Rúben Amorim prometeu esclarecer tudo sobre a mudança para o Manchester United na conferência de pós-jogo do Sporting x Estrela Amadora. Eis o que disse.
Rúben Amorim marcou presença esta sexta-feira na conferência de imprensa de pós-jogo do Sporting x Estrela Amadora para a Primeira Liga, que culminou com vitória dos leões por 5-1. O técnico já foi oficializado no Manchester United e prometeu dar esclarecimentos sobre tudo à volta do tema nesta conferência. Eis o que disse:
«Não queria dizer muito, só explicar a situação. No início da época tive uma conversa com o presidente e o Hugo Viana e eu disse que ia ser a minha última época no Sporting, acontecesse ou o que acontecesse. Surgiu esta situação do Manchester United: apareceu, pagou a cláusula e o presidente defendeu os seus interesses. Nunca me meti. A negociação chegou a mim. O único pedido que fiz foi para que fosse no final da época e foi-me dito que era agora ou não. Tive três dias para decidir e foi isso que eu fiz. Não é a primeira vez, nem a segunda vez em que tive a cláusula paga. A seguir ao Sporting, eu queria aquele. Queria aquele contexto e o clube acredita em mim daquela maneira. É igualzinho ao Sporting. Custou-me mais a mim do que a qualquer sportinguista. Não houve confusão nenhuma. Há contratos, há cláusulas. Longe de me fazer coitadinho, sou a única pessoa que está no meio disto. Sempre disse que ficava os jogos que ficassem precisos. Não podia dizer nada mais cedo, a decisão é assim. Apareceu um clube, que era o clube que sabia que se, daqui a sete meses, se rejeitasse, não o ia ter. Era arriscar ou esperar pelo final da época e não ter o clube que mexeu comigo. Tive de decidir e decidi. Vou mais descansado para casa. Foi uma escolha. Ganhava três vezes mais no outro clube que quis pagar a cláusula. Adoro o clube, adoro toda a gente. Independentemente do que as pessoas disseram. Fico ou vou daqui a seis meses? A minha escolha foi sair neste momento porque me foi dito que era agora ou nunca».
«Para mim, tenho de fazer aquilo que o Sporting decide. Senti os jogadores mais ansiosos com o Nacional e assim dá-nos uma forma para preparar. Fico com todo o gosto. Não falei com ninguém do Manchester United. Depois, dia 11, logo veremos».
Rúben Amorim revelou que teve mais clubes, no passado, a querer pagar a cláusula de rescisão, mas não quis dizer quais:
«Não vou dizer quais foram os clubes [que manifestaram interesse]».
Rúben Amorim admite muitas dificuldades na tomada de decisão:
«Mudei várias vezes de opinião. A minha preocupação é não prejudicar a equipa e o resto logo vê. Depois terei essa preocupação quando estiver no Manchester».
Rúben Amorim diz que vai levar staff para o Manchester United:
«Vou levar o meu staff, teremos tempo para falar disso. Foi sempre uma das condições. Vamos manter isso. Estou completamente concentrado nos jogos e a decisão ultrapassou-me. Estou cá para trabalhar».
O técnico garante que não vai buscar nenhum jogador do Sporting para o Manchester United, em janeiro:
«Gyokeres custa 100 milhões e é muito difícil. Não vou buscar nenhum jogador do Sporting em janeiro. Foi a melhor fase da minha vida. Toda a gente do Sporting sabe a importância para mim. Percebo tudo, mas hoje ainda não é despedida. Temos jogo com o City e temos de ir a Braga ganhar».
Rúben Amorim foi questionado sobre um possível regresso a Portugal:
«Sei do significado que tenho para o clube. Como é que se diz aos adeptos, ao presidente, ao Viana… É um conjunto de coisas… O que muda a minha vida é algo extraordinariamente desafiante. Da mesma gente que me diziam que não ia conseguir no Sporting, dizem outra vez. Resolvi sair e tentar. Não me parece que volte tão cedo a Portugal».
O técnico falou sobre o bicampeonato:
«O que ficou por fazer no Sporting foi ganhar os títulos que podíamos ter ganho. Tenho a convicção de que vamos ser bicampeões. Faltaram alguns títulos, criámos uma família aqui. Ainda há dois jogos, queremos vencer».
«Não vou comentar coisas do contrato, não vale a pena falar. Toda a gente deu estabilidade e melhorámos o clube em todas as áreas. Tudo aqui melhorou e eu queria relembrar que não estou aqui só há um ano. Não fui embora quando fomos campeões, nem quando passámos a quarto lugar. Eu vou embora quando entendo porque daqui a sete meses ia embora. Era o clube que queria. Toda a gente deu isso e o clube vai continuar a ganhar», disse também.
Rúben Amorim revelou o seguinte:
«Decisão de sair no final do ano? São ciclos. Tinha decidido que o ano passado era o meu último ano e este senti que era formal. Às vezes tem de existir uma mudança e o presidente pode falar, se entender».
«Eu queria apenas ter a possibilidade de explicar a minha versão. Os clubes são empresas cotadas. Fico feliz de estar aqui e de poder explicar. Tivemos azar de ter jogo», acrescentou.
Rúben Amorim falou sobre o lado dos jogadores:
«Não houve revolta nenhuma. Os jogadores ficaram tristes a ansioso. Estou com eles há cinco anos. Falei com eles, mesmo antes de serem contratados. Criámos uma relação com os jogadores. Foi difícil, mas não houve revolta nenhuma. Eles sabem que sou o treinador e até Braga mandou eu. Que houve desilusão, não há como esconder».
João Pereira é um dos favoritos a render Rúben Amorim no cargo de treinador principal e o técnico foi questionado sobre a possibilidade:
«João Pereira? É o clube que tem anunciar o próximo treinador, até lá sou eu».
«Sorriso? Está lá sempre, é um momento difícil para todos. Surpreendeu-me um bocadinho a ovação dos adeptos. Estou mais aliviado por estar tudo mais esclarecido. Não é uma situação fácil. Fui eu que pedir para o assessor não interromper as perguntas. Muitas vezes ele quer interromper, queria deixar isso claro», concluiu.