Duarte Gomes, diretor da arbitragem da Federação Portuguesa de Futebol, analisou o lance entre António Silva e Deniz Gul.
Duarte Gomes, diretor da arbitragem da Federação Portuguesa de Futebol, deu a sua opinião sobre o lance polémico que envolveu António Silva e Deniz Gul no FC Porto x Benfica (0-0). Eis o que disse no programa Livre Arbítrio do Canal 11.
«Há quem diga que é penálti porque o agarrão pode ser suficiente. Os árbitros e o VAR têm orientações muito claras da nossa parte e que assumimos, dadas aos clubes e à imprensa. As instruções são para punir infrações claras e óbvias. Aqui o VAR nunca pode intervir porque não é absolutamente evidente que o árbitro errou em campo. Quando não há evidência, não queremos uma intervenção. Intervenção é paraquedas, só abre quando é óbvio e este não é».
«De facto, há um esticar de camisola. Há um desequilíbrio, perturbação, mas no movimento de marcação. É muito comum o uso das mãos quase no limite da lei. Mesmo no universo de pessoas razoáveis, é um lance que gera dúvidas e por isso não queremos punição. O futebol não quer faltas e faltinhas, queremos à inglesa, que se deixe jogar. Neste tipo de lance, para que fique claro, na dúvida é para não punir», prosseguiu.
«O lance é mesmo muito cinzento e há pequenos fatores que podem justificar a falta. Se o árbitro tivesse assinalado penálti neste lance também não queríamos intervenção porque não era claro que tinha errado. Por serem dúbios, inserem-se na não punição. Vale também para empurrões, carregar, queremos que prevaleça o jogo fluido e não a infração. Sabendo que muita vezes vamos errar, mas a consistência em campo e o momento da linha de intervenção do VAR são as maiores dificuldades da arbitragem mundial», concluiu.