quatro camisolas rosa. 11 tiradas para Milão e muita história para escrever no livro de prova. Com o Monte Zoncolan, Sega di Ala e um contrarrelógio final com uma extensão de 30 quilómetros por ultrapassar, a batalha pela classificação geral coloca-se cada vez mais em primeira instância.
Egan Bernal, Remco Evenepoel e companhia prometem. Numa avaliação breve, o colombiano, atual líder, e o prodígio da Deceuninck Quick-Step partem um passo à frente de todos os outros, mas cuidado com as surpresas. É inequívoco não relacionar a concentração mediática da corrida nesta luta de galos, jovens galos. A consolidação de voltistas de tenra idade no ciclismo atual não é uma novidade para ninguém, e aquilo que se verificou em 2020… regressou em força para 2021.
Mas não só de um objetivo se faz uma grande volta. Sprints, montanhas, fugas, quedas, abandonos, táticas, estratégias, surpresas e desilusões, enfim. Com 11 etapas para findar o Giro 2021, a competição de três semanas entra agora na sua segunda metade, fazendo todo o sentido olhar para trás e analisar detalhadamente inúmeros pontos de maneira a antever aquilo que pode vir a ser uma panóplia de grandes lutas pelos diferentes méritos em disputa.
Foto de Capa: Ineos Grenadiers