Leonardo Jardim anunciou a sua saída do Cruzeiro, indicando razões de saúde para abandonar o emblema de Belo Horizonte.
Leonardo Jardim deu uma conferência de imprensa durante esta segunda-feira, de maneira a justificar a sua saída do comando técnico do Cruzeiro. O técnico apontou a sua saúde mental e física como as razões para o abandono do projeto, anunciando que se vai afastar do futebol por algum tempo:
«Estes momentos não são fáceis, mas temos de ser racionais. Em fevereiro, quando vim, passei 45 dias em viagens e no hospital com a minha esposa, sem tempo para nada. Dois dias após ela sair do hospital, vim para o Cruzeiro. Quando entro num projeto, é para dar o meu melhor. Não entro só para receber o meu salário. Dediquei-me 100% e o nosso contrato era até ao final de 2026, com a possibilidade de sair. Eu acionei esta cláusula para não renovar. Os motivos são pessoais. Primeiro, é o desgaste deste ano, não só desportivo, que se acarretou. Alguns sinais alertaram-me: ‘Jardim, pára um pouco, a tua saúde física e mental precisa de ser preservada’. Não é a primeira vez que faço isto. Fiz no Mónaco, após seis anos, parei um ano e meio para refletir e estar com energia. O trabalho do treinador não pode ser feito de qualquer forma. Hoje, não consigo entregar 200% em janeiro. Por isso, vou tirar a minha equipa de campo. Foi uma gratidão trabalhar no Cruzeiro, com o apoio que o Pedrinho [dono da SAF] sempre me deu. Quero estar com a minha família, com os meus pais, a resolver coisas da minha vida. Não vale a pena falar noutros assuntos, contratos, dinheiro, se eu não estiver a 100%».
Leonardo Jardim admitiu que gostou muito da sua passagem pelo Cruzeiro:
«Foi fantástico. Só não consegui um objetivo, que era sair com um troféu, era isso em que acreditava até ontem, que poderia ser algo além das experiências fantásticas. Conseguimos a vaga na Libertadores. Faltou o troféu. Fico muito triste e frustrado. O futebol é assim, a questão do detalhe».

