Fórmula 1: A corrida para a sustentabilidade

- Advertisement -

modalidades cabeçalho

Este fim-de-semana a corrida é outra. Aproveitando o intervalo de tempo entre o GP do Canadá e o do Reino Unido é importante falarmos de um assunto que é constantemente debatido no nosso quotidiano: a sustentabilidade.

De uma forma superficial, Fórmula 1 e Sustentabilidade parecem conceitos completamente incompatíveis. Num mundo onde esta transição para o “cada vez mais verde” está iminente, o grande desafio, não só da Fórmula 1 como também da grande maioria dos Desportos Motorizados passa por garantir a sua sobrevivência nesta transformação que além de necessária começa a ser obrigatória.

Tendo na Fórmula 1 a sua grande montra para o mundo, o desporto motorizado é uma das modalidades mais poluentes do mundo. Toda a sua envolvente, desde a construção dos monolugares a toda a infraestrutura e logística necessária para a realização de um grande prémio, acaba por trazer consequências ambientais aos mais variados cantos do globo, onde a categoria rainha do automobilismo marca presença.

A POLÍTICA F1 NET ZERO CARBON

Neste seguimento, é unânime entre pilotos e equipas que a Fórmula 1 precisa de ser mais “verde”, mais democrática e menos elitista. Também a FIA percebeu essa necessidade de tornar o desporto mais sustentável. Para tal, a meta definida pela mesma passa por atingir a neutralidade carbónica até 2030, com a criação de um plano denominado de F1 Net Zero Carbon.

Atualmente já assistimos a algumas medidas integradas neste plano. A introdução do combustível 100% sustentável é uma delas e constitui um passo importante, de curto-prazo é certo, nesta longa caminhada para a sustentabilidade. Introduzido desde o ano passado, este tipo de combustível (composto por resíduos) é atualmente utilizado pelas diversas equipas que compõem o campeonato.

A ideia por detrás desta inovação é extremamente interessante e benéfica para a Fórmula 1, não só por ser um passo no caminho para a neutralidade carbónica, mas também por possibilitar à F1 constituir-se como uma plataforma para introdução de novos avanços tecnológicos para o mundo automóvel. Avanços estes que depois possam ser transportados para a esfera pública, contribuindo assim para a melhoria das sociedades.

Este plano que visa uma categoria totalmente sustentável até 2030 acaba por ter, a médio-longo prazo, uma série de iniciativas que se demonstram bastante desafiadoras e ambiciosas, contudo, na minha opinião, também realistas, muito por culpa da tecnologia de ponta que a Fórmula 1 tem à sua disponibilidade.

O grande problema e talvez uma das iniciativas mais difíceis de concretizar esteja relacionada com a maximização da logística e eficiência das viagens.

Desengane-se quem pensa que o problema da enorme pegada carbónica está nos monolugares, pois com os motores híbridos e o biocombustível acabam por significar uma percentagem muito reduzida das emissões de dióxido de carbono.

Segundo a auditoria realizada pela FIA, estes representam apenas 0,7% destas emissões. Sendo que o que acaba por pesar na balança está relacionado com questões alheias à corrida em si, mas que são indispensáveis, como o transporte internacional de equipamentos (45%), as viagens de negócios (27,7%), as fábricas e instalações das equipas (19,3%) e a logística presente nos eventos (7,3%).

Este será o grande desafio: perceber como maximizar toda esta logística que a modalidade envolve, tornando-a o mais eficiente possível.

Duarte Amaro
Duarte Amarohttp://www.bolanarede.pt
Duas são as paixões que definem o Duarte: A Comunicação e o Desporto. Desde muito novo aprendeu a amar o desporto, muito por culpa dos intervenientes que o compõem. Cresceu a apreciar a mestria de Guardiola, a valentia de Rossi e a habilidade de Hamilton, poder escrever sobre estes é algo com que sempre sonhou.

Subscreve!

Artigos Populares

Real Sociedad já pensa em despedir Sergio Francisco e tem 2 alvos em cima da mesa

A Real Sociedad procura por um novo treinador e já há dois nomes referenciados que treinaram grandes clubes em Espanha e Itália.

Manchester United de Ruben Amorim quer renovar com Harry Maguire

O Manchester United já iniciou conversações com Harry Maguire para a renovação do contrato do internacional inglês.

Jordan Henderson e a chamada à Seleção Inglesa: «Perguntem à equipa técnica e jogadores se sou uma ‘cheerleader’»

Jordan Henderson respondeu à contestação suscitada pelo facto de ter sido chamado à seleção de Inglaterra por Tomas Tuchel.

Rio Ferdinand faz confissão sobre trabalho de Ruben Amorim no Manchester United

Rio Ferdinand admitiu que Ruben Amorim poderia ter sido despedido caso não tivesse vencido o Sunderland na 7.ª jornada da Premier League.

PUB

Mais Artigos Populares

Paulo Fonseca fala sobre internacional português: «Poderia ser Bola de Ouro, mas as coisas são como são»

O Bola na Rede está presente no Portugal Football Summit. Paulo Fonseca falou sobre Rafael Leão, avançado que orientou no AC Milan.

Frenkie de Jong critica Villarreal x Barcelona nos Estados Unidos da América: «Depois estamos sempre a reclamar do calendário»

Frenkie de Jong deixou críticas à decisão de permitir que o Villarreal x Barcelona seja disputado nos Estados Unidos da América.

Paulo Fonseca responde ao Bola na Rede: «Um dia gostava de treinar a seleção da Ucrânia»

O Bola na Rede está presente no Portugal Football Summit. Paulo Fonseca falou aos jornalistas e respondeu ao Bola na Rede.