Esta época, apesar de parecer uma equipa mais equilibrada, notou-se ao longo do mês de agosto que as opções caíam sempre nos mesmos jogadores: Rui Vitória repetiu quase o mesmo onze ao longo dos oito jogos em 26 dias. Tanto assim foi, que o cansaço acumulado dos habituais utilizados começou-se a notar na performance da equipa.
Se é verdade que uma equipa precisa de um onze base, de um suposto onze ideal, que joga mais regularmente, é também verdade que, um clube que queira estar em diversas frentes também precisa de um conceito precioso: a rotatividade.
Mas comecemos pelo onze ideal que Rui Vitória poderia adotar esta temporada, e só depois passaremos para as opções no plantel que podem refrescar os jogadores deste onze ‘titular’. Na baliza, é difícil de argumentar contra Odysseas Vlachodimos. O alemão é a melhor aposta na baliza que o Benfica tem no plantel e deverá manter-se o titular. O quarteto defensivo não necessita de mudanças em relação ao ano transato: André Almeida, Rúben Dias, Jardel e Grimaldo. Uma defesa sólida com laterais excelentes no papel ofensivo e defensivo.
Para o meio campo, a titularidade de Fejsa e de Gedson parece ser segura, assim como de Pizzi, que está de volta aos seus melhores dias, depois de uma época mais difícil. Nas alas, Sálvio está poderoso de um lado e Cervi com desempenho exponencial do outro. Por fim, falta o ponta de lança. Neste papel deveria estar Jonas – mas está lesionado e ainda não jogou -, mas no entretanto andam vários atletas a tentar ocupar um lugar que é dificil de preencher quando a primeira opção é o brasileiro.

Fonte: SL Benfica
O onze base, vai muito ao encontro daquele que tem sido usado pelo treinador encarnado, mas a rotatividade é de extrema importância, principalmente a partir desta altura da época em que decorrem a Taça da Liga, Taça de Portugal, Primeira Liga e Liga dos Campeões quase em simultâneo e a qualidade de jogo para jogo tem de ser mantida para que se possa enfrentar todas as competições para vencer.
Terá o Benfica um plantel que possa jogar em todas as provas de igual forma? Veremos: para guarda redes, há Svilar; para defesas, existe Conti e Lema, Yuri Ribeiro, Corchia e Luisão; no meio campo, Alfa Semedo, Samaris, Krovinovic (que está prestes a regressar de lesão e fará uma dor de cabeça a Rui Vitória), Gabriel e Pizzi; nas alas João Félix, Rafa e Zivkovic (que também pode jogar no lugar de Pizzi); na frente existe Castillo, Seferovic (o atual detentor do lugar) e Ferreyra.
O que se conclui por aqui? Numa primeira instância, parece que o Benfica tem um onze e pouco mais que possa representar o clube com pertinência; por outro lado, vemos que o banco parece voltar ao que era na era de Jesus, em que havia qualidade nos 18 jogadores que iam para o campo, e não só nos onze titulares da equipa. Gabriel veio para Pizzi poder descansar, Corchia para que André Almeida pudesse respirar, Krovinovic poderá até mesmo tirar lugar a um colega do meio campo, Rafa e João Félix estão prontos a explodir e Seferovic tem ganho mais força para os jogos menos exigentes (pois contra equipas de maior calibre, parece ainda deixar a desejar, como contra os alemães de Munique, mas isso é outra história). Plantel, existe. Um plantel forte, que promete manter qualidade de jogo para jogo, mas com diferentes peças no tabuleiro. Isto é possível, há aptidão e habilidade para isso. A pergunta é se Rui Vitória conseguirá tirar o melhor de cada jogador para que o Benfica volte a ser vencedor em todas as frentes?
Foto de Capa: SL Benfica