Quem acertou com a estratégia em Suzuka? | Fórmula 1

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No final do Grande Prémio do Japão de Fórmula 1, Carlos Sainz perguntou aos pilotos da Red Bull se tinham equacionado a estratégia de uma paragem na box, com Max Verstappen a responder que o podiam ter feito, mas iriam perder um pouco mais de tempo. Verstappen foi o grande vencedor da corrida uma vez mais (depois de não ter vencido na Austrália) e deu a ideia que podia ter vencido com uma estratégia menos convencional, mas não arriscou. Contudo, a prova em Suzuka foi muito marcada pela estratégia.

Ambos os pilotos da Red Bull, Verstappen e Sergio Pérez, optaram por uma combinação de pneu médio-médio-duro nas suas corridas, com Verstappen sempre na liderança virtual da prova e Sergio Pérez a ter apenas de ultrapassar Lando Norris, que tinha parado quatro voltas mais cedo e tinha feito undercut ao mexicano. De resto, nem o neerlandês nem o mexicano tiveram outros problemas de maior até ao final, com os pontos de interesse mais abaixo.

Norris tinha-se qualificado em terceiro, à frente do Ferrari de Carlos Sainz, com o outro Ferrari de Charles Leclerc apenas em oitavo. Norris e Sainz mantiveram as posições no segundo arranque (após a bandeira vermelha), enquanto Leclerc ganhou posição a Lewis Hamilton e subiu a sétimo. Notava-se que o Ferrari era claramente mais rápido do que o McLaren, com Norris a parar cedo (volta 11) para se proteger do undercut do espanhol. O outro McLaren de Oscar Piastri também parou cedo (volta 12), com a McLaren a não conseguir fazer durar tanto os pneus (trocou de médios para duros, tal como o colega de equipa). Enquanto isso sucedia, Leclerc tentava fazer a estratégia de uma só paragem funcionar, fazendo-o com sucesso, indo à box pela primeira vez à volta 26 para tirar os pneus médios e colocar duros.

Isto deu opções estratégicas ao monegasco, que ia ganhando lugares em pista, não perdendo tanto em ritmo para os outros. Já Sainz tinha perdido algumas posições quando parou pela primeira vez, colocando um segundo jogo de pneu médios (teve de ultrapassar os Mercedes em pista, por exemplo), mas tinha diferença de pneus de quatro voltas para Norris. O problema para o britânico da McLaren é que fez a sua segunda paragem precisamente quando Leclerc fez a sua primeira e única, sendo aí que está o erro estratégico da McLaren, na minha opinião, perdendo posição em pista para um carro que tinha começado cinco lugares atrás e não tendo vantagem de pneus para esse carro. Tanto Norris como Leclerc foram de pneus duros para o último stint e o monegasco geriu bem o ritmo para terminar em quarto.

Quanto a Sainz, deu-se ao luxo de parar dez voltas mais tarde do que os seus adversários (Leclerc e Norris), tendo muito mais ritmo e conseguindo passar ambos em pista para assegurar o pódio. Depois de uma qualificação pouco conseguida, a Ferrari foi a equipa que, por via da estratégia, conseguiu maximizar melhor o seu resultado.

Piastri conseguiu alargar o seu segundo stint mais do que Norris (o australiano colocou um segundo jogo de pneu duros seis voltas depois do colega de equipa), mas depois deparou-se com um obstáculo chamado Fernando Alonso. O espanhol, que começou por fazer os pneus macios durar até à volta 13, parando depois para tirar os pneus médios e meter os duros à volta 33, nunca deixou o australiano passar, dando-lhe DRS de forma propositada e estratégica para impedir que George Russell ultrapassasse com facilidade quando chegasse (Russell passou mesmo Piastri, mas apenas na última volta). Já a Mercedes também tentou a estratégia de uma só paragem. Os flechas de prata iam começar com pneus médios, mas optaram por arrancar de duros após a bandeira vermelha. Hamilton ia num ritmo tão deliberadamente lento, de modo a tentar gerir os seus pneus, que até se voluntariou a deixar o seu colega de equipa passar. Russell parou primeiro à volta 22, com Hamilton a fazê-lo na volta seguinte, ambos agora com pneus médios, mas a estratégia não funcionou. Ambos voltaram a parar (Russell à volta 37 e ainda conseguiu ganhar uma posição a Piastri, Hamilton à volta 39, acabando atrás dessa luta, no nono lugar).

Bernardo Figueiredo
Bernardo Figueiredohttp://www.bolanarede.pt
O Bernardo é licenciado em Comunicação Social (jornalismo) na Universidade Católica de Lisboa e está a terminar uma pós-graduação em Comunicação no Futebol Profissional, no Porto. Acompanha futebol atentamente desde 2010, Fórmula 1 desde 2018 e também gosta de seguir ténis de vez em quando. Pretende seguir jornalismo desportivo e considera o Bola na Rede um bom projeto para aliar a escrita ao acompanhamento dos desportos que mais gosta.

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